Suspensão russa faz gás natural saltar 30% na Europa; petróleo sobe com pequeno corte de produção da Opep+

Noticiário é movimentado para as commodities, com investidores repercutindo desfecho da reunião dos países exportadores de petróleo; euro perde força

Equipe InfoMoney

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Os futuros do gás natural chegaram a subir cerca de 30% na Europa com a notícia de que a Rússia suspendeu o fornecimento de gás natural ao continente por tempo indeterminado para supostamente resolver uma falha técnica no gasoduto Nord Stream.

Os contratos TTF, que tinham terminado a sessão de sexta-feira nos 214,6 euros por megawatt hora (MWh), o valor mais baixo das últimas duas semanas, chegou a saltar quase 33%, para 284 euros.

Suspeita-se que a medida tenha sido uma retaliação à proposta dos EUA e Europa Ocidental para colocar um teto de preços no petróleo russo. Diante da grave situação, a Alemanha estuda pacote de 65 bilhões de euros para conter os preços de energia aos consumidores. Vale lembrar que na quinta-feira o Banco Central Europeu se reúne para decidir a taxa de juros no bloco.

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Na sexta-feira, a estatal russa Gazprom anunciou que as atividades do gasoduto Nord Stream, principal meio de fornecimento de gás natural para os países da União Europeia, permanecerão paralisadas por causa de uma nova falha. Em comunicado oficial, a Gazprom relatou ter identificado alguns vazamentos de óleo durante os trabalhos de manutenção em andamento na estação compressora de Portovaya.

“As falhas e danos identificados não permitem a operação segura e sem problemas do motor da turbina. Por esta razão, o transporte de gás foi completamente interrompido”, explica a estatal em seu canal Telegram.

Inicialmente, a paralisação da unidade da Gazprom que envia combustível fóssil para os demais países europeus estava programada para até o dia 2 de setembro para a realização da manutenção de uma das centrais de compressão localizada no norte da Alemanha. Na sexta, no entanto, a Gazprom não deu nenhuma indicação sobre a duração do fechamento do Nord Stream, apenas disse que os fluxos de gás não poderão começar até que os problemas “sejam eliminados”. “Uma carta sobre as avarias identificadas e a necessidade de sua eliminação foi enviada ao presidente e CEO da Siemens Energy AG, Cristian Bruch”, acrescentou a Gazprom, segundo a qual “o relatório de detecção de vazamento de óleo também foi assinado por representantes da Siemens”, fabricante da turbina.

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Por sua vez, a empresa alemã Siemens, que constrói as turbinas que permitem o funcionamento do Nord Stream, afirmou que um vazamento de óleo não é motivo técnico suficiente para justificar o fechamento do gasoduto e a interrupção do fornecimento de gás à Alemanha e à Europa pela estatal russa Gazprom.

“Vazamentos desse tipo normalmente não afetam a operação de uma turbina e podem ser selados”, disse a Siemens em comunicado. “Encontrar um problema desse tipo não constitui motivo técnico para interromper a operação do gasoduto”, acrescenta.

Com a reabertura adiada, o euro voltou a cair abaixo do valor do dólar na sexta, movimento que se prolongou na segunda-feira. A moeda única, que estava acima até o anúncio da estatal russa, cai 0,61%, para US$ 0,9932 nesta segunda, descontando o aumento do risco de uma recessão europeia devido à escassez de gás russo durante o inverno. Na mínima do dia, chegou a US$ 0,9881.

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Atenção à reunião da Opep+

O grupo de alguns dos produtores de petróleo mais poderosos do mundo concordou nesta segunda-feira com um pequeno corte na produção a partir do próximo mês, surpreendendo os mercados de energia em um momento de considerável turbulência.

Os parceiros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) decidiram reduzir as metas de produção em cerca de 100 mil barris por dia a partir de outubro.

No mês passado, a Opep+ concordou em aumentar a produção de petróleo em apenas 100 mil barris por dia. O minúsculo aumento foi amplamente interpretado como uma rejeição ao presidente dos EUA, Joe Biden, após sua visita à Arábia Saudita para pedir ao chefe da Opep que bombeie mais petróleo para diminuir os preços e ajudar a economia global.

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A Opep+ disse em comunicado que a decisão de segunda-feira de voltar aos níveis de produção de agosto foi porque o ajuste para cima foi “destinado apenas para o mês de setembro”.

A próxima reunião está marcada para 5 de outubro.

Os preços do petróleo negociam em alta nesta segunda-feira. Os futuros do petróleo Brent de referência internacional subiram 3,9%, para US$ 96,63 por barril, por volta das 9h45 (horário de Brasília) enquanto os futuros do West Texas Intermediate dos EUA saltaram 3,6%, para US$ 90 por barril.

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Os preços do petróleo caíram cerca de 25% desde o início de junho, depois de atingirem altas de vários anos em março. O declínio foi alimentado por preocupações crescentes de que os aumentos das taxas de juros e as restrições relacionadas à Covid em partes da China possam desacelerar o crescimento econômico global e reduzir a demanda por petróleo.

O anúncio da Opep+ ocorre em meio a uma disputa energética amarga e crescente entre a Rússia e o Ocidente, com muitos na Europa profundamente preocupados com a perspectiva de recessão e escassez de gás no inverno.

Enquanto isso, os participantes do mercado estão monitorando de perto a perspectiva de um aumento na oferta de petróleo iraniano se Teerã puder garantir uma versão renovada do acordo nuclear de 2015.

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(com Reuters)

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