Semana decisiva na Argentina

Conteúdo do Portal InfoMoney - Editoria Mercados

Equipe InfoMoney

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Esta semana deve ser decisiva para o futuro econômico da Argentina. Ontem chegaram ao país os técnicos do FMI que revisarão as contas públicas, com o objetivo de fornecer um pacote de ajuda financeira da ordem de US$ 20 bilhões no ano que vem. Na quarta-feira é a vez da chefe da comissão, Teresa Ter-Minassian.
Hoje o governo argentino leva ao Congresso o projeto de lei que modifica o sistema previdenciário do país, uma das condições impostas pelo FMI para a aprovação do pacote. Nesse final de semana, o presidente Fernando De La Rúa decidiu que não implementará o projeto por decreto, o que evitaria uma votação no congresso. A proposta de reforma prevê o fim da previdência estatal, a extinção de benefícios para aposentados e incentivos para que mulheres se aposentam apenas aos 65 anos.
A proposta, no entanto, deve enfrentar resistências no congresso mesmo dentro da aliança governista. De acordo com informações do jornal argentino La Nación, um dos mais respeitados do país, o Frepaso, partido do ex-vice-presidente Carlos Alvarez, anunciou ontem que não aceitará o fim do sistema previdenciário estatal, embora esteja disposto a negociar outras mudanças. O partido justicialista, de oposição, deve também votar contra o projeto.
Ainda segundo o La Nación, o porta-voz de Fernando De La Rúa anunciou nesta manhã que durante a semana o presidente assinará o decreto de reforma trabalhista, que promete simplificar o mercado de trabalho e incrementar as contratações.
Na semana passada, o governo argentino efetivou com as províncias um pacto fiscal que congela os gastos das últimas por cinco anos. Caso o governo consiga aprovar a reforma da previdência, e já que a reforma trabalhista será feita por decreto, só estaria faltando a aprovação do orçamento de 2001 para que as condições impostas pelo FMI estivessem cumpridas. O orçamento pode ir a votação ainda nesta semana.

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