Sua curva de capital está descendente? Proteja-se com o manejo de risco

Fixed Fraction Exposure, mais conhecido como f%, é um dos métodos para o trader limitar suas perdas e conservar o patrimônio

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Quando tratamos de investimentos no mercado de ações, independente da corrente analítica (análise técnica ou análise fundamentalista), a chave do sucesso para ser um investidor bem sucedido pode estar no manejo do capital.

A visão simplista pode não agradar no primeiro momento, pois tanto na análise técnica como na análise fundamentalista são considerados inúmeros fatores particulares. Apesar desta verdade, o trade depende, essencialmente, do movimento dos preços para seu sucesso.

Como não correlacionar o rompimento de um pivô de alta, no caso da análise técnica, ou o alcance de um preço-alvo projetado diante o desconto do fluxo de caixa sem considerar os preços? Impossível.

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Por isso, o trader que pretende lucrar com as oscilações de preços no mercado precisa coordenar com eficiência ponto de entrada e stop loss da operação, ou seja, elaborar uma estratégia hábil para proteger seu capital investido.

Fixed Fraction Method
Além do conhecido VAR (Value At Risk), um método de manejo de risco que ganhou fama entre os investidores norte-americanos, principalmente no segmento pessoa física, existe também a opção de utilizar a metodologia do FFE (Fixed Fraction Exposure), popularmente reconhecido pela variável f%.

Em resumo, o FFE é um sistema de manejo de risco que procura identificar qual o melhor percentual do capital total que devemos utilizar em cada operação, afirma o consultor do CHR Investor, Christian Cayre.

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O f% nada mais é que a fração do capital que expomos ao investir, o quanto podemos perder em termos percentuais em caso de prejuízo. Este percentual está diretamente relacionado ao tamanho da conta do investidor, a probabilidade de ganho do trade, a propensão ao risco individual e ao Drawdown da estratégia.

A divisão entre stop loss e valor financeiro máximo arriscado na operação fornece ao investidor a quantidade de contratos que serão operados, ao passo que a conta é refeita a cada operação concluída, tendo em vista a curva de capital.

Desenvolvendo o método
Como exemplo hipotético, Cayre pretende investir R$ 100 mil no mercado financeiro utilizando o FFE para conservar seu capital. Como é um investidor muito conservador, pretende limitar sua perda (stop loss) em R$ 1,25 mil e arriscar 5% do capital total em cada operação.

Em uma série de dez trades, o consultor do CHR Investor registrou o seguinte resultado:

A junção entre manejo de risco e instrumental operacional, como a análise técnica, por exemplo, rendeu nesta simulação R$ 23 mil em dez trades, sem se expor por demais.

O sucesso da estratégia de investimento nesta simulação com uma postura bem conservadora é animador, mas elevar o percentual investido será a melhor estratégia conforme sua propensão de risco? Ou seja, está realmente disposto ao risco para lucrar mais?

Drawdown
Antes de se aventurar no mercado, é necessário mensurar qual é o máximo de perda que esta estratégia pode trazer. Para verificar este percentual, Cayre sugere o cálculo do Drawdown máximo da estratégia.

Drawdown nada mais é que o percentual entre o máximo de retorno da estratégia até o prejuízo máximo proporcionado, ou seja, “quanto se desvaloriza nosso capital total depois de ter alcançado uma máxima relativa”, resume o consultor do CHR Investor.

Para isso, Cayre realizou a mesma simulação para percentuais diferentes de exposição ao mercado, passando à exposição mínima (f% = 2,5%) até um f% de 50%, com boa parte do capital investido no mercado acionário. A simulação com Drawdown absoluto e percentual foi a seguinte:

No caso da estratégia utilizada anteriormente, ou seja, com f% de 5%, o Drawdown absoluto (DD) foi de R$ 2 mil e o percentual (DD%) de 2%, relativo ao total em carteira (R$ 100 mil). Por esta lógica, o maior DD% foi verificado no quinto trade.

Implicações no bolso
Fica evidente que uma exposição maior provoca movimentos mais voláteis em termos de lucro e prejuízo. Contudo, a simulação tem um propósito maior: testar a tolerância do trader em absorver prejuízos.

“Quantos traders resistiriam a um drawdown de 43,41%, levando o total da conta a R$ 78.550, diante dos R$ 100.000 iniciais?”, questione Cayre tendo em vista um f% de 25%, qual proporcionará o maior lucro entre os percentuais de exposição.

Através desta metodologia de manejo de risco, o consultor do CHR Investor demonstrou a importância da gestão do capital antes de investir em qualquer papel, a fim de ponderar, antes de efetivamente operar, os percentuais de lucro e prejuízo envolvidos no trade.

Outro aspecto importante ao investir é testar se sua estratégia é viável estatisticamente, ou seja, aplicar a estratégia utilizando o instrumental de backtest, tendência do mercado brasileiro nos últimos tempos.

Mas este assunto ficará para uma próxima oportunidade.