Taxa Selic: Opções do Copom na Bolsa já apontam aposta majoritária em queda de 0,5 p.p. na reunião de agosto

Após IPCA-15 e Focus, apostas de corte de 0,50 p.p. subiram nos contratos de opção do Copom

Rodrigo Petry

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Os contratos de Opção do Copom, que permitem negociar da variação da taxa Selic Meta, decidida a cada reunião do comitê, já apontam para uma aposta majoritária de queda de 0,5 ponto porcentual (p.p.) no próximo encontro, marcado para os dias 1 e 2 de agosto.

A virada nas apostas se deu no último levantamento, compilado pela B3, com base no fechamento da véspera (24/7). Dessa forma, o contrato que precifica queda 0,5 ponto porcentual fechou a 47,00 – ou seja, o mercado aponta 47% de chance deste cenário ocorrer.

Enquanto isso, o contrato que precifica uma queda de 0,25 ponto porcentual fechou a 45,50, o que indica uma probabilidade de 45,50% de chance desse ser o corte da Selic. Já os cenário de manutenção estão em 3%; queda de 0,75 p.p., em 2,75%; e de corte de 1 p.p., em 2%.

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Opções do Copom apontam corte de 0,5 ponto porcentual da Selic

Opções do Copom apontam corte de 0,5 ponto porcentual da Selic
Fonte: B3

Na abertura do pregão desta terça-feira (25), a aposta majoritária seguia de corte de 0,5 ponto porcentual, até as 9h45, segundo a B3, com 64% de chances, enquanto corte de 0,25 p.p. era de 33%.

O movimento desta terça-feira é puxado pelo IPCA-15, que mostrou deflação de 0,07%, na primeira variação negativa desde setembro de 2022, quando recuou 0,37%.

A deflação veio acima das expectativas de analistas consultados pela Refinitiv, que apontavam no consenso para uma queda de 0,01% no mês.

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Em 12 meses, a variação do IPCA-15 foi de 3,19%, ante 3,40% observados nos 12 meses até junho. Para essa leitura, o consenso dos analistas estava em 3,26%.

Outro fator que ajudou na percepção de um corte de 0,5 p.p. para a Selic em agosto foi o Boletim Focus, que mostrou reduções nas expectativas de inflação para 2023, 2024 e 2025.

A estimativa do IPCA para este ano caiu de 4,95% para 4,90%, enquanto a previsão da inflação para 2024 recuou de 3,92% na semana passada para 3,90% nesta. Já a projeção para 2025 caiu de 3,55% para 3,50%.

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Corte Selic: Reforço nas apostas de 0,5 p.p.

Para Daniel Cunha, estrategista-chefe da BGC Liquidez, os dados do IPCA-15 não pouparam notícias benignas para a dinâmica inflacionária. Ele afirma que o resultado trouxe informações relevantes a serem digeridas pelo Copom na próxima semana, principalmente pelos núcleos e serviços melhores do que o esperado.

O especialista aponta ainda que o resultado de hoje do IPCA apontou um cenário favorável para ‘segunda parte’ do processo desinflacionário, segundo análise do próprio BC, que trata de itens mais resilientes (núcleos) e mais associados aos ciclos econômicos, ou seja, à própria condução da política monetária.

“Para um BC ‘dependente dos dados’, o IPCA-15 de junho tem o poder de amainar a cautela e a parcimônia dos diretores mais conservadores, abrindo a porta para o processo de afrouxamento monetário ser iniciado com um corte de 0,50 p.p. na próxima semana, sem necessariamente perder a ‘paciência e serenidade'”, afirma Cunha.

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Enquanto isso, o economista André Perfeito avalia que o mercado foi “surpreendido com a deflação do IPCA-15 de -0,07% (ante projeção de -0,03%)”. Isso, acrescenta ele, ocorreu nem tanto pelo índice em si, mas pela melhora qualitativa do indicador, que viu seus núcleos retrocederem e em especial Serviços Subjacentes.

“Este era um dos temas que mais tiravam o sono do mercado, mas que por ora sai da mesa dos economistas na Faria Lima”, diz Perfeito, pontuando ainda que o Focus retomou a melhora nas projeções para o IPCA, assim como aprofundou a deflação do IGP-M.

“Tudo isso sacramenta de vez o corte da Selic na reunião do Copom semana que vem e reitero meu cenário de corte de 0,50 ponto porcentual e taxa terminal da Selic ao final deste ano em 11,75%”, conclui Perfeito.

O economista e diretor de investimentos da Nomos, Beto Saadia, acrescenta que o IPCA-15 “surpreendeu” e coloca o presidente do BC, Roberto Campos Neto, na necessidade de abrir o debate – “desconfortável para ele” – de corte de 0,5 ponto porcentual da Taxa Selic na próxima reunião.

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“Esse Banco Central sempre atuou com mais rigor do que a expectativa de mercado; subiu juros mais que a expectativa; manteve além da expectativa e, provavelmente, deseja reduzir num ritmo menor do que espera o mercado”, afirma.

Confira a inversão da curva de probabilidade 

Opções do Copom apontam corte de 0,5 ponto porcentual da Selic
Fonte: B3. Linha azul escura indica corte de 0,5 p.p.; azul clara, corte de 0,25 p.p.

Enquanto isso, a quantidade de contratos negociados prevendo corte de 0,5 p.p. saltou para 7.591 no dia 24/7, ante 2.951, de 21/07; e 1.382, de 20/07. Já a quantidade de contratos prevendo queda de 0,25 p.p. somou 4.849 no dia 24/07; 3.371, em 21/07; e 2.009, no dia 20/07.

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Por fim, as posições em aberto para contratos prevendo queda de 0,5 p.p. foram 25.978 no dia 24/07, ante 19.299, do dia 21/07; e 19.814, de 20/07. E os contratos para cortes de 0,25 p.p. somavam 24.875, no 24/07; 22.236, em 21/07; 21.737, em 20/07.

Opções de Copom: Como funcionam?

Cada contrato indica a probabilidade do que o Copom fará com a Selic no dia da reunião (subir, cortar ou manter o juro) e todos esses contratos vencem no dia da respectiva reunião.

Os contratos são negociados entre R$ 0,01 e R$ 99,99, onde cada centavo indica a probabilidade deste evento acontecer. Exemplo: um contrato negociado a R$ 80,00 indica que há 80% de probabilidade daquele evento acontecer.

Logo no dia seguinte da reunião do Copom, o contrato que “acertou” o que aconteceu com a Selic passará a valer R$ 100,00, enquanto todos os outros contratos referentes àquela reunião virarão pó (ou zero reais).

Cada 1 unidade é negociada em lotes de 100 contratos. Usando os mesmos números do exemplo acima, se você comprar 1 unidade de uma opção de Copom que está valendo R$ 80,00, terá que desembolsar R$ 8.000 (R$ 80 por opção x 100 contratos).

Se o Copom fizer o que essa opção está precificando, ela passará a valer R$ 100,00 no dia seguinte da decisão – ou seja, seus R$ 8.000,00 virarão R$ 10.000,00 (a conta não considera os custos operacionais e o imposto de renda, que é de 15% sobre o lucro da operação).

Caso aconteça qualquer outro cenário, todo seu capital investido virará pó – você perde R$ 8.000.