S&P reafirma rating do Brasil em BBB no longo prazo com perspectiva estável

A agência destaca o compromisso do governo em desenvolver a infraestrutura do País, porém entende que a capacidade do Brasil segue limitada

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – A Standard & Poor’s reafirmou o rating do Brasil em BBB nesta terça-feira (18). Enquanto a perspectiva para o País segue estável, refletindo o compromisso com a estrutura econômica e com as dificuldades associadas para se atingir um nível mais alto de crescimento sustentável do PIB (Produto Interno Bruto).

A agência destaca que são esperados que a estrutura econômica diversificada do Brasil, a sua classe média em expansão e o aumento de seu potencial de exportação sustentem o crescimento do PIB per capita em termos reais em aproximadamente 3% durante os próximos anos. Porém, o rating é restringido pelo alto nível de dívida do governo e por alguns impedimentos estruturais ao investimento necessário para impulsionar o crescimento.

Para a S&P, os fortes resultados no mercado de trabalho, considerando a baixa taxa de desemprego e a taxa de participação de trabalho em níveis recorde podem sugerir tendências subjacentes mais fortes. Além disso, ela destaca as fortes condições do mercado de trabalho, que continuam apoiando um desempenho do consumo relativamente sólido, porém, o investimento continua fraco, acumulando cinco trimestres consecutivos de crescimento negativo.

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Em relação aos investimentos, a S&P aponta para a capacidade limitada do governo federal, dos estados e dos municípios em conseguir executar os investimentos planejados do setor público, principalmente nos setores de aeroportos e portos, onde o governo tem realizado novas concessões para desenvolver a infraestrutura do País.

Perspectivas
A agência espera que a política fiscal complemente a política monetária, dando suporte ao crescimento do PIB nacional, porém ela entende que o Brasil possui um espaço limitado para promover a expansão fiscal sem comprometer as dinâmicas fiscais no médio prazo.

Por fim, a S&P ressalta que se a política de metas de inflação do Banco Central não for bem sucedida, juntamente com uma política fiscal agressiva e um acesso substancialmente maior a empréstimos por parte dos bancos governamentais, a recente melhora macroeconômica pode se reverter e levar ao rebaixamento do rating de crédito soberano do Brasil.

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Confira a metodologia de notas das principais agências:

S&P Moody´s Fitch Grau
AAA
AA+
AA
AA-
A+
A
A-
BBB+
BBB
BBB-
Aaa
Aa1
Aa2
Aa3
A1
A2
A3
Baa1
Baa2
Baa3
AAA
AA+
AA
AA-
A+
A
A-
BBB+
BBB
BBB-
Investimento
BB+
BB
BB-
B+
B
B-
CCC
CC
C
D
Ba1
Ba2
Ba3
B1
B2
B3
Caa
Ca
C
Wr
BB+
BB
BB-
B+
B
B-
CCC
CC
C
D
Especulativo

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.