TEMPO REAL: Vale é destaque de alta com notícias da China; micro cap sobe 177% em 3 dias

PMI chinês mostra primeira expansão mensal em 2014; BTG reduz recomendação da empresa mineira para "manter"

Thiago Salomão

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11h14: Suzano (SUZB5, R$ 8,70, -1,81%) e Fibria (FIBR3, R$ 23,09, -1,07%)
Destaques de alta do Ibovespa na semana passada, as ações do setor de papel e celulose seguem o mesmo movimento de realização de ganhos das elétricas nesta segunda-feira. As empresas foram impulsionadas pelo anúncio de retorno do Reintegra, um programa de devolução de parte dos importos pagos por exportadores; a medida, no entanto, afetará mais as duas companhias.

Em relatório, o Citi Research afirmou que Fibria e Suzano devem se ser as mais beneficiadas da Bovespa, com o impacto no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 2015 ficando em 6,8% e 5,9%, respectivamente.

All Ore (AORE3, R$ 0,36, +28,57%)
As ações da micro cap All Ore, companhia pré-operacional criada em 2008 e voltada para o setor de mineração, sobem forte pelo 3º dia seguido e acumulam nesta trinca uma valorização de 177%, novamente com um volume bastante acima da média. 

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Na quarta-feira passada, a BM&FBovespa indagou a companhia acerca do motivo desta disparada. A All Ore, por sua vez, manifestou-se dizendo que desconhece qualquer fato que possa justificar as oscilações, mas que interpreta a movimentação “como ajuste natural dos preços após o recente leilão de venda realizado por um investidor minoritário”, realizado em maio e que culminou na derrocada de mais de 90% no preço das ações.

Em 22 de maio, a All Ore tomou conhecimento de um edital de leilão a ser realizado no dia 26 de maio envolvendo 6 milhões de ações da companhia ao preço de R$ 0,01 – isto mesmo, um centavo. Como os papéis estavam cotados a R$ 1,00 na Bovespa até o dia 20, a notícia provocou uma derrocada no mercado, com os ativos AORE3 chegando a valer R$ 0,07 no dia 26 – configurando queda de 93% em apenas 4 pregões.

Vale (VALE3, R$ 29,10, +1,15%; VALE5, R$ 26,18, +1,55%)
Extremamente sensíveis ao noticiário chinês, as ações da Vale figuram entre as maiores altas do Ibovespa após dados da indústria asiática mostrarem a primeira expansão mensal em 2014, oferecendo novos sinais de que a economia está se estabilizando.

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O PMI preliminar do HSBC/Markit para a indústria da China subiu mais do que o esperado, para 50,8 em junho ante 49,4 em maio – a expectativa era de que o indicador ficasse em 49,7. Vale lembrar que o PMI marca expansão acima de 50 e contração abaixo do limiar.

Ainda assim, muitos analistas acreditam que o governo poderá precisar apresentar mais medidas nos próximos meses para compensar os riscos de uma desaceleração no mercado imobiliário e a persistente fraqueza nas exportações, depois que o premiê chinês prometeu na semana passada que a economia não sofrerá um pouso forçado. Vale lembrar que as ações da Vale chegaram a valer R$ 25,30 na semana passada, seu menor patamar desde março.

Cemig (CMIG4, R$ 17,73, -1,88%)
Na outra ponta do Ibovespa, aparecem as ações da Cemig, que assim como todo setor elétrico registram queda superior a 1% nos minutos iniciais, dando continuidade ao movimento de realização de ganhos iniciado na sexta-feira, após um longo rali de alta do setor na Bovespa.

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Para a companhia mineira, colabora para a correção baixista o corte de recomendação do BTG Pactual, que reduziu a recomendação dos papéis para “neutra”, mantendo o preço-alvo em R$ 16,00 por ação – preço 11,5% abaixo do fechamento de sexta-feira (20). Segundo relatório, o cenário eleitoral tem sido uma das razões para o recente desempenho positivo da Cemig e e se o candidato do PSDB vencer, investidores esperam que companhia seja capaz de manter as 3 plantas surpreendentemente incluídas no programa de renovação de concessões em 2012 – São Simão, Jaraguá e Miranda.

Thiago Salomão

Idealizador e apresentador do canal Stock Pickers