Segundo trimestre é o pior no carry trade em emergentes desde 2011

Operação está sendo prejudicada pela valorização do dólar e pela perspectiva de uma demorada guerra comercial

Bloomberg

Publicidade

Uma estratégia que rendeu dinheiro a investidores de mercados emergentes nos últimos cinco trimestres está sendo derrubada pela valorização do dólar e pela perspectiva de uma demorada guerra comercial.

Um índice cambial Bloomberg que mede o retorno de operações de carry trade financiadas por posições vendidas em dólar em oito nações emergentes desabou 8,9 por cento desde o fim de março e caminha para a maior perda trimestral desde o período encerrado em setembro de 2011.

A estratégia estava em alta desde 2016, mas mudou de rumo neste trimestre em meio à recuperação do dólar para o maior nível em 11 meses. Em uma típica operação de carry trade, especuladores tomam empréstimo em uma moeda que esperam que se desvalorize ou fique estável, assegurando o menor custo de captação, e então usam os recursos para comprar ativos de maior rendimento.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Nesta terça-feira, o MSCI Emerging Markets Currency Index caiu para o menor patamar desde novembro, após a China prometerretaliar “fortemente” a ameaça do presidente americano, Donald Trump, de taxar mais US$ 200 bilhões em importações chinesas

Desde abril, investidores têm punido seletivamente mercados que não conseguem conter a piora de seus saldos comerciais ou a alta da inflação, como Turquia e Argentina.

“O movimento de perdas nos mercados emergentes continuará pelos próximos seis a 12 meses” com a desaceleração do crescimento global, disse Per Hammarlund, estrategista-chefe para mercados emergentes do SEB SE, em Estocolmo. “A desaceleração diminuiu o apetite por risco e fortaleceu o dólar e continuará alimentando temores em relação à dívida externa dos emergentes. A guerra comercial que está em formação piora o sentimento, prejudicando duramente o apetite por risco.”

Continua depois da publicidade

Os países em desenvolvimento mais vulneráveis são aqueles com grandes necessidades de financiamento externo, dívida externa elevada com vencimento no curto prazo ou contas públicas debilitadas, explicou Hammarlund, citando como exemplos Turquia, África do Sul, Brasil, Malásia, Indonésia e Argentina.

O tombo nos preços desses ativos ainda não proporciona uma oportunidade de compra, na visão do Commerzbank. O dólar e o rendimento do título do Tesouro americano com prazo de 10 anos ainda têm espaço para subir nas próximas semanas e os investidores devem adiar a entrada em mercados emergentes até o final do terceiro trimestre, escreveram os estrategistas Heike Hauer e Maximilian Kettner em nota enviada a clientes. O rand sul-africano e o rublo russo foram as moedas de pior desempenho nesta terça-feira, com a queda das cotações das commodities pelo quarto pregão consecutivo.

“Por ora, permanecemos particularmente céticos em relação a mercados emergentes sensíveis a commodities”, alertaram os estrategistas do Commerzbank.