‘Susto’ não impede rali e Petrobras dispara 8%; Eletropaulo salta 14%

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta quarta-feira

Paula Barra

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – As ações da Petrobras, Vale e siderúrgicas, que exibiram ganhos de até 12% nesta tarde, mergulharam 5% após decisão inesperada da Standard & Poor’s. O susto fez com que os papéis fechassem longe das máximas do dia, mas ainda em fortes ganhos. A agência – primeira a tirar o grau de investimento do País, em 9 de setembro do ano passado – rebaixou hoje o rating do Brasil de “BB+” para “BB”, com perspectiva negativa. 

 Em relatório, a S&P disse que vê mais um ano de intensa contração econômica para o Brasil, com investigações de corrupção e Petrobras empurrando o PIB (Produto Interno Bruto) para queda. “O timing foi o mais surpreendente, não esperávamos isso para agora. Mas é o downgrade menos relevante de fato”, disse Solange Srour, economista-chef da ARX Investimentos. Segundo ela, a notícia faz menos preço hoje do que em outros momentos por conta do cenário externo do dia, extremamente otimista.

Por conta disso, apesar do susto, os papéis da Petrobras, Vale e siderúrgicas seguiram em altas expressivas no Ibovespa, que chegou a perder 1.000 pontos com a notícia, indo para 41.197 pontos. No exterior, o mercado digeria com bom humor a disparada do petróleo, após posição do Irã de dar apoio à ação da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) para limitar a produção. 

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Já o dólar até deu um leve salto com a notícia mas ainda encerrou em baixa de quase 2%, a R$ 3,9940 na venda, maior queda desde o fechamento de 28 de dezembro, quando caiu 2,1%. O movimento levou as ações exportadoras para o lado negativo do Ibovespa nesta sessão, como as do setor de papel e celulose Fibria e Suzano e a fabricante de aeronaves Embraer. 

 

Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa desta quarta-feira:

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Petrobras (PETR3, R$ 6,78, +7,79%; PETR4, R$ 4,68, +5,41%)
Apesar de longe dos ganhos de 11% registrados na máxima do dia, os papéis Petrobras fecharam em forte alta, acompanhando os preços do petróleo no mercado internacional. Lá fora, o petróleo Brent registrava alta de 6,59%, a US$ 34,30 o barril, após Irã apoiar o acordo da Arábia Saudita e Rússia para estabilizar o mercado de petróleo ao congelar o nível de oferta, mas sem dizer se limitaria sua própria produção. 

Destaque também para a notícia de que o BNDES, o Banco do Brasil e a Caixa podem trocar a dívida da Petrobras por ações para auxiliar a estatal, de acordo com duas fontes familiarizadas com o plano ouvidas pela Reuters. O swap iria oferecer uma tábua de salvação do governo para a companhia.

Um integrante da equipe econômica do governo confirmou que as autoridades estavam considerando essa opção entre outras. Vale destacar que o BTG Pactual foi o primeiro a levantar essa opção em nota distribuída a clientes na véspera.

Além disso, o projeto para a flexibilização das regras do pré-sal não deve ser votado hoje por uma manobra do PT, segundo informações do jornal O Globo. A mudança é vista como muito importante por várias razões: (1) ajudaria a Petrobras, que não tem recursos para entrar nos leilões agora; (2) ajudaria a deslanchar as concessões e poderia atrair mais investimentos para o país; (3) ajudaria a melhorar a imagem do governo junto aos investidores. Ou seja, seria benéfica para o país no momento.

Vale e siderúrgicas
Apesar do mergulho com a S&P, as ações da Vale (VALE3, R$ 11,91, +5,49%; VALE5, R$ 8,59, +4,00%) conseguiram sustentar fortes ganhos, seguindo o otimismo das demais mineradoras no exterior. Por sua vez, os papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 4,00, +0,25%) – holding que detém participação na Vale – descolaram do movimento positivo e fecharam praticamente estáveis. Na máxima, eles subiram 6,77%, a R$ 4,26. Já a siderúrgicas Usiminas (USIM5, R$ 1,00, +6,38%) seguiu em fortes ganhos, enquanto CSN (CSNA3, R$ 4,55, +2,71%), Gerdau (GGBR4, R$ 4,22, +2,93%) e Gerdau Metalúrgica (GOAU4, R$ 1,44,+2,86%) perderam força após subirem cerca de 9%. 

No radar das siderúrgicas, a diretoria da Usiminas deverá propor hoje ao seu Conselho de Administração um aumento de capital da siderúrgica, segundo apurou o Broadcast. O montante dessa capitalização deve ser de cerca de R$ 1 bilhão, conforme fontes próximas à companhia. No entanto, até o momento não há consenso sobre o tema entre os dois principais sócios da siderúrgica, Ternium e Nippon Steel. Ainda assim, um desfecho sobre esse capítulo poderá ocorrer nesta quarta-feira, em reunião do colegiado que acontecerá em São Paulo. Uma capitalização como única alternativa para a Usiminas foi antecipada pelo Broadcast em janeiro.

Smiles (SMLE3, R$ 31,10, -4,01%)
As ações da Smiles lideraram as perdas do Ibovespa nesta sessão, acumulando no ano queda de 10%. Em entrevista ao InfoMoney, divulgada nesta quarta-feira, o gestor da NCH Capital, James Gulbrandsen, fez alerta sobre investimentos em ações ligadas a bancos neste momento. “Não compraria nada ligado a bancos agora. Está muito perigoso ter essas ações”, disse. Além dos papéis das próprias instituições financeiras, ele vê como arriscado investimentos em empresas, como Cielo, Smiles e Multiplus. (Para conferir a entrevista completa, clique aqui). 

Exportadoras 
As ações da Fibria (FIBR3, R$ 40,20, -1,03%) e Suzano (SUZB5, R$ 14,62, -0,88%), do setor de papel e celulose, voltadas para exportação, apareceram entre as poucas quedas do Ibovespa hoje em meio à forte queda do dólar. Ontem, esses papéis figuraram entre as maiores altas do Ibovespa, mas carregam no ano quedas acima de 20%. Hoje, o dólar encerrou em q
ueda de quase 2%, apesar do corte do rating do Brasil no fim da tarde pela Standard & Poor’s, de “BB+” para “BB”, mantendo perspectiva negativa.  

Elétricas
As ações do setor elétrico lideravam os ganhos do Ibovespa, mas quem chamou mais atenção foi a Eletropaulo (ELPL4, R$ 9,06, +13,96%), que é negociada fora do índice. Nesta tarde, uma notícia da Folha de S. Paulo de que a empresa estaria à venda levou a ação para disparada de 28% na Bolsa, maior alta desde 2006. Mais tarde, no entanto, a empresa negou a informação. 

Segundo o jornal, a empresa foi colocada à venda, junto com a  AES Sul. Mais cedo, a empresa afirmou que Britaldo Pedroso Soares, da AES Brasil e da Eletropaulo, deixou o cargo nesta manhã a presidência executiva das empresas. Em seu lugar, assume na Eletropaulo Charles Lenzi, ex-executivo da distribuidora e que ocupava o cargo de presidente da Abragel. Para a presidência executiva do grupo foi escolhido o venezuelano Julien Nebreda. De acordo com a Folha, os principais ativos que ficarão à venda serão as distribuidoras, mas haveria a possibilidade de que a geradora também fique à venda, com a mudança de estratégia do grupo.

No setor, outras elétricas também subiram forte nesta sessão, como: Cemig (CMIG4, R$ 6,57, +8,60%), CPFL Energia (CPFE3, R$ 16,61, +4,73%), Copel (CPLE6, R$ 24,00, +3,45%) e Light (LIGT3, R$ 9,21, +8,99%). 

Oi (OIBR4, R$ 1,86, +3,33%)
As ações da Oi subiram forte, após informações do Valor de que o fundo LetterOne poderá propor a capitalização de US$ 4 bilhões da Oi, mesmo sem a TIM (TIMP3, R$ 6,39, +1,43%). O projeto principal ainda é consolidar o setor de telefonia no país e esta seria uma alternativa. O entrave estaria em entender o que quer de fato a Telecom Italia, já que o plano é levar uma proposta que agrade, para que tenha chance real de concretização. 

Indústrias Romi (ROMI3, R$ 1,54, +2,67%)
A indústrias Romi viu seu lucro mais do que quadruplicar no quarto trimestre de 2015, impulsionado pela venda de dois imóveis. O lucro líquido da Romi foi de R$ 23,1 milhões, ante os R$ 5,6 milhões de igual período de 2014, sendo R$ 21 milhões provenientes da venda de imóveis. A receita operacional líquida foi de R$ 212,4 milhões, alta de 13%. O Ebitda somou R$ 39,9 milhões no trimestre, alta de 175%.  

OGPar (OGXP3, R$ 0,03, +50,0%)
Ao responder uma solicitação da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) sobre uma movimentação atípica de seus papéis entre 29 de janeiro e 15 de fevereiro, a OGPar solicitou à autarquia que suspenda as negociações de aluguéis das ações OGXP3 e OGSA3.

Apesar de afirmar não conhecer nenhum fato que explique a forte oscilação de seus papéis, a companhia disse que “um fator que afeta a oscilação do preço das ações é o grande número de aluguéis, que permitem ser realizadas vendas a descoberto por investidores especulativos”.

De acordo com o comunicado da empresa, o pedido de suspensão ocorre “tendo em vista a condição de Recuperação Judicial em que se encontram, com objetivo de evitar esse tipo de movimento predatório do valor de mercado”. O entendimento da OGX é de que tal preocupação deve, de fato, ser estendida ao contexto da Companhia”, diz o comunicado.

Braskem (BRKM5, R$ 24,01, +0,04%)
A Sudene aprovou a participação de recursos do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste no valor de até R$ 188,3 milhões para projeto de modernização e melhoria da confiabilidade operacional da Central de Petroquímicos Básicos da cia. em Camaçari (BA). A Braskem também teve aval da Sudene para até R$ 63 milhões para modernização das unidades industriais de vinílicos em Maceió e Marechal Deodoro, em Alagoas. 

Os encargos financeiros do empreendimento correspondem a 9% e a participação dos recursos do FDNE está limitada a 45% do investimento total a ser realizado, segundo resoluções publicadas no Diário Oficial.

Embraer (EMBR3, R$ 29,50, +0,03%)
Em entrevista à Bloomberg Television durante o Singapore Airshow, o diretor comercial da Embraer, John Slattery, afirmou que a Indonésia é um mercado incrível. A companhia busca crescer no restante da região Ásia-Pacífico depois de ampliar presença na China. Segundo ele, a empresa poderá vender até 100 aviões em mercados emergentes como Indonesia. A Embraer afirmou ainda que está comprometida com Ásia e quer crescer na região. 

Restoque (LLIS3, R$ 7,45, -12,20%)
As ações da Restoque seguiram correção iniciada na véspera após subir mais de 300% do dia 21 de janeiro até a última segunda-feira. Por trás da euforia, compras de ações por 2 nomes de peso dentro da empresa – Márcio Camargo (presidente do conselho de administração) e Marcelo Lima (vice-presidente do conselho). Conforme documentos enviados à CVM, eles atingiram em 4 de fevereiro 40,8% do capital social da empresa. As compras foram feitas, principalmente, entre os dias 4 a 29 de janeiro, quando compraram cerca de 22,9 milhões de papéis, conforme mostra a posição consolidada do mês passado da empresa. 

Citando fontes, uma reportagem do Valor desta terça-feira aponta que as compras dos seus controladores podem estar relacionadas ao interesse dos sócios em fechar capital da Restoque, o que teria motivado novas altas da ação. Outra hipótese levantada pelo jornal é que Marcelo Lima e Márcio Camargo vão ampliar ainda mais a participação acionária para conseguir aprovar, na próxima assembleia de acionistas, um novo plano de reestruturação. 

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