“Super Quarta” com Fed, Copom, inflação ao produtor nos EUA e serviços no Brasil; os destaques do mercado hoje

Investidores também ficarão de olho na entrevista coletiva com o presidente do Fed, Jerome Powell, após a decisão de política monetária

Felipe Moreira

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Os índices futuros dos EUA operam em alta nesta quarta-feira (13), com investidores se preparando para decisão sobre juros do Federal Open Market Committee (Fomc), do Federal Reserve (Fed), nos EUA.

Hoje, às 16h (horário de Brasília), o Banco Central dos EUA, vai divulgar sua decisão, seguida por uma entrevista coletiva com o presidente do Fed, Jerome Powell, às 16h30.

Espera-se que o Fed mantenha a taxa de juros na faixa de 5,25% a 5,5%, mas os investidores também analisarão os comentários de Powell para obter pistas sobre quando os cortes nas taxas podem ser esperados.

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Os investidores também ficarão de olho no índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) de novembro, com divulgação para às 10h30.

Por aqui, os olhares também se voltam para a divulgação da taxa básica de juros, a Selic, pelo Copom. O consenso do mercado é de corte de 0,50 p.p., conforme reiteradamente sinalizado pelo próprio Copom na última decisão. Confirmado o corte, a Selic chegaria ao patamar de 11,75% ao ano.

Além da política monetária, investidores aguardam pela Pesquisa de serviços divulgada pelo IBGE.

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Na seara política, os indicados pelo presidente Lula para os cargos de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, e procurador-geral da República, Paulo Gonet, serão sabatinados no Senado.

1.Bolsas Mundiais

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam em alta, com investidores à espera da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed).

Na véspera, as ações dos Estados Unidos fecharam nos maiores níveis de 2023 nesta terça-feira, depois que dados de inflação pouco alteraram as opiniões do mercado sobre quando o Federal Reserve cortará os juros, enquanto investidores aguardavam a última decisão de política monetária do ano do banco central dos EUA.

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O índice de preços ao consumidor de novembro subiu 3,1% em uma base anual, em linha com estimativas de economistas consultados pela Reuters, conforme uma queda nos preços da gasolina foi ofuscada por um aumento nos aluguéis. O núcleo do índice de preços, que exclui itens voláteis como os custos de alimentos e energia, também correspondeu às expectativas e mostrou um aumento anual de 4%.

As expectativas de um corte de pelo menos 0,25 ponto percentual em março caíram de cerca de 50% para 43,7% antes dos dados, de acordo com a ferramenta FedWatch do grupo CME. O mercado está agora precificando uma chance de cerca de 78% de um corte em maio, acima dos 75% registrados na segunda-feira.

Veja o desempenho dos mercados futuros:

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Ásia

Os mercados asiáticos fecharam mistas, com destaque para ações da China liderando as quedas entre os mercados da Ásia-Pacífico na quarta-feira, enquanto os investidores digeriam o plano de Pequim para impulsionar a procura interna, antes da decisão da Reserva Federal dos EUA sobre a taxa de juro.

A decisão surge um dia depois de os líderes da China terem prometido impulsionar a procura interna, dar prioridade ao desenvolvimento de setores estratégicos e enfrentar a crise imobiliária do país, na sequência de uma reunião importante que definiu as prioridades econômicas para 2024.

As medidas declaradas por Pequim estavam em grande parte alinhadas com as expectativas do mercado, de acordo com o BofA Global Research. “Não esperamos que seja lançado um pacote de política ‘bazuca’ com expansão fiscal agressiva ou cortes nas taxas.”

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Europa

Os mercados europeus operam no terreno positivo, enquanto os investidores aguardavam a última decisão de política monetária do ano do Federal Reserve dos EUA.

O Banco Central Europeu (BCE), o Banco da Inglaterra (BoE) e o Banco Nacional Suíço são os próximos na fila, depois do Fed, para divulgação da decisão de juros na quinta-feira,

A economia do Reino Unido contraiu 0,3% em outubro, com os setores de serviços, produção e construção do país encolhendo, mostraram novos dados do Office for National Statistics na quarta-feira.

A queda mensal segue-se ao crescimento de 0,2% em setembro e é pior do que a manutenção que os economistas previam.

Commodities

As cotações do petróleo operam com baixa, com os dados de inflação alimentando a ansiedade entre os investidores de que o Federal Reserve pode não estar pronto para aliviar as taxas de juros.

As cotações do minério de ferro na China fecharam no vermelho, medida que os investidores ficaram cautelosos com possíveis riscos de queda depois que o estímulo anunciado um dia antes, durante uma reunião de definição de agenda de legisladores na China, principal consumidor, ficou abaixo das expectativas.

O minério de ferro de referência de janeiro na Bolsa de Cingapura caiu 2,06 %, para US$ 133,3 a tonelada.

Bitcoin

2. Agenda

A agenda desta quarta-feira é marcada pelas decisões de juros do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, no Brasil, e do Federal Open Market Committee (Fomc), do Federal Reserve (Fed), nos EUA.

Hoje também será divulgada pelo IBGE a Pesquisa Mensal de Serviços.

Brasil

9h: Pesquisa de serviços

18h30: Copom decide taxa de juros, expectativa LSEG de que vá para 11,75%

EUA

10h30: Índice de preços ao produtor

12h30: Estoques de petróleo semanal – EIA

16h: Decisão de taxa de juros pelo Fed, com projeção de manutenção entre 5,25% e 5,5%

16h30: Coletiva de imprensa do presidente do Fed, Jerome Powell

3. Noticiário econômico

Copom deve baixar juros para o menor patamar em quase dois anos

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne nesta quarta para definir a nova Selic, a taxa básica de juros da economia. A decisão será anunciada após as 18h30.

O consenso do mercado é de um corte de 0,50 p.p., conforme prometido pelo próprio Copom na última decisão. Se confirmada, essa será a quarta redução seguida na taxa Selic – que cairá ao menor patamar desde março de 2022, quando estava em 10,75% ao ano.

A avaliação da maior parte dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast é de que esse ritmo de cortes deve ser mantido para as próximas reuniões.

Das 57 instituições ouvidas, 51 (89%) esperam cortes sequenciais de 0,5 ponto nos juros até a reunião de março de 2024. Outras cinco casas (9%) veem aceleração dos cortes para 0,75 ponto nesse período, sendo que três projetam essa aceleração já para janeiro e duas a partir da reunião de março. A previsão do mercado indica que a Selic chegará a 9,5% no fim desse ciclo de cortes.

Senado aprova taxação de apostas esportivas online, mas deixa cassino de fora

O Senado aprovou, na última terça-feira (12), por 37 votos a 27, a emenda que retirou do projeto de lei das apostas esportivas a inclusão de jogos on-line nessas bets.

A emenda é do líder do PL, Carlos Portinho (RJ), que retirou do texto a regulamentação da taxação sobre jogos online (ou seja, cassinos). A cobrança de imposto continuará apenas para os chamados “eventos reais”, ou seja, uma partida de futebol ou basquete.

O trecho destacado retira do relatório a possibilidade de se taxar “evento virtual de jogo on-line”. Senadores da oposição utilizaram argumentos do ponto de vista de costumes para defenderem a modificação do texto (de que estariam liberados jogos de aposta, cassinos e caça-níqueis). Na prática, a derrubada do trecho retira a possibilidade de se taxar essas atividades.

4. Noticiário político

Dino e Gonet são sabatinados no Senado nesta quarta

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado vai sabatinar simultaneamente neesta quarta, às 9h, os indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para os cargos de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, e procurador-geral da República, Paulo Gonet.

Ao tomar posse, Flávio Dino substituirá a ministra aposentada do STF Rosa Weber; e Paulo Gonet, o ex-PGR Augusto Aras.

5. Radar Corporativo

WEG (WEGE3)

A WEG (WEGE3) aprovou nesta terça-feira (12) juros sobre o capital próprio (JCP) no montante bruto de R$ 301,8 milhões, equivalente a R$ 0,071941176 por ação.

O pagamento será realizado com base na posição acionária de 15 de dezembro de 2023, sendo as ações consideradas “ex-juros sobre capital próprio” a partir de 18/12/2023.

O pagamento aos acionistas ocorrerá em 13 de março do próximo ano.

(Com Estadão, Reuters e Agência Brasil)