Soja e milho encerram semana em alta e EUA têm 99% da exportação de milho comprometida

Demanda aquecida e oferta restrita garantem mais uma semana de ganhos para soja e milho na Bolsa de Chicago

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Os preços da soja e do milho acumularam uma forte valorização nesta semana na Bolsa de Chicago. O contrato do milho para julho terminou a sexta-feira (7) cotado a US$ 7,31 por bushel (US$ 17,27 por saca), alta diária de 1,7% e um ganho acumulado de 8,6% na semana. Já o vencimento da soja para julho, subiu 1,3% nesta sexta, para US$ 15,90 por bushel (US$ 35,05 por casa), terminando a semana com uma valorização de 3,5%.

A alta nos preços do milho se justifica pela disponibilidade restrita do cereal no mercado físico, aliada a uma perspectiva de que a oferta poderá ser menor do que o esperado no futuro.

A última estimativa de safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgada no início de abril, prevê que a safra nacional de milho será de 108,9 milhões de toneladas, mas já existe um certo consenso no mercado de que a produção brasileira será inferior a 100 milhões de toneladas.

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Na próxima semana, a Conab divulga sua estimativa de maio e, ao que tudo indica, a estatal tende a ajustar os números referentes à segunda safra, que segue em fase de desenvolvimento e já tem perdas confirmadas no Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Nos Estados Unidos, a safra de milho está sendo plantada. Até agora, os trabalhos foram concluídos em 46% da área estimada, ritmo semelhante ao observado no ano passado. A grande incógnita, no entanto, é o clima. Qualquer efeito negativo sobre o rendimento das lavouras que possa representar uma oferta menor será imediatamente refletivo na Bolsa.

Do ponto de vista de demanda, mesmo tendo atingido os maiores patamares dos últimos oito anos, os preços não têm afastado o interesse dos compradores. Nesta sexta-feira, por exemplo, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) anunciou uma venda de 1,36 milhão de toneladas de milho americano da safra 2021/22 para a China. Além desse volume, outras 188,46 mil toneladas da safra 2020/21 e 101,6 mil da safra 2021/22 foram negociadas para destinos desconhecidos. O anúncio de hoje confirma um rumor surgido durante a semana no mercado, de que a China estava agressiva em sua demanda pelo cereal.

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Na quinta-feira (6), o USDA revelou que as exportações semanais de milho dos Estados Unidos somaram 2,195 milhões de toneladas na semana encerrada em 29 de abril. O volume representa um crescimento de 15% em comparação à semana anterior. Com a atualização do dado, os Estados Unidos passam a ter comprometidos 99% da projeção de exportação feita pelo próprio USDA, ainda faltando alguns meses para o fim da safra.

No caso da soja, a oferta restrita também é o fator chave da alta dos preços. A demanda pelo grão, no entanto, tem como foco a produção de óleo de soja. O produto também tem registrado seguidas altas em Chicago, acompanhando a valorização dos óleos vegetais pelo mundo. No mercado asiático, por exemplo, o óleo de soja negociado na Bolsa de Dalian, na China, teve mais um dia de alta, fechando a semana com ganhos acumulados de 12%. Na Malásia, o óleo de palma renovou máximas em décadas e terminou o último pregão com ganhos de 4,98%.

A China também segue como uma grande demandante de soja. A Administração Geral de Alfândegas da China (GACC, na sigla em inglês) reportou na última madrugada que as compras chinesas de soja no mês de abril somaram 7,45 milhões de toneladas. O número representa um crescimento de 11% em comparação a abril de 2020 e de 4% em relação às importações de março deste ano. De janeiro a abril, as compras de soja chinesas acumulam 28,62 milhões de toneladas, resultado 17% superior ao registrado nos primeiros quatro meses de 2020.

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