Setor de saúde ainda convalescendo: banco reduz preços e reforça Fleury como top pick

Segmento ainda enfrenta dificuldades internas e externa; contudo, BBA considera que há oportunidades para nomes bem posicionados

Camille Bocanegra

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O setor privado de saúde segue na UTI, de acordo com relatório do Itaú BBA. Dentre os muitos fatores que afeta o segmento, estão aumentos de preços acentuados em planos de saúde (de todas as categorias) e atritos entre os players do setor.

Para 2024, os analistas reiteram a recomendação de compra para Fleury (FLRY3), mas reduziram preços para os principais nomes da cobertura, como Rede D’Or (RDOR3) e Dasa (DASA3). Os preços-alvo foram alterados para R$ 30 (de R$ 34) para Rede D’Or, R$ 22 (de R$ 23) para Fleury e R$ 8 (de R$ 15,00). Os nomes operam em queda na sessão desta terça-feira, com Dasa caindo 1,78%, a R$ 4,41, Rede D’Or perdendo 1,54%, a R$ 23,60 e Fleury descendo 1,11%, a R$ 14,16.

Setor de saúde na Bolsa

A estabilização do setor privado de saúde tem dependido de uma série de fatores tanto internos, como a questão de aumento de preços e reclamações sobre a qualidade do serviço, quanto externos, como mudanças regulatórias. Além disso, o setor enfrenta ainda desafios que são considerados “sintomas da arquitetura”, como atritos nas negociações entre seguradoras e prestadores de serviço.

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Nesse contexto, os níveis de frequência ainda elevados pós-pandemia também se apresentam como detratores para os nomes. Os desafios observados, no entanto, também são considerados oportunidades, de acordo com o BBA.

A análise cita o Bradesco como relevante nessa fase de consolidação do setor e a própria Rede D’Or (que segue com recomendação neutra). O que impacta o nome, visto como bem posicionado para aproveitamento da recuperação de rentabilidade, é a avaliação de 18 vezes o preço sobre o lucro (P/L) para 2024 e 14 vezes o P/L para 2025 (números em linha com o mercado).

A recomendação para Dasa segue como neutra. O principal fator que impede uma classificação melhor para o nome é a falta de visibilidade sobre uma recuperação mais forte na geração de caixa.

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Por fim, o Fleury mantém-se como “top pick”, em especial por suas sinergias com o laboratório Hermes Pardini (adquirido ano passado e já consolidado). A rede de laboratórios destaca-se com valuation atrativo e boa dinâmica de rentabilidade.