Siderúrgicas, Vale e Fibria saltam mais de 7%; construtora dispara 38%

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta terça-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa teve sua terceira sessão seguida de ganhos nesta terça-feira (16), em meio à forte alta de ações de peso do índice, como bancos e Vale. Na contramão, Petrobras virou para queda nesta tarde, acompanhando a desvalorização dos preços do petróleo no mercado internacional.

Em sessão positiva na Bolsa, 14 ações fecharam em alta de mais de 5%, lideradas pelas siderúrgicas, Fibria – que disparou hoje, após queda de 27% no ano – e Vale. As empresas expostas ao minério de ferro subiram, impulsionadas pela alta da commodity. Outras exportadoras, como Fibria, foram beneficiadas pela disparada do dólar frente ao real. 

Papéis de varejistas também subiram forte hoje em meio à queda dos juros futuros, que registraram forte baixa, com o mercado entendendo que o Banco Central deverá evitar elevar a Selic por muito tempo. No índice Iconsumo, que compila 33 ações do setor listadas na Bovespa, Via Varejo, Magazine Luiza e Lojas Marisa foram as maiores altas desta sessão. Elas atingiram na máxima do dia valorizações entre 10% e 16%. O índice registrou ganhos de 1,75%, a 2.430 pontos, nesta sessão.   

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Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão:

Siderúrgicas
Os papéis das siderúrgicas deram sequência aos ganhos da véspera, com Gerdau (GGBR4, R$ 4,10, +8,18%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 1,40, +7,69%), CSN (CSNA3, R$ 4,43, +8,05%) e Usiminas (USIM5, R$ 0,98, +8,89%), que chegou a subir 15,56% na máxima do dia, perdeu força, mas recuperou na reta final para encerrar como a maior alta do Ibovespa nesta sessão. 

No radar da Usiminas, matéria do Valor fala que a companhia precisa de R$ 900 milhões para sobreviver em 2016 e a questão será discutida nesta quarta-feira, junto com o balanço de 2015, em reunião de acionistas controladores e do conselho de administração. A companhia renegocia R$ 4,3 bilhões em dívidas que vencem até 2018.

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Ternium disse que antes de se discutir aumento de capital é necessário um choque de gestão na Usiminas, disse o jornal, citando nota do grupo italiano. A Nippon Steel & Sumitomo diz que está pronta para aprovar um reforço de capital para a siderúrgica brasileira, enquanto se prepara um plano de médio prazo. O grupo japonês descarta uma recuperação judicial como saída para a Usiminas.

Além disso, segundo informações do Valor, o investidor Silvio Tini, conhecido por ser um investidor ativista, obteve por meio de compras de ações na pessoa física e também de sua holding, a Bonsucex, participação de 2,8% do capital total da Metalúrgica Gerdau (GOAU4), controladora Gerdau (GGBR4). Assim, direta e indiretamente, Tini possui 5% das ONs e 1,68% da PNs da holding. O investidor informou ontem a empresa sobre sua participação.

Ainda no noticiário da siderúrgica, o BTG ressalta que a Gerdau está relativamente mais atrativa em relação à metalúrgica, enquanto ambas as ações seguem baratas em termos absolutos. 

Varejistas
As ações do setor de varejo também dispararam hoje em meio à queda dos juros futuros, que registram forte baixa, com o mercado entendendo que o Banco Central deverá evitar elevar a Selic por muito tempo. No índice Iconsumo, que compila 33 ações do setor listadas na Bovespa, Via Varejo (VVAR11, R$ 4,80, +15,66%), Magazine Luiza (MGLU3, R$ 19,03, +9,68%) e Lojas Marisa (AMAR3, R$ 5,30, +8,16%) eram as maiores altas desta sessão. Elas atingiram altas na máxima do dia entre 10% e 16%. O índice registrou ganhos de 1,75%, a 2.430 pontos, nesta sessão.

Com o mercado apostando cada vez menos em alta da Selic, o setor tende a se beneficiar, apesar do principal motivo para essa perceção ser a deterioração da atividade econômica do Brasil. Hoje, no entanto, durante evento, Luiza Trajano, presidente do conselho de administração da Magazina Luiza, disse que vê a inadimplência sob controle.

Além da própria Magazina Luiza, outras ações subiram em meio à euforia por juros estáveis, como Cia Hering (HGTX3, R$ 13,83, +6,38%) e Grendene (GRND3, R$ 15,45, +3,34%) – que subiram mais de 3%.

Com alta mais amena, Guararapes (GUAR4, R$ 43,00, +2,38%) também aparece no radar após balanço do quatro trimestre, que mostrou lucro líquido de R$ 158,6 milhões no período, uma queda de 17% na comparação como o mesmo intervalo de 2014. A receita líquida teve crescimento de 11%, para R$ 1,76 bilhão. As vendas no critério mesmas lojas (unidades abertas há mais de 12 meses) caíram 3% no quarto trimestre de 2015.  

Restoque (LLIS3, R$ 6,64, -10,39%)
Uma exceção às varejistas, as ações da Restoque viraram para queda nesta sessão depois de subirem 30,9% na máxima do dia, quando acumularam alta de 340% desde o dia 21 de janeiro. Por trás da euforia, compras de ações por 2 nomes de peso dentro da empresa – Márcio Camargo (presidente do conselho de administração) e Marcelo Lima (vice-presidente do conselho). Conforme documentos enviados à CVM, eles atingiram em 4 de fevereiro 40,8% do capital social da empresa. As compras foram feitas, principalmente, entre os dias 4 a 29 de janeiro, quando compraram cerca de 22,9 milhões de papéis, conforme mostra a posição consolidada do mês passado da empresa. 

Citando fontes, uma reportagem do Valor desta terça-feira aponta que as compras dos seus controladores podem estar relacionadas ao interesse dos sócios em fechar capital da Restoque, o que teria motivado novas altas da ação. Outra hipótese levantada pelo jornal é que Marcelo Lima e Márcio Camargo vão ampliar ainda mais a participação acionária para conseguir aprovar, na próxima assembleia de acionistas, um novo plano de reestruturação. 

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Papel e celulose
Os papéis das empresas do setor de papel e celulose dispararam na Bovespa nesta sessão, depois de derrocada da virada do ano para cá. Os papéis da Suzano (SUZB5, R$ 14,62, +5,64%) renovavam ontem o menor patamar desde abril de 2015, enquanto Fibria (FIBR3, R$ 40,79, +8,40%) operava na mínima de julho do ano passado. Desde o início de janeiro até ontem, esses papéis caíram 23% e 27%, respectivamente. Nesta sessão, no entanto, esses papéis exibiram fortes ganhos, em meio à escalada do dólar frente ao real, que subiu 1,86%, indo para R$ 4,0705 na venda. 

Construtoras
Na mesma linha das varejistas, as construtoras foram beneficiadas pela percepção do mercado de que o Banco Central não deverá elevar os juros por muito tempo. No setor, PDG Realty (PDGR3, R$ 5,99, +38,34%) chegou a subir 46,65% na máxima do dia, enquanto Rossi (RSID3, R$ 4,66, +21,04%) atingiu alta de 28%. Vale mencionar que, apesar da alta expressiva, esses papéis vêm das mínimas históricas na Bolsa e operavam até recentemente na casa do R$ 1,00 – sendo qualquer oscilação muito representativa dado o baixo valor de face. 

Outras ações do setor subiam forte hoje também, como: Helbor (HBOR3, R$ 1,63, +8,67%), Even (EVEN3, R$ 4,46, +6,19%) e Direcional (DIRR3, R$ 3,82, +5,83%) – todas acima de 5%. 

Veja mais: Revolução dos “micos”: 11 ações problemáticas sobem até 40% apenas hoje

Petrobras (PETR3, R$ 6,29, -2,18%; PETR4, R$ 4,44, -1,77%)
As ações da Petrobras deixaram os ganhos de 3% na máxima do dia para encerrar no negativo nesta sessão, em meio à virada dos preços do petróleo no mercado internacional. O movimento da estatal foi em linha com um relatório nada animador do BTG Pactual desta terça-feira. Para o banco, o valor da ação da petroleira deveria ser “zero”, dado o cenário atual de preço do petróleo e apesar do quase monopólio do negócio de refino no Brasil. 

Segundo a equipe de análise do BTG, como a privatização não parece um caminho provável de ser seguido pela empresa, as outras opções acabam sendo bastante difíceis. Muitos investidores acreditam que a saída será uma capitalização e/ou a conversão da dívida em ações. Neste caso, a dívida de bancos públicos como Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), seria convertida em equity. 

Além disso, no radar da companhia, o Palácio do Planalto deve se manter longe da discussão do projeto apresentado pelo senador José Serra (PSDB-SP) que desobriga a Petrobras de ser a operadora única e ter participação mínima de 30 por cento na exploração de todas as áreas do pré-sal, mas admite que pode haver áreas onde a estatal não participe, desde que não haja mudanças no regime de partilha dos royalties, informaram à Reuters duas fontes próximas ao Planalto.

Vale (VALE3, R$ 11,29, +7,42%; VALE5, R$ 8,26, +6,03%)
Seguindo o movimento dos dois últimos pregões, as ações da Vale dispararam na esteira da valorização dos preços do minéiro de ferro na China, que atingiram os maiores níveis desde meados de novembro, com compradores em busca de carregamentos após uma nova onda de otimismo com a demanda.

Há conversas no mercado de que algumas siderúrgicas da cidade de Tangshan, uma das maiores produtoras de aço da China, estão planejando retomar a produção, disse um operador de minério de ferro de Xangai. Ele acrescentou, no entanto, que a perspectiva altista pode ser de curta duração.

O minério de ferro com entrega imediata no porto de Tianjin subiu 1,1% nesta terça-feira a US$ 46,10 por tonelada, maior patamar desde 16 de novembro, segundo dados do The Steel Index.

Sobre a mineradora, segundo informações do Wall Street Journal, o Brasil está perto de acordo com Vale, BHP e Samarco. A expectativa é de que acordo seja firmado em alguns dias, afirmou o jornal, citando pessoas familiarizadas que pediram anonimato. O acordo deve resolver ação civil de R$ 20 bilhões. As pessoas não identificadas de ambos lados da negociação não confirmam se valor inicial da ação vai permanecer. As companhias finalizam proposição robusta que esperam enviar ao governo brasileiro ainda hoje.

TIM (TIMP3, R$ 6,30, +3,45%)
A TIM Participações prevê investir menos de R$ 14 bilhões entre 2016 e 2018. A companhia vê dados como principal componente da receita a partir de 2016, segundo atualização do Plano 2016-2018 divulgada nesta terça-feira e vê expansão de margem em todos os anos entre 2016-18. A operadora prevê mais de R$ 1 bilhão em economia de custos entre 2015 e 2017. 

Porto Seguro (PSSA3, R$ 22,76, -1,90%)
Após balanço mais fraco do 4° trimestre, o BTG Pactual cortou nesta terça-feira o preço-alvo das ações da Porto Seguro, passando de R$ 32,00 para R$ 28,00, mas manteve recomendação neutra. Os analistas atualizaram suas projeções para a empresa, considerando crescimento de lucro estável em 2016, com receita líquida mais fraca, maior taxa de sinistralidade e assumindo Selic estável (anteriormente, a projeção era de alta até 15,25%).  

Oi (OIBR4, R$ 1,80, +5,26%)
A agência de classificação de risco Standard & Poor’s rebaixou a nota da Oi de BB+ para BB- com perspectiva negativa, o que indica a possibilidade de novos cortes de rating. A agência prevê que a companhia eleve os níveis de endividamento com despesas e alta nos custos pressionando seu fluxo de caixa mais que o esperado.

A perspectiva continua negativa refletindo a visão da agência de que pode rebaixar a Oi nos próximos 12 meses se houver risco crescente de refinanciamento e de pressão na liquidez após a empresa gastar parte do caixa com pagamento de dívidas.

Banrisul (BRSR6, R$ 4,92, +9,33%)
Banrisul registrou um lucro líquido ajustado de R$ 148,9 milhões no quarto trimestre e de R$ 848,8 milhões em 2015, alta de 24% na comparação com 2014. A carteira de crédito alcançou R$32 bilhões, com crescimento de 5,0% em 2015. O indicador de inadimplência cresceu 1,17 pontos percentuais no último ano.

Segundo o BTG Pactual, a primeira leitura é um resultado fraco, embora um pouco melhor do que o esperado. Por conta do Banrisul ser negociado “bem barato” na Bolsa, os analistas do BTG seguem com recomendação de compra para a ação. 

“Para 2016, ainda que a possibilidade de risco sistêmico no País seja reduzida, o ambiente de crédito é de desaceleração pelo lado da oferta e também da demanda. Nossa estratégia em relação ao crédito, para 2016, é de seletividade na concessão de operações e de priorização das linhas de menor prazo”, afirmou o banco.

CCR (CCRO3, R$ 12,56, +0,08%)
O presidente da CCR, Renato Vale, concedeu entrevista para a Bloomberg e afirmou que o BNDES precisa ampliar financiamento para infraestrutura. Segundo ele, o investimento em novos projetos de concessão dependerá da equação entre regras claras, taxa de retorno favorável e disponibilidade de crédito. “Não tem ninguém que te financie oito anos hoje. Nada, nada”. Segundo ele, para serem atraentes, os projetos precisam seguir uma lógica financeira de 20% de capital próprio, 20% da geração de caixa e 60% de financiamento.

Ecorodovias (ECOR3, R$ 4,05, +3,85%)
Os papéis da Ecorodovias viraram para alta, deixando para trás uma queda de 7% na véspera. 
Em nota a clientes nesta manhã, o BTG Pactual disse que a desvalorização de ontem abriu oportunidade no papel, que opera com valuation cada vez mais atrativo.

Os analistas do banco estiveram ontem com a gestão da companhia e o CFO da Gavio. A percepção deles é que o foco da companhia ficará nos aditivos contratuais das concessões, na venda de ativos ex-concessões (Elog no curto prazo e Ecoporto no médio prazo), com ênfase na melhoria de rentabilidade e desalavancagem do balanço. 

Ontem, a companhia informou que tem como estratégia no curto prazo a negociação de aditivos contratuais com o governo e possui projetos em análise para pelo menos cinco de suas controladas, de acordo com apresentação divulgada nesta segunda-feira.

A empresa de concessões de infraestrutura disse que, no caso da Ecovias, do Sistema Anchieta-Imigrantes (SP), estuda o projeto “Santos Binário”. Para a Ecovia, com estradas entre Curitiba (PR) e as cidades litorâneas paranaenses, o grupo estuda o acesso a portos e outras possibilidades.

No caso da Ecocataratas, responsável por 387,1 quilômetros da BR-277 entre os municípios paranaenses de Guarapuava e Foz do Iguaçu, analisa a duplicação da rodovia, assim como para a EcoSul, que administra o Polo Rodoviário de Pelotas (RS). Já para a Ecopistas, que administra o Corredor Ayrton Senna/Carvalho Pinto (SP), é analisada a extensão até Taubaté. 

A Ecorodovias disse visualizar retornos atraentes para os projetos, dado o perfil de baixo risco dos novos investimentos. A empresa informou também que pretende participar dos futuros leilões de concessões rodoviárias, conforme sua capacidade financeira, com oportunidades em âmbito nacional e no Estado de São Paulo.

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