Temu: “nova Shopee” a desembarcar no Brasil pode impactar ações do varejo?

XP acredita que a plataforma representa um risco menor para as varejistas de vestuário comparada à Shein, enquanto sua estratégia deve ser monitorada

Felipe Moreira

(William_Potter/ Getty Images)

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Shopee, Shein, Aliexpress? Em relatório, a equipe de análise da XP destacou que a mais nova “ameaça” estrangeira para o setor de varejo brasileiro é a Temu, marketplace de propriedade da Pinduoduo (PDD Holdings) que conecta clientes diretamente a fabricantes chineses, com presença em 18 países, principalmente na Europa, América do Norte e Oceania. A companhia conta com um volume de vendas brutas (GMV, na sigla em inglês) anualizado já acima de US$ 2,3 bilhões, apesar de ser bastante recente (fundado em 2022), e a indicação é de que deva ser lançada no Brasil até o fim deste ano.

Diferentemente da Shein, que é reconhecida como uma plataforma de moda, a Temu possui um sortimento de categorias muito mais amplo, com mais de 30 grandes categorias de produtos, como pets, vestuário, brinquedos, casa e eletrônicos, e, portanto, é mais comparável à proposta de valor do Shopee. No entanto, a empresa tem um modelo de negócios semelhante ao da Shein, ajudando os fabricantes chineses a entender melhor as necessidades dos consumidores, levando a maior precisão e eficiência.

Segundo a XP Investimentos, a empresa segue os passos de outras plataformas de comércio transfronteiriço (cross-border) com executivos chineses vindo para o Brasil no início deste ano e alguns se mudando para cá para construir a operação. Os influenciadores digitais devem ser usados ​​para promover a marca e seus produtos enquanto ganham comissões por desempenho.

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No geral, analistas da XP Investimentos acreditam que a plataforma representa um risco menor para as varejistas de vestuário comparada à Shein, enquanto sua estratégia de precificação agressiva deve ser monitorada, uma vez que pode impactar o cenário competitivo do e-commerce.

Por outro lado, de acordo com a XP, o plano de conformidade do governo para as plataformas de cross-border, que será implementado a partir de 1º de julho, devem mitigar parte deste risco. “Trata-se de um programa voluntário no qual as empresas que aderirem e, consequentemente, pagarem os impostos de importação/ICMS, terão o desembaraço aduaneiro de seus produtos agilizado”, explica a instituição financeira.

Cabe destacar que os analistas da casa seguem neutros em relação às ações de Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3).