Siderurgia: com alta concentração interna, Rússia mira ativos do exterior

Quatro grupos possuem 85% do mercado de aço russo; país tem um cenário de elevada demanda interna com indústria do óleo

Publicidade

SÃO PAULO – Qual seria a sua opção se você fosse escolher entre os BRICs – Brasil, Rússia, Índia e China -, o país que apresenta as melhores condições no setor siderúrgico? Com características diferenciadas de crescimento, é difícil fazer essa escolha. Se você aposta em fusões e aquisições externas, a opção pela Rússia tem fundamento.

Isso porque na Rússia há uma concentração do segmento, onde quatro grupos possuem 85% do mercado de aço, o que tem feito o governo russo a controlar a consolidação internamente. Dessa forma, o foco das companhias tem sido a busca por ativos internacionais.

O processo de fusões e aquisições está em desenvolvimento e a expectativa é que as fabricantes de aço russas rumem para a Europa. O país tem um cenário de elevada demanda interna, que é impulsionada pela indústria do óleo e pelo setor de construção civil.

Continua depois da publicidade

Stalin e Hitler

Vale destacar que a produção das empresas na Rússia acontece em lugares isolados do país, o que promove certa diferença dos preços internos aos verificados no exterior. O motivo está na disputa de Stalin contra Hitler na Segunda Guerra Mundial – 1939-1945. Em busca de proteção contra os avanços do 3º Reich, Stalin ordenou a instalação das usinas em áreas distantes do centro do país.

Muito em pauta durante o 20º Congresso Brasileiro de Siderurgia, a Rússia, que tem uma produção anual de 71 milhões de toneladas de aço, ficando atrás apenas de China, Japão e EUA, também é o segundo maior exportador do produto no mundo.