Selic a 9,25%: confira 10 ações que pagam dividendos acima da taxa básica de juros

Levantamento da XP mostra elétricas, construtoras e bancos entre as preferidas para entregarem proventos acima da taxa básica de juros

Lara Rizério

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O Banco Central elevou novamente, na última quarta-feira (8), a taxa básica de juros para 9,25% ao ano, no sétimo aumento consecutivo – o segundo de 1,5 ponto percentual.

Com juros mais altos, forte pressão inflacionária e risco fiscal pressionando os ativos de risco, investidores têm adotado maior cautela nos portfólios, buscando empresas mais defensivas e resilientes, com maior fluxo de caixa, como é o caso de boas pagadoras de dividendos.

Neste cenário, rendimentos de proventos acima da taxa de juros básica em algumas empresas são vistos como uma boa oportunidade, uma vez que, além da possibilidade de ganho de capital, o investidor conta também com uma rentabilidade adicional na forma de dividendos.

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“A subida de juros tem impactos relevantes na Bolsa brasileira de quatro maneiras: 1) aumenta o custo de dívida das empresas, 2) aumenta o custo de capital, 3) compete por fluxos de investimentos para renda fixa, e 4) levam a uma contração na demanda. Momentos de crise como o atual exigem que tenhamos cautela – com controle de exposição a risco e diversificação – mas também que possamos olhar para eles pelas oportunidades que nos trazem de fazer bons investimentos a preços mais atrativos”, destaca em relatório a equipe de estratégia da XP Investimentos.

Desta forma, a XP fez um levantamento com 10 ações da cobertura que podem pagar um dividend yield (rendimento com os dividendos) acima de 9,25% ao ano. O destaque fica para as ações de bancos, elétricas e construtoras.

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Confira:

Elaboração: XP

Confira as recomendações da XP para as 10 maiores pagadoras de dividendos:

Plano e Plano (PLPL3) – recomendação de compra e dividend yield esperado de 13,8%

A XP destaca que a construtora é um player regional com histórico sólido focado no segmento de baixa renda, que já pagou aproximadamente R$ 40 milhões em dividendos em 2021 e deve continuar nessa tendência de crescimento em 2022.

Isso levaria a um dividend yield (dividendo sobre o preço da ação) de 13,8%, explicado também pelo preço atrativo das ações que estão negociando a um múltiplo de 3,3 vezes o preço sobre o lucro para 2022.

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Os analistas apontam que a empresa atualmente opera principalmente na região metropolitana de São Paulo, onde possui vasta experiência, e vem mantendo seu forte ritmo de crescimento apesar dos desafios da pandemia.

Banco do Brasil (BBAS3) – recomendação de compra e dividend yield esperado de 13,2%

Na avaliação da XP, o BB combina preço atrativo, por conta de sua carteira de crédito defensiva, com uma frente digital competitiva, índice de cobertura confortável e boa capitalização.

Os estrategistas da XP afirmam ainda que a distribuição de dividendos do banco deve se tornar relevante, dado que a instituição financeira deve aumentar seu payout (proporção de dividendo em relação ao lucro) em um cenário de maior capitalização, recuperação de lucros, superávit do Previ e por ter um múltiplo preço sobre valor patrimonial “atrativo” de 0,6 vez.

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Usiminas (USIM5) – recomendação neutra e dividend yield esperado de 11,1%

Apesar de seguir com recomendação neutra para os ativos da Usiminas, a XP ressalta que, no geral, 2021 foi um ano excepcional para as principais siderúrgicas brasileiras, com preços realizados altos levando a uma geração de caixa recorde.

“No caso da Usiminas, seus bons resultados no ano também se deveram ao ótimo desempenho do segmento de mineração, apesar da forte queda da commodity no segundo semestre. Sendo assim, com base nesse desempenho, acreditamos que a companhia distribuirá dividendos robustos no ano que vem”, avaliam os analistas.

Engie Brasil (EGIE3) – recomendação neutra e dividend yield esperado de 11,1%

Com relação à geradora de energia elétrica, a XP ressalta a capacidade “diferenciada” da companhia para se proteger de efeitos hidrológicos adversos, bem como sua diversificação de portfólio com a entrada nos setores de transmissão de energia e transporte de gás.

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Além disso, a administração da companhia tem um compromisso de payout mínimo de 55% do lucro líquido ajustado, mas  este número tem se apresentado superior, apontam os analistas.

Bradesco (BBDC4) – recomendação neutra e dividend yield esperado de 10,5%

Do setor financeiro, Bradesco combina, segundo a XP, uma fonte diversificada de receitas – a terceira maior carteira de crédito do setor –, com mais espaço para corte de custos em relação a pares como Itaú e Santander.

“Embora o banco tenha mostrado esforços em iniciativas como o banco Next, Ágora e Cielo, acreditamos que não haja claras oportunidades para o banco empregar grandes quantidades de capital incremental com taxas de retorno altas, tornando atrativa a distribuição de dividendos”, escreve o time de análise.

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A XP estima uma distribuição de 75% dos dividendos em 2022, vendo um dividend yield atrativo de 10,5% em 2022, e tem recomendação neutra para os papéis, com preço-alvo de R$ 26 por ação.

BrasilAgro (AGRO3) – recomendação de compra e dividend yield esperado de 10,3%

A BrasilAgro é a top pick da XP no setor de grãos, com os analistas seguindo otimistas com o setor para 2022, uma vez que as vendas a termo devem sustentar a alta dos preços das commodities, enquanto não fica clara a intensidade da pressão de custos em função da alta dos fertilizantes, embora o impacto deva ser para a safra 2022-2023.

Os analistas também apontam que a empresa possui um balanço sólido que deve se traduzir em maiores dividendos. A empresa já anunciou R$ 260 milhões em dividendos para 2021 (implicando em um dividend yield de 10,3%) e os analistas estão projetando um dividend yield de 10,3% para 2022.

Taesa (TAEE11) – recomendação neutra e dividend yield esperado de 10,1%

A geradora de energia elétrica Taesa também está entre as boas pagadoras de dividendos listadas pela XP. A avaliação é de que a companhia possui uma posição confortável para manter a distribuição de 100% dos lucros este ano.

Segundo os estrategistas da casa, a companhia tem apresentado um histórico de pagamento de dividendos acima da remuneração mínima que consta em seu Estatuto, e deve pagar um dividend yield de 10,1% em 2022.

A XP tem recomendação neutra para os papéis TAEE11 e preço-alvo de R$ 38 para as units.

Itaú Unibanco (ITUB4) – recomendação neutra e dividend yield esperado de 9,8%

Com relação ao Itaú, o time de análise avalia que o banco combina investimentos de qualidade, com boa gestão e governança que se traduzem em menor beta. A instituição financeira também apresenta um histórico de distribuição de proventos em relação ao lucro acima da média do setor.

A XP afirma ainda que, enquanto não houver boas oportunidades para o banco empregar grandes quantidades de capital incremental com maiores taxas de retorno, a distribuição de dividendos pode ser uma boa alternativa.

A XP estima um payout de 80% em 2022 e um dividend yield de 9,4%. A casa tem recomendação neutra para as ações do banco e preço-alvo de R$ 28.

Santander (SANB11) – recomendação de venda e dividend yield esperado de 9,8%

Ainda que tenha recomendação de venda para as ações do Santander, a XP reconhece que o banco possui uma combinação de alta exposição ao crédito de varejo e níveis de inadimplência relativamente abaixo da média.

Para os analistas, enquanto não houver boas oportunidades para o banco empregar grandes quantidades de capital incremental – com altas taxas de retorno –, a distribuição de dividendos pode ser uma alternativa “atrativa”.

A estimativa é de um payout de 75% em 2022 e um dividend yield de 9,8%.

Even (EVEN3) – recomendação neutra e dividend yield de 9,6%

A XP projeta que a Even, um player focado no segmento de média e alta renda, deve pagar aproximadamente R$ 200 milhões em dividendos em 2022, o que levaria a um dividend yield de 9,6%, explicado também pelo preço atrativo das ações.

“A empresa opera principalmente em São Paulo e Rio Grande do Sul via (Melnick), onde possuem vasta experiência, e vem mantendo seu ritmo sólido de crescimento apesar dos desafios da pandemia”, apontam os analistas.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.