Suzano corta capex em 2026 e anima bancos com maior geração de caixa

Redução do capex decorre principalmente da operação de troca de madeira com a Eldorado, além da conclusão de projetos de expansão relevantes

Felipe Moreira

(Divulgação)
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A Suzano (SUZB3) anunciou nesta terça-feira (9) sua projeção de investimentos (capex) para 2026, estimada em R$ 10,9 bilhões, e reafirmou o desembolso de R$ 13,3 bilhões para 2025. A maior parte da cifra prevista para o próximo ano, R$ 7,3 bilhões, será desembolsada em manutenção de instalações. A fabricante de papel e celulose estima investimento de R$ 2,6 bilhões em terras e florestas e R$ 800 milhões em projetos de expansão e modernização.

O JPMorgan avaliou como positiva a queda anual de 18% no capex projetado para 2026, destacando que a redução deve elevar em cerca de 1,6 ponto percentual o rendimento de fluxo de caixa (FCF yield) estimado para o período.

O valor estimado para 2026 está 2% abaixo dos R$ 11,1 bilhões previstos pelo Morgan Stanley e 17% abaixo do consenso da Visible Alpha de R$ 13,2 bilhões. Segundo o banco, a redução sequencial do capex decorre principalmente da operação de troca de madeira com a Eldorado, realizada em agosto, além da conclusão de projetos de expansão relevantes.

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Segundo a Ativa, o anúncio fortalece a percepção de que a Suzano entra em um novo patamar de investimentos, mais compatível com a maturidade de seu pipeline de crescimento e com a expectativa de desalavancagem gradual.

Já o Bradesco BBI avaliou o anúncio como neutro, visto que a projeção atualizada de investimentos está em grande parte alinhada às expectativas do mercado.

Analistas do BBI lembram que a empresa ainda tem aproximadamente US$ 1,2 bilhão (R$ 6,5 bilhões) em desembolsos relacionados à aquisição da KC, que devem se concretizar no segundo semestre de 2026, e que, uma vez concluída a transação, o capex anual de manutenção deverá aumentar em cerca de US$ 100 milhões (R$ 500 milhões), o que implica que o capex de 2026 deverá subir de R$ 10,9 bilhões para R$ 11,2 bilhões.

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O Morgan Stanley mantém recomendação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) para Suzano, com preço-alvo de R$ 78 por ação, o que um potencial de valorização de 54%. A casa vê a companhia como a melhor posicionada para se beneficiar da recuperação dos preços da celulose. O banco projeta forte geração de fluxo de caixa livre, com rendimento (yield) entre 14% e 20% para 2026-2027 (antes de aquisições).

A Ativa Investimentos e JPMorgan reiteraram recomendação de compra e preço-alvo de, respectivamente, R$ 68 e R$ 83,50.