Standard Bank projeta um cenário pior para crise europeia em 2012

Diante do desempenho trimestral do PIB, banco não espera números positivos no próximo ano; previsão é de euro a 1,20 frente ao dólar

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Standard Bank projeta um ano pior para a Zona do Euro em 2012, olhando para a taxa de crescimento econômico que registrou um avanço de apenas 0,2% no terceiro trimestre deste ano. Diante disso, não é difícil projetar números negativos para o começo do próximo ano, afirmaram os analistas Steve Barrow e Jeremy Stevens do banco sul-africano, em relatório. Com base nessa perspectiva, os especialistas projetam que o euro deverá ser cotado a € 1,20 em relação ao dólar nos próximos seis meses.

A Zona do Euro caminha para uma recessão e o BCE (Banco Central Europeu) responde a essa situação com corte nas taxa de juros, mas essas medidas se mostram insuficientes para conter a crise da região, visto que o aumento da aversão ao risco interbancário está impedindo que taxa Libor (London interbank offered rate) siga a mesma tendência de queda da taxas de juros. Além disso, se o BCE cortar a taxa de juros em 0,5%, a taxa libor não poderá cair significamentemente, podendo até contribuir para aumentar as tensões interbancárias. 

Com isso, o BCE será forçado a fazer enormes injeções de liquidez e, se não for suficiente, vai precisar recorrer ao tipo de flexibilização monetária vista com o Fed e BoE (Bank of England) com o quantitative easing. Entretanto, o Standard Bank alerta que enquanto o quantitative easing for mais para colocar dinheiro na economia do que salvar os bancos, ou os bonds, o BCE terá que fazer o trabalho de ambos. 

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Mais adiante, o banco argumenta que ao invés da autoridade monetária evitar a monetização da dívida, o BCE irá esperar que os governos possam se unir para encontrar medidas para conter a crise da dívida da região. Contudo, “nos acreditamos que eles ficarão um longo tempo nessa situação”.

A União Europeia deveria comprar mais títulos de dívida até os países resolverem adotar medidas mais robustas que talvés resultarão no final da crise, como a monetização, a união fiscal ou a criação de um título único. Além disso, o Standard Bank aponta que sem a ajuda da Alemanha será impossível resolver o problema do bloco econômico. Nesse cenário, os analistas comentam que “nós acreditamos que a crise poderá ser contida dessa maneira, mas projetamos seu término para alguns anos, não meses”.