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SÃO PAULO – As discussões entre o governo brasileiro e a administração da Vale (VALE5) aumentam as preocupações sobre a direção da política industrial do Estado, de acordo com a Economist Intelligence Unit (EIU).
A pressão por parte do PT (Partido dos Trabalhadores) é para que haja uma remoção dos diretores da companhia e um redirecionamento das estratégias de investimento. “Enquanto o governo deseja aumentar a atividade econômica doméstica e o emprego, isso também enfatiza o risco de uma maior intervenção estatal em indústrias estratégicas”, diz a publicação.
O presidente Luis Inácio Lula da Silva pode estar descontente com a gestão de Roger Agnelli, em decorrência da demissão de cerca de 2 mil funcionários durante a recessão econômica. Lula também estaria descontente com a eventual falta de interesse da Vale em investir no setor siderúrgico brasileiro.
Questionamentos para o futuro
Caso a “batalha corporativa continue, ela pode se tornar um aspecto da campanha para as eleições de 2010”, diz a EIU. Além disso, o estudo aponta que “a opinião do governo é de que as companhias maiores, particularmente aquelas em que o Estado tem uma fatia – devem ajudar a fomentar o desenvolvimento econômico”.
Desta forma, para o setor de negócios, as preocupações se focam e questionam se o episódio da Vale é um presságio do aumento da interferência do governo na indústria privada.
Posição das autoridades
Nesta segunda-feira (19), o presidente voltou a criticar a gestão da companhia e apontou que a mineradora vai investir US$ 380 milhões na Colômbia. Assim, Lula disse que “não adianta a Vale do Rio Doce achar que é grande e ficar sentada numa cadeira do Rio de Janeiro, na sede, e não ir para a rua vender. É preciso disputar cada milímetro”.
Com a mesma posição, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff afirmou que é necessário que a Vale invista em agregação de valor: “O governo quer que a Vale invista, agregue valor, e não só exporte minério bruto”.
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Ademais, o estudo da EIU enfatiza que a Vale foi privatizada em 1997, mas que o governo possui 51% da companhia, através do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Apesar do Estado não ter poder para interferir na estratégia de decisão da Vale, pode vetar uma possível mudança no controle.