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As ações da Suzano (SUZB3) caíram 4,3% na quinta-feira (12), durante Dia do Investidor, performando significativamente abaixo do Ibovespa, que se manteve estável.
O Itaú BBA avalia que a reação do mercado foi exagerada, já que os desafios estruturais relacionados à dinâmica de oferta e demanda do setor nos próximos anos, apresentados pela administração da Suzano no evento, são amplamente conhecidos e não deveriam ter sido uma surpresa.
“Além disso, acreditamos que o momentum de curto prazo está melhorando e não descartamos a possibilidade de um aumento de preço do BHKP [celulose branqueada de madeira de fibra curta] entre US$ 10 e 20 a tonelada em dezembro”, acrescenta o banco.
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Na avaliação da Genial Investimentos, o movimento das ações refletiu fatores macroeconômicos externos e uma interpretação errônea da opcionalidade do management, e não uma deterioração dos fundamentos intrínsecos da companhia.
A corretora identificou três fatores principais por trás da reação do mercado.
Primeiro, a recente queda nas taxas de juros nos EUA gerou expectativas de contração do dólar frente ao real, cenário normalmente negativo para exportadores. No entanto, a Genial destaca que esse ambiente pode se inverter próximo ao ciclo eleitoral de 2026, período historicamente associado ao aumento do prêmio de risco do país, elevando o câmbio.
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Em segundo lugar, a revisão para cima do TOD (dívida operacional-alvo) para 2027 causou desconforto entre investidores, mas se trata majoritariamente de repasse da inflação e normalização cambial, sem indicar deterioração relevante dos custos internos.
Por fim, a discussão sobre a monetização de ativos não essenciais foi interpretada por alguns investidores como sinal de menor visibilidade sobre o FCF (fluxo de caixa livre) futuro, mas a Genial ressalta que qualquer desinvestimento seria oportunista, voltado à criação de valor e restrito a ativos cuja avaliação de mercado exceda o limite interno de TIR (Taxa Interna de Retorno) da companhia.
Otimismo reiterado com Suzano
A Genial mantém a visão inalterada para o futuro da Suzano, com recomendação de compra e preço-alvo de 12 meses de R$ 63,50, implicando um potencial de valorização de 28%.
A casa observa que o custo mínimo da China segue em trajetória de reversão, enquanto o aperto estrutural do setor e projetos greenfield (novas unidades de produção) permanecem economicamente inviáveis aos preços atuais. Apesar disso, existem alguns vetores de reequilíbrio do mercado, embora nem todos possam ser incorporados ao modelo de precificação da BHKP atualmente. Combinado com a alocação disciplinada de capital da companhia, reforçada por um ciclo de CAPEX (investimentos) menos intenso e pelo robusto FCF Yield (rendimento de fluxo de caixa livre) de 16% estimado para 2026, mesmo considerando preços de celulose em US$ 550/tonelada (-14% em relação à média dos últimos três anos), a Genial avalia que o desempenho recente das ações reflete um deslocamento temporário, e não uma mudança estrutural nos fundamentos.
Além disso, a companhia continua sendo negociada a um EV/Ebitda (Valor da Firma / Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) para 2025 de 5,7 vezes, abaixo da média histórica de 7 vezes, o que a Genial considera um desconto excessivo.
O Itaú BBA também reiterou classificação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) e preço-alvo de R$ 58.
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Apesar de uma perspectiva mais cautelosa em relação à dinâmica de oferta e demanda do mercado de celulose, prevendo que a oferta superará a demanda nos próximos anos, o Bradesco BBI disse gostar da postura disciplinada e conservadora da administração da Suzano em relação à alocação de capital. A empresa reforçou que seu foco nos próximos 2 a 3 anos será extrair valor das aquisições recentes e reduzir seu endividamento.
Além disso, a administração parece cada vez mais focada em impulsionar a eficiência operacional e implementar iniciativas de redução de custos em suas operações atuais. No geral, o BBI reiterou recomendação de compra para as ações da Suzano e considerou a atual movimentação de preços como uma oportunidade de compra.
O JPMorgan, por sua vez, reitera sua visão positiva sobre a Suzano. Apesar do ambiente desafiador, a companhia está bem posicionada, com custos muito baixos e foco em melhoria contínua, desalavancagem e alocação disciplinada de capital. A ação é negociada a 4,9 vezes EV/Ebitda esperado para 2026, e o banco mantém recomendação overweight e preço-alvo de R$ 83,50.
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