“Super quarta” conta com decisões do Fed e BC e mais dois dados que agitarão mercado; veja o que esperar

Além do Copom e do Fomc, investidores ficarão atentos a dados de emprego e PIB dos EUA

Lara Rizério

(Montagem: Divulgação e Agência Brasil)

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SÃO PAULO – Mais uma “Super quarta” movimentará os mercados. E, desta vez, além das decisões “duplas” de política monetária tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, com ambos devendo decidir por um novo corte de juros, nesta quarta-feira (30) outros dois importantes indicadores para o mercado americano e, consequentemente, para os investidores mundiais, guiarão os negócios. São eles: a primeira prévia do PIB dos EUA do terceiro trimestre e o ADP de outubro.

Isso faz com que muitos investidores do mercado financeiro classifiquem a próxima sessão como “Extreme Wednesday” – ou “quarta-feira extrema”.

O primeiro indicador a ser divulgado é o ADP – os dados de emprego no setor privado – às 9h15 (horário de Brasília). Apesar do relatório de emprego, divulgado na próxima sexta-feira (1), ser considerado mais relevante e visto com mais atenção pelos investidores, o ADP será observado uma vez que poderá influenciar na decisão de política monetária do mesmo dia, dando maior tranquilidade para os integrantes do Federal Reserve em caso de números fortes ou aumento da pressão para cortes mais expressivos de juros se os dados vierem mais fracos.

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A estimativa mediana, segundo consenso da Bloomberg, é de criação de 110 mil vagas, com leve desaceleração ante os 135 mil registrados no mês passado.

Logo na sequência, às 9h30, será revelada a primeira prévia do PIB dos EUA do terceiro trimestre, também com expectativa de desaceleração. Se no segundo trimestre a economia cresceu 2% na taxa anualizada, a expectativa mediana de acordo com o consenso da Bloomberg é de um crescimento de 1,6%. Neste sentido, vale a mesma lógica: caso os números decepcionem, a pressão para um corte de juros mais forte pode aumentar.

A aposta majoritária dos investidores no momento é de que haja um corte de 0,25 ponto percentual, para o intervalo entre 1,5% e 1,75%.

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“A despeito do dissenso na reunião anterior, o Fed deverá continuar com uma política monetária preventiva. Apesar dos recentes avanços nas negociações entre EUA e China e entre Reino Unido e União Europeia, os riscos advindos do cenário global mantêm se assimétricos para baixo, principalmente para a indústria norte americana”, afirma a equipe de análise econômica do Bradesco BBI.

Já para as próximas reuniões, o cenário é mais incerto; por enquanto, os investidores veem uma pausa nos cortes e precificam uma chance de apenas 18% de haver uma extensão das quedas para a reunião do Fomc de dezembro. Desta forma, estarão bem de olho nas indicações contidas no comunicado da autoridade monetária americana.

Copom ganha atenção após fechamento do mercado 

Passada a decisão de política monetária norte-americana, será a vez da divulgação da decisão de juros do Banco Central brasileiro. O Comitê de Política Monetária (Copom) revelará a sua decisão sobre a Selic a partir das 18h da próxima quarta, com a expectativa unânime de um corte de juros em 0,50 ponto percentual, para 5% ao ano, na nova mínima histórica, conforme apontam projeções de 45 economistas.

Além disso, a expectativa é de que o comitê do Banco Central continue vendo espaço para mais quedas de juros, tendo em vista o cenário benigno para a inflação e de atividade ainda fraca. A curva de juros projeta um corte adicional de 0,50 ponto percentual no Copom de dezembro e grande chance de outra redução, na ordem de 0,25 p.p., na primeira reunião do ano que vem (levando a Selic para 4,25%).

Vale destacar que alguns bancos veem os juros caindo ainda mais. O Bank of America reduziu a estimativa de Selic para 4,50% no fim do ano e para 4,0% em 2020, de 4,75% estimado anteriormente. Os economistas do banco americano elevaram as projeções de PIB para 2019 (de 0,7% para 1%) e para 2020 (de 1,9% para 2,4%) , mas apontam que a ampla lacuna na produção permite maior flexibilização monetária.

Já a equipe econômica da XP avalia que o tom de cautela do último Copom será mantido. No comunicado emitido logo após a reunião em setembro, o BC sinalizou que o balanço de riscos para a inflação estava mais benigno e passou a mensagem de que mais cortes seriam necessários. Da última reunião do Comitê até agora, diversos indicadores de atividade econômica foram divulgados, reforçando a mensagem de recuperação gradual da economia brasileira, mas em ritmo mais lento do que o esperado.

Do lado das reformas, houve importantes acontecimentos, sendo o principal deles a aprovação da Previdência no Senado (ainda que com resistência até o último minuto no segundo turno).

“Esperamos que o BC reduza outros 0,5 ponto percentual tanto na próxima reunião quanto na reunião de dezembro, trazendo a Selic para 4,5% em 2019 e permanecendo neste nível até o final de 2020”, projeta a equipe da XP. Confira a análise completa clicando aqui.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.