Taesa (TAEE11) busca equilíbrio entre dividendos, crescimento e alavancagem; ações caem após balanço

Elétrica foca no crescimento estratégico, com participação em leilões de transmissão e entrega dos projetos recém-arrematados

Augusto Diniz

Linha de Transmissão de Energia (Divulgação/Aneel)

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Famosa entre os investidores por sua distribuição de dividendos, a Taesa (TAEE11) destacou nesta quinta-feira (16), durante teleconferência com analistas, a importância de seguir seu plano estratégico de crescimento, inclusive com a participação em leilões de transmissão e a entrega dos projetos recém-arrematados.

Leonardo Bonorino, CFO da Taesa, ressaltou que a companhia fez uma captação recente no valor de R$ 1 bilhão para financiar o lote 5 arrematado no leilão de linhas de transmissão da Aneel de dezembro último.

“A gente percebe que, mesmo com mercado estressado, a Taesa consegue captar a taxas atrativas. Isso afeta diretamente na alavancagem da companhia, mas a Taesa vai sempre buscar o equilíbrio entre dividendos e alavancagem”, disse.

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A Taesa (TAEE11) reportou lucro R$ 22,8 milhões no quarto trimestre de 2022, representando uma baixa anual de 94,6%. Às 13h30, as ações da empresa recuavam 2,71%, cotadas a R$ 36,24.

Taesa seguirá com dividendos

Conforme Bonorino, a Taesa precisa crescer e vai buscar isso, dentro do planejamento estratégico, nos próximo anos, mas de forma equilibrada. Mas o CFO garantiu que a empresa seguirá o pagamento de dividendos previsto no estatuto.

A empresa conquistou quatro lotes nos três últimos leilões da Aneel, que representam investimentos de R$ 4,5 bilhões.

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Bonorino ressaltou que nos últimos 3 anos a empresa pagou mais de R$ 4 bilhões em dividendos, sendo que nos últimos 15 meses foram R$ 2 bilhões e em janeiro de 2023, R$ 460 milhões.

“Os dividendos são baseados no lucro societário e pelo estatuto da companhia. Nós temos que pagar minimamente 50% do lucro líquido”, disse.

Ele acrescentou que a companhia vai sempre seguir o tripé proventos de dividendos, oportunidades de investimentos em novos negócios e a questão da alavancagem.

André Moreira, CEO da Taesa, garantiu que a empresa continuará a participar de leilões de transmissão, inclusive os previstos para esse ano.

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Segundo ele, para participar dos leilões, a empresa está sempre considerando a capacidade de obter financiamento, acessando mercado de capitais, banco de fomente ou outra fonte, associado à expertise da empresa, para se posicionar no leilão buscando a rentabilidade.

Análise dos resultados

Em relatório de análise dos resultados, o Morgan Stanley apontou que a Taesa (TAEE11) teve um Ebitda regulatório abaixo das estimativas, mas com lucro líquido regulatório acima das expectativas.

O Morgan Stanley manteve recomendação underweight para a Taesa (TAEE11) depois do resultado do 4T22 porque vê a ação pouco atraente em relação aos concorrentes, embora os dividendos estejam atualmente acima dos pares. O banco tem preço-alvo de R$ 35/ação.

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Neutros

Para o Itaú BBA, os resultados do 4º trimestre foram considerados neutros. O Ebitda ficou 7% abaixo do esperado, dada a receita pouco abaixo do esperada, combinada com um PMSO um pouco acima, enquanto o resultado final superou nossos números.

“Houve um anúncio de dividendos muito pequeno neste trimestre (R$ 26 milhões), visto que a empresa já divulgou a maior parte do valor total dos dividendos relativos a 2022”, acrescentou.

Sobre a relação entre a dívida líquida e o Ebitda, esta ficou estável no trimestre, em 3,7 vezes. “Projetamos um aumento da alavancagem da empresa para os próximos anos (superior a 4x), dado o grande capex esperado dos projetos em construção”, destacou.

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A recomendação do BBA para os papéis da Taesa é underperform, com preço-alvo para o final de 2023 de R$ 35,95.