Simpar lucra R$ 122 mi no 1T24, alta de 36%; lucro foi 4 vezes acima sem efeito ICMS

A companhia apresentou crescimento de receita e redução de alavancagem no balanço divulgado nesta quinta-feira, 9

Camille Bocanegra

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A Simpar (SIMH3), holding que abarca companhias como JSL (JSLG3), Vamos (VAMO3) e Movida (MOVI3) divulgou o balanço do primeiro trimestre de 2024. O lucro líquido reportado pela companhia foi de R$ 122 milhões, com crescimento de 36% em relação ao observado no mesmo período de 2023.

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A comparação teria sido ainda melhor desconsiderando efeitos de subvenção do ICMS que aconteceram no primeiro trimestre do ano passado. Na prática, conforme explica Denys Ferrez, CFO do grupo, em entrevista exclusiva ao InfoMoney o lucro foi 4 vezes superior ao observado no ano passado. Desconsiderando os efeitos tributário, o crescimento teria sido de 298%, em consonância com o movimento de expansão observado pelo grupo. “As bases estão construídas”, destaca o executivo, fazendo referência às empresas que compõem o grupo.

“A evolução dos resultados reflete o compromisso de extrair o potencial de transformação das nossas empresas, com foco na criação de valor e na ampliação do retorno das oito controladas”, destaca a companhia no comunicado que divulgou o balanço.

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O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado ficou em R$ 2,4 bilhões, com crescimento de 21,4% na comparação anual e 14,8% a mais do que o visto no quarto trimestre de 2023. Na métrica acompanhada pela companhia, o Ebitda ajustado adicionado – que considera o custo contábil de residual da Venda de Ativos imobilizados, visando maior proximidade com o valor real de geração de caixa – ficou em R$ 4 bilhões. A margem cresceu para 33,1%, na comparação trimestral (3,6 p.p. de avanço) mas caiu 1,1 p.p na comparação anual.

A receita líquida ficou em R$ 9,14 bilhões, com avanço de 22,9% em relação ao observado no primeiro trimestre do ano passado. “Crescimento de receita tem sido a tônica da Simpar”, comenta o CFO. O resultado reflete o movimento observado de ajuste após um 2023 mais desafiador para a Vamos, que observou quedas relacionadas a sua frente de concessionárias. “O mercado entendeu que o negócio principal da Vamos é a locação”, afirma Ferrez. A JSL, por sua vez, continua apresentando continuidade de bons números, sendo marcada pela consistência mesmo em uma atividade que lida com complexidade de atuação.

Uma das métricas mais utilizadas no setor, o Retorno sob Capital Investido (ROIC) anualizado produtivo reflete com maior exatidão o momento da Simpar, considerando o tempo de maturação necessário para a maioria dos investimentos realizados pelo grupo. O indicador ficou em 12,4%, de acordo com a Simpar, quando desconsiderado o capital empregado nas operações que não impactaram a geração de receita, superando o custo de capital de terceiros em 2,8 p.p..

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O gasto de capital (capex, na sigla em inglês) líquido apresentado no 1T24 foi de R$ 2,9 bilhões. O valor foi direcionado majoritariamente na compra de ativos considerados “de alta liquidez” para contratos de longo prazo.

A alavancagem em termos tradicionais ficou em 3,5 vezes a dívida líquida sobre o Ebitda. Nesse caso, houve queda das 3,8 vezes presentes no 4T23. Contudo, a natureza do negócio, que vislumbra a alocação em ativos com forte mercado secundário, se beneficia da consideração de liberação de caixa proveniente de saldo residual. Nesse caso, a alavancagem praticada seria de 2,1 vezes. A métrica base para emissões tem sido a alavancagem considerando o Ebitda adicionado, em 2,3 vezes. A utilização de valores diversos dos tradicionais considera também o tempo de maturação dos investimentos realizados.

De olho em novas aquisições

O executivo comenta que a realização de aquisições é algo que está presente na rotina do grupo, em especial para a JSL. A companhia é vista como a maior compradora no setor de logística e visa empresas de boa estrutura, pequeno porte e geralmente baixa ou nenhuma alavancagem. Na dinâmica das aquisições, as operações são mantidas, assim como a estrutura já existente na companhia adquirida, que recebe apoio mas pouca intervenção da Simpar.

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Ferrez comentou o crescimento da Automob, uma das empresas do grupo que está “só começando”, segundo o executivo. A companhia apresentou crescimento de 20% na receita bruta, considerando o aumento de volume de vendas em carros novos e seminovos. Além dela, dentre as companhias não listadas, a CS Infra vive momento de ampliação de pacotes de inovação, para modernização de terminais para operação no início de 2025.

Sobre possíveis impactos na operação pela tragédia causada pelas inundações no Rio Grande do Sul, o executivo considera que ainda é cedo para estimar como os temporais afetaram financeiramente. “De toda forma, trabalhamos para que a situação se normalize com a maior brevidade possível, priorizando a segurança das pessoas”, informou a Simpar em nota enviada ao InfoMoney.