Super Terça, PIB do Brasil e coronavírus: o que acompanhar na próxima semana

Tudo que o investidor precisa saber antes de operar na semana

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Enquanto o novo coronavírus segue no centro das atenções dos investidores no mundo todo, a agenda de indicadores ganha força, com destaque para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. No exterior, a atenção se volta para a corrida eleitoral com a “Super Terça”.

Na quarta-feira (4) o mercado volta suas atenções para o dado do PIB do Brasil do quarto trimestre e acumulado de 2019. Segundo projeções compiladas pela Bloomberg, a economia brasileira deve registrar leve alta de 0,6% na comparação trimestral.

Apesar disso, o mercado já está de olho nos números deste início de ano, tentando avaliar os impactos do coronavírus na economia. Para isso, na segunda-feira (2) sai o relatório Focus com as novas projeções dos economistas, além do PMI manufaturas e da balança comercial.

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Diante dos dados fracos dos meses passados (antes do coronavírus), se estes novos números seguirem indicando um desempenho menor, o mercado pode elevar as apostas de um novo corte na Selic em breve.

Enquanto isso, o câmbio segue um dos principais itens no radar, com a moeda chegando a superar R$ 4,50 durante o último pregão. O Banco Central tem feito atuações relativamente pontuais com swaps, que analistas consideram mais focadas em suavizar o movimento do que em segurar o câmbio.

Na política, nos próximos dias o Congresso volta aos trabalhos após a longa pausa de Carnaval e os investidores ficarão atentos ao ambiente após a polêmica entre o presidente Jair Bolsonaro sobre o protesto marcado para 15 de março.

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Este cenário deve ajudar o mercado a entender o clima, principalmente com a pauta das tributária e administrativa no caminho. Entre as propostas, a autonomia do Banco Central pode ser votada na terça-feira (3) e marco regulatório do Saneamento Básico também pode ser votado na semana.

No radar corporativo, a temporada de resultados do quarto trimestre volta a ganhar força, com pelo menos 18 balanços sendo divulgados. Entre os destaques, BRF apresenta seus números de fim de ano na terça, enquanto na quarta será a vez de CSN e Arezzo.

Já na quinta-feira (5), Iochpe-Maxion, Natura, Randon, Odontoprev, CCR, B3 e entre outras divulgam seus resultados.

Eleições agitam o exterior

No mercado internacional, atenção especial para a Super Terça, considerado o dia mais importante das primárias. Neste dia, 14 estados e um território irão às urnas na corrida eleitoral democrata, sendo que apenas neste dia estará em disputa um terço dos delegados totais.

Comumente, esta data tende a trazer definições para a disputa. Neste ano, com ainda tantos candidatos democratas, é possível que no dia seguinte alguns nomes retirem suas candidaturas enquanto, caso um deles consiga uma grande quantidade de delegados, pode encaminhar a sua escolha como o candidato do partido.

O senador Bernie Sanders segue como favorito, mas nada está definido. A Super Terça ganha um fator especial desta vez porque marcará também a entrada do ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg nas primárias. Ele já bateu recorde de gastos em uma campanha, mas não foi bem nos debates que participou, o que deixa dúvidas sobre a força de sua campanha.

Entre os indicadores, atenção ainda para o relatório de emprego (Payroll) nos Estados Unidos, além dos PMIs chineses e europeu de fevereiro. Todos estes dados podem trazer alguma indicação dos primeiros impactos do coronavírus na economia ao redor do mundo.

Clique aqui para conferir a agenda completa de indicadores e resultados.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.