Siderúrgicas disparam até 5% e só 5 das 58 ações do Ibovespa caem; small cap salta 44% em 2 pregões

Confira os principais destaques da bolsa desta segunda-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – Embalado pelo bom humor externo e com a pauta da reforma da Previdência novamente no radar, o Ibovespa finalmente ultrapassou nesta segunda-feira (11) sua máxima histórica de intraday, nos 73.920 pontos, marcada dia 29 de maio de 2008. Depois de subir 2,13%, a 74.635 pontos, no melhor momento do dia, o índice encerrou o pregão em alta de 1,70%, a 74.319 pontos. 

Em meio à euforia, apenas 5 das 59 ações do índice fecharam em queda, mas nenhuma acima de 1%. Já do lado positivo, a maior alta ficou com a Eletrobras, com alta de 7%, seguida pelas siderúrgicas, que subiram até 5%. O movimento do setor foi puxado pela CSN, que acumula ganhos de 23% em 7 pregões, em meio a rumor sobre reajuste do preço de aço. 

Confira abaixo os principais destaques de ações desta segunda-feira:

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Vale (VALE3, R$ 35,09, +1,77%; VALE5, R$ 32,16, +1,01%)
As ações da Vale seguiram o movimento positivo do minério de ferro à vista e subiram nesta sessão. Hoje, a commodity à vista negociada no porto de Qingdao, na China, subiu 0,68%, a US$ 78,39 a tonelada. Por sua vez, os contratos futuros do minério cotados na bolsa chinesa de Dalian caíram 2,20%, a 534 iuanes. 

Siderúrgicas
Mais forte ainda foi o movimento das siderúrgicas, com Gerdau (GGBR4, R$ 12,36, +1,15%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 6,14, +2,85%), CSN (CSNA3, R$ 10,50, +5,00%) e Usiminas (USIM5, R$ 8,53, +4,92%).  

Entre elas, destaque para a CSN, que disparou nos últimos dias em meio ao crescente rumor  sobre reajuste do preço do aço. Essa foi a sétima alta seguida da ação da siderúrgica, que acumula no período ganhos de 23%.  

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Uma fonte da empresa disse hoje à S&P Global Platts que a empresa está planejando realizar o reajuste e que deve ser de 10,25%, válido a partir de 1 de outubro. “Se as outras siderúrgicas seguirem esse novo ajuste, haverá uma maior probabilidade de ser mantido”, disse uma outra fonte, que acrescentou que o ajuste é mais provável de ser absorvido se os preços da China permanecerem estáveis, assim como a taxa de câmbio.

JBS (JBSS3, R$ 8,13, -0,73%)
A prisão de Joesley Batista e Ricardo Saud, efetuada neste fim de semana por determinação do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, coloca em risco o acordo de delação de executivos do grupo J&F e o acordo de leniência firmado com o poder público, o que pode prejudicar os planos de venda de ativos da companhia.

Ainda no noticiário da companhia, a Pilgrim’s Pride — segundo maior produtor de frango dos Estados Unidos — está perto de um acordo para comprar a britânica Moy Park, disseram pessoas com conhecimento do assunto. Um acordo pode ser anunciado ainda nesta semana. A processadora de carnes brasileira é a maior acionista de ambas as companhias. A Moy Park foi comprada pela JBS em 2015, por cerca de US$ 1,5 bilhões, incluindo dívidas.

Embraer (EMBR3, R$ 18,29, -0,16%)
A companhia não descarta a possibilidade de abrir uma unidade para produzir jatos comerciais na China daqui a dois anos, disse o CEO, Paulo Cesar de Souza e Silva, em entrevista  em Singapura, sinalizando uma eventual mudança na estratégia da empresa, depois do fechamento de uma unidade que fabricava jatos
executivos no país asiático em 2016.

Ainda na entrevista, o executivo informou que a companhia vai esperar a primeira entrega do novo jato E-195-E2, prevista para 2019, para depois avaliar uma planta na China. Esta seria a primeira planta internacional da companhia a construir aeronaves comerciais. Uma planta na China se justificaria pela grande demanda que deve vir do país asiático nas próximas décadas.

Segundo o CEO, há potencial para produzir pouco mais de mil aviões regionais, do tamanho das que a Embraer produz, nos próximos 20 anos na China. Segundo ele, a companhia tem 80% deste mercado. Sobre o avião de transporte militar KC-390 está em negociações com Portugal. Ainda há conversas com Nova Zelândia e cinco países na Europa e América Latina.

Petrobras (PETR3, R$ 15,52, +2,17%; PETR4, R$ 14,99, +1,90%)
Acompanhando o otimismo interno e os preços do petróleo, as ações da Petrobras subiram nesta sessão. Em Nova York, os contratos do petróleo WTI fecharam em alta de 1,2%, a US$ 48,07 o barril. 

No radar, a estatal firmou uma parceria com a Shell Exploration Company de “colaboração mútua de longo prazo, com foco operacional, em ativos nos quais as duas empresas atuam em parceria”, informou em comunicado ao mercado assinado pelo presidente Pedro Parente e por Ben Van Beurden, CEO da Shell. Segundo o texto, o “objetivo principal do memorando é o compartilhamento de experiências e melhores práticas, visando redução de custos nas atividades de construção de poços, logística e segurança de aviação”. Como parte do acordo, será formado um comitê de representantes de ambas as empresas, visando avaliar conjuntamente atividades que permitam o desenvolvimento contínuo de processos operacionais.Atualmente, Petrobras e Shell são parceiras em 10 consórcios de exploração e produção, sendo cada uma operadora em 5 blocos, segundo o comunicado.

Ainda no noticiário da estatal, destaque para um acordo firmado com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) pela Liquigás para encerrar as investigações sobre um cartel formado no mercado de distribuição no Nordeste e no Distrito Federal. A companhia aceitou pagar R$ 65,6 milhões de reais como compensação.

Eletrobras (ELET3, R$ 21,09, +7,06%;ELET6, R$ 24,33, +5,97%)
A companhia, mesmo com a privatização, terá de se manter como mandatária brasileira da binacional hidrelétrica de Itaipu. Conforme conta reportagem do jornal Valor Econômico, o governo não privatizará a usina, mas, ainda assim, a Eletrobras terá de continuar sendo a entidade jurídica à qual Itaipu estará abaixo, segundo o presidente da parte brasileira da hidrelétrica, Luiz Fernando Vianna. Segundo ele, a complexidade pode ser solucionado por meio de uma “golden share”, que daria à União poder de veto no conselho da companhia em questões relativas à usina.

Braskem (BRKM5, R$ 40,78, +3,24%)
A companhia acertou uma parceria com Pegasus Polymers, para distribuir Polietileno Ultra High Molecular Weight na China, segundo comunicado. A companhia com a qual o acordo foi firmado tem escritórios de vendas e centros de distribuição espalhados pela China e é uma divisão do Ravago — número um no suprimento de serviços para o mercado global para plásticos, borracha e produtos químicos.

Natura (NATU3, R$ 31,54, +3,92%)
A empresa tomou a decisão de substituir o CEO da The Body Shop, Jeremy Schwartz, disse Guilherme Leal, co-presidente do conselho da companhia brasileira ao Financial Times. O executivo não deu mais detalhes sobre quem ocuparia o cargo. Em 8 de setembro, a Natura concluiu a aquisição de 100% das ações da The Body Shop.

Recomendações

As ações do Bradesco (BBDC3, R$ 34,00, +2,10%; BBDC4, R$ 35,31, +3,85%) foram elevadas de avaliação “neutra” para “compra” pelo Goldman Sachs, mesmo movimento visto nos papéis da IMC (MEAL3, R$ 10,73, +3,67%) pelos analistas do BTG Pactual. Na máxima do dia, os papéisl MEAL3 subiram 2,03%, a R$ 10,56.

Já o Bradesco BBI manteve hoje a recomendação de “outperform” (desempenho acima da média) para as ações da CVC (CVCB3, R$ 40,41, +4,28%), com novo preço-alvo para 2018 de R$ 48,00, vendo ainda um potencial de valorização atrativo. 

Tecnosolo (TCNO4, R$ 3,48, +21,68%)
As ações de baixa liquidez da Tecnosolo vivem um rali repentino na bolsa. Nos últimos dois pregões, as ações da empresa, que passa por um processo de recuperação judicial, dispararam 44%. O volume financeiro movimentado hoje com o papel foi de R$ 4,8 milhões, contra média diária de R$ 405,4 mil dos últimos 21 pregões. 

No radar, a empresa foi destacada pelo analista Marco Saravalle, da XP Investimentos, no programa “30 minutos para se aposentar com ações” da última sexta-feira. Na ocasião, ele comentou por que acreditava que a empresa poderia dobrar de valor na bolsa, embora fizesse a menção que se tratava de uma aposta arriscada (veja aqui). 

Teka (TEKA4, R$ 8,40, 0,0%)
A Teka informou nesta segunda-feira que vai encerrar as negociações de ações da companhia na B3 (união entre BM&FBovespa e Cetip) a partir do dia 25 deste mês. Vale menção que, no dia 25 de agosto, a bolsa já havia informado o cancelamento da listagem da Teka, por descumprimento de regras da bolsa de valores. A bolsa não informou, no entanto, quais foram as infrações cometidas pela empresa. 

Entre os pregões de 24 de agosto e 22 de setembro, as ações da companhia ficam em “negociação não contínua”, quando os papéis são submetidos a leilão durante toda a sessão de negociação, com o fechamento de negócios ao fim do pregão.