Sell In May & Go Away? Em maio, Ibovespa tem maior queda em quase 4 anos

Se tendência histórica se confirmar, índice pode estar apenas iniciando quedas; recuperação pode vir em outubro

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – Com queda de 11,86% em maio de 2012, o Ibovespa registrou seu maior recuo mensal desde o mês de outubro de 2008, auge da crise financeira norte-americana, quando recuou 24,80%. Não foi só aqui que o principal benchmark despencou: os índices norte-americanos (Dow Jones, -6,21%; S&P 500, -6,26%) e europeus (DAX 30, -7,35%; FTSE 100, -7,51%) também tiveram um mês bastante negativo.

Na Ásia, os mercados também bateram recordes históricos de queda, o MSCI Asia Pacific, índice criado pelo Morgan Stanley para acompanhar as ações daquela região, teve queda de 11% no mês, também seu pior mês desde outubro de 2008.

Certamente os investidores que respeitaram um dos clichês mais antigos do mercado, o “Sell in May and Go Away”, estão satisfeitos por terem escapado dessa situação. A expressão, literalmente “venda em maio e vá embora” em inglês, é usada nos mercados há bastante tempo para descrever um comportamento típico do mercado, a primeira vez que esse efeito foi detectado foi no Reino Unido, em 1694 – pouco mais de três séculos atrás.

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Entenda essa expressão
Geralmente, o mercado passa por um rali no final do ano que dura até o maio seguinte. Quando o humor muda, geralmente o índice vem buscar as mínimas poucos meses depois. Ou seja, se essa tendência histórica for respeitada, maio não deve representar o fundo do índice. Foi no dia 29 de maio de 2008 que o índice alcançou seu topo histórico, os 73.920 pontos. Em constante queda depois daquela sessão, o índice chegou aos 29.435 pontos poucos meses depois, em outubro, uma queda de 60,18%.

Não é fácil precisar quando a queda começa, ou quando ela termina: este ano, ela começou em março – mês que marcou a maior pontuação do índice este ano, os 68.969 pontos. Mas entende-se que o cenário para a bolsa não melhorou significativamente desde então, e que o fundo ainda pode demorar a aparecer. De concreto, o cenário europeu, principal motivo para de stress no mercado, não tem dado sinais de melhora, e o início do período de campanha eleitoral nos EUA ainda deve pressionar o desempenho do Ibovespa.

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Mas quando voltar para a bolsa?
Se a expressão diz uma data para fugir da bolsa, ela também marca um período para que o investidor possa voltar a investir em ações. O ditado original, britânico, dizia para ficar longe até a corrida de Saint Ledger, uma tradicional disputa de cavalos que ocorre no 2º sábado do mês de setembro desde 1776. Em outros países, notoriamente os EUA, essa data foi trocada pelo Halloween, o Dia das Bruxas, em 31 de outubro.

Também conhecido como “matador de ursos”, outubro é geralmente o mês que o mercado inicia um rali nos últimos meses. Foi nessa época, em 2008, que o índice alcançou a mínima da crise e iniciou um movimento de alta que o levou novamente até os 70.846 pontos – alta de 139,46%. Com o índice aparentemente longe de atingir o seu fundo, será que o melhor é voltar para bolsa só daqui quatro meses?