Tem explicação? Após dispararem até 200%, ações das empresas “X” desabam na Bolsa

Mercado tenta entender o que acontece com os papéis das companhias criadas por Eike Batista

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Há uma semana começou um estranho movimento das empresas do antigo grupo “X” criado por Eike Batista. Tudo teve início com a disparada dos papéis da CCX (CCXC3), que saltou 46% em um dia sem nenhuma explicação. Nos dias seguintes outras companhias como a OSX Brasil (OSXB3), MMX Mineração e Metálicos (MMXM3), OGPar (OGXP3) e a Dommo Energia (DMMO3) (ex-OGX Petróleo).

Na quarta-feira passada, depois de muito tempo fora do radar do mercado, a CCX chamou atenção ao disparar 46,30% sem que nenhuma notícia tivesse saído. No dia seguinte o movimento foi ainda mais forte, com os papéis saltando 75,95%, movimento que seguiu por mais dois dias, com ganhos de 23,74% e 6,40%, na sexta-feira (9) e segunda-feira (12), respectivamente. Em uma semana, os ganhos foram de 210%.

Porém, na véspera as ações iniciaram uma forte correção, caindo 12,02%, para nesta quarta caírem mais 26%. A companhia foi questionada pela B3 sobre a movimentação atípica dizendo que não sabia o motivo para as fortes altas de seus ativos. Além disso, a CCX também afirmou que questionou pessoas que pudessem ter conhecimento de algum fato que pudesse explicar a movimentação, mas não obteve nenhuma resposta.

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Na sequência foi a vez da OSX Brasil, que apesar de ter subido 9,12% ainda na terça-feira (6) não teve ganhos de dois dígitos nos dias seguintes até a última segunda, quando de repente saltou 70,99%. Em comunicado, a empresa seguiu a mesma linha da CCX, dizendo que não sabia os motivos para esta alta. Ontem os papéis também começaram a corrigir, caindo 6,92%, e seguindo movimento hoje, recuando mais de 25%.

Saindo das empresas ainda controladas por Eike, a MMX viu suas ações subirem em escalada, acumulando ganhos de 135% desde a semana passada, mas neste pregão desaba 13,46%. Já a OGPar teve um movimento mais ameno, com seu melhor pregão sendo na segunda-feira, quando subiu 12,08%. A Dommo, por sua vez, subiu entre 12% e 20% em 5 dos últimos 7 pregões.

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Por conta do passado complicado das companhias, hoje poucos analistas fazem cobertura dos papéis, o que dificulta a obtenção de informações sobre o que pode explicar o movimento.

Das companhias que foram questionadas pela B3, a resposta foi praticamente a mesma em todos os casos: não tem conhecimento de qualquer ato ou fato relevante que poderia ter motivado oscilações atípicas das ações. Até o momento o mistério continua, mas a “regra” do mercado também: qualquer movimento forte como esse e que não tenha nenhum motivo vai gerar uma correção brusca também. 

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.