Sem avançar por terra, Rússia bombardeia cidades ucranianas; guerra entra na 4ª semana

Em discurso na TV, Putin criticou 'traidores e escória' de seu país que estariam ajudando o Ocidente e disse que o povo russo os cuspiria como mosquitos

Reuters

Bombeiros trabalham para extinguir incêndio em prédio residencial atingido por ataque russo nas primeiras horas da manhã no distrito de Sviatoshynskyi, em 15 de março de 2022, em Kiev, capital da Ucrânia. (Foto por Chris McGrath/Getty Images)

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As forças russas estão bombardeando cidades e matando civis na Ucrânia, mas não estão mais fazendo progresso por terra, afirmaram países ocidentais nesta quinta-feira (17), dia em que a guerra que a Rússia esperava vencer em poucos dias entra em sua quarta semana.

Autoridades locais afirmaram que equipes de resgate na cidade portuária sitiada de Mariupol, no sul da Ucrânia, estão vasculhando os escombros de um teatro onde mulheres e crianças estavam abrigadas e que foi bombardeado por forças russas na quarta-feira (16).

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“O abrigo antibombas resistiu. Agora os escombros estão sendo removidos. Há sobreviventes. Ainda não sabemos sobre vítimas”, disse o assessor municipal Petro Andrushchenko à agência de notícias Reuters por telefone.

Imagens de satélite mostraram que o local tinha a palavra “crianças” marcada no chão antes de ser explodido pelo ataque, mas a Rússia negou ter atingido o teatro.

Mariupol sofre a pior catástrofe humanitária da guerra, com centenas de milhares de civis presos em porões sem comida, água ou energia por semanas. As forças russas começaram a liberar algumas pessoas em carros particulares nesta semana, mas impediram a chegada de comboios de ajuda à cidade.

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Até o momento, forças ucranianas impediram os russos de capturar todas as maiores cidades do país, apesar de a invasão ser o maior ataque a um Estado europeu desde a Segunda Guerra Mundial. Mais de 3 milhões de ucranianos já fugiram para outras nações e milhares de civis e combatentes morreram.

Viacheslav Chaus, governador de uma região no norte cuja principal cidade é Chernihiv (que foi intensamente bombardeada), disse que 53 civis foram mortos nas últimas 24 horas. O dado não pôde ser verificado pela Reuters de forma independente.

Na capital Kiev, um prédio no distrito de Darnytsky foi amplamente danificado pelo que as autoridades disseram ser destroços de um míssil disparado no início da manhã.

Enquanto os moradores retiravam vidros e levavam sacolas com seus pertences, um homem se ajoelhou chorando ao lado do corpo de uma mulher que estava perto de uma porta, coberta por um lençol ensanguentado.

Negociações de paz?

Embora ambos os lados tenham apontado um progresso limitado nas negociações de paz nesta semana, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, que ordenou a invasão em 24 de fevereiro, mostrou poucos sinais de que vai ceder.

Em um discurso televisionado, Putin criticou “traidores e escória” de seu país que estariam ajudando o Ocidente e disse que o povo russo os cuspiria como mosquitos.

Dmitry Medvedev, vice-chefe do Conselho de Segurança de Putin, afirmou que os Estados Unidos alimentaram uma russofobia “nojenta”, em uma tentativa de forçar a Rússia a se ajoelhar: “Não vai funcionar. A Rússia tem o poder de colocar todos os nossos inimigos impetuosos em seu lugar”.

O governo ucraniano e seus aliados ocidentais acreditam que a Rússia iniciou a guerra para dominar um vizinho que Putin chama de Estado artificial. Já a Rússia diz que está realizando uma “operação especial” para desarmar e “desnazificar” a Ucrânia.