IPCA-15 mostra em julho primeira deflação desde setembro de 2022; energia elétrica puxa índice

Consenso Refinitiv de analistas previa queda de 0,01% no mês; nos últimos 12 meses, a variação do IPCA-15 foi de 3,19%, ante 3,40% até junho

Roberto de Lira

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), a prévia da inflação oficial do País, teve variação de -0,07% em julho, informou nesta terça-feira (25) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi a primeira variação negativa do indicador desde setembro de 2022, quando o índice caiu 0,37%.

A deflação divulgada foi mais intensa que a estimativa por analistas do mercado financeiro: o consenso Refinitiv apontava para queda de 0,01% no mês.

Nos últimos 12 meses, a variação do IPCA-15 foi de 3,19%, ante 3,40% observados nos 12 meses até junho. Para essa leitura, o consenso dos analistas estava em 3,26%.

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O dado manteve a tendência de desaceleração no ano, após ter alcançado 0,76% em fevereiro, 0,69% em março, 0,57% em abril, 0,51% em maio e 0,04% em junho.

Segundo o IBGE, o principal impacto negativo para o resultado do mês veio da retração nos preços da energia elétrica residencial (-3,45%), após a incorporação do Bônus de Itaipu, creditado nas faturas de julho.

Habitação

Além da energia elétrica residencial, a queda nos preços do botijão de gás (-2,10%) também influenciou a retração do grupo Habitação (-0,94%), um dos que mais impactaram o índice geral em julho.

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A taxa de água de esgoto (0,20%) está entre os itens que subiram. A alta foi consequência dos reajustes realizados em três áreas: de 8,33% em Belém (3,18%), a partir de 28 de maio; de 3,45% em uma das concessionárias em Porto Alegre (0,77%), a partir de 1º de julho; e de 8,20% em Curitiba (0,25%), a partir de 17 de maio.

Alimentação

Entre os grupos analisados pela pesquisa, a outra grande influência sobre o índice geral veio de Alimentação e bebidas (-0,40%), cujo resultado está relacionado à deflação de alimentação no domicílio (-0,72%).

Entre os alimentos com preços em queda, os destaques foram o feijão carioca (-10,20%), o óleo de soja (-6,14%), o leite longa vida (-2,50%) e as carnes (-2,42%). Por outro lado, a batata-inglesa (10,25%) e o alho (3,74%) ficaram mais caros neste mês.

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Com a alta mais intensa do lanche (0,34% em junho para 1,02% em julho), a alimentação fora do domicílio (0,46%) acelerou em relação ao mês anterior (0,29%). Já a refeição (0,17%) desacelerou na mesma comparação (0,28%).

Transportes sobem

Entre as altas, o destaque foi o grupo de Transportes (0,63%). O avanço foi explicado pelo aumento nos preços da gasolina (2,99%), que teve o maior impacto positivo (0,14 p.p.) entre os subitens pesquisados.

O gás veicular também subiu (0,06%), enquanto o óleo diesel (-3,48%) e etanol (-0,70%) tiveram deflação. Com esses resultados, os combustíveis tiveram alta de 2,28% em julho.

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Ainda em Transportes, houve alta de 4,70% nos preços das passagens aéreas, menos intensa que os 10,70% de junho. Do lado das quedas, destacaram-se o automóvel novo (-2,34%) e o automóvel usado (-1,05%), além do ônibus urbano (-0,72%), com o impacto da retração de 25,00% nas tarifas em Belo Horizonte (-5,17%), a partir de 8 de julho.

Seis das 11 áreas pesquisadas recuaram em julho. A maior inflação ficou com Porto Alegre (0,34%), por conta das altas da gasolina (3,78%) e da passagem aérea (13,87%).

A deflação registrada em Goiânia (-0,52%), a maior entre os locais, foi relacionada à queda de 7,31% na energia elétrica residencial.