Seacrest, petroleira com ativos no Brasil e ação negociada em Oslo, tem prejuízo 66% menor no 1º tri

Além dos resultados, a Seacrest divulgou projeções de produção, custos de produção e capex; BBA reforçou recomendação de compra para ação

Equipe InfoMoney

(Getty Images)

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A Seacrest, produtora de petróleo e gás especializada na recuperação de campos maduros e com ativos no Brasil, reportou seu balanço do primeiro trimestre de 2023 (1T23) nesta quarta-feira (24).

A companhia concluiu sua abertura de capital (IPO) em 22 de fevereiro e listou suas ações na Bolsa de Valores de Oslo, na Noruega, sob o ticker SEAPT. Em abril, foram concluídas as condições para que a Petrobras (PETR3;PETR4) transferisse o Polo Norte Capixaba para a companhia.

No primeiro trimestre, o prejuízo líquido foi de US$ 8,0 milhões, 68,6% menor quando comparado a um prejuízo de US$ 25,5 milhões do 4T22 e 66% menor frente os US$ 23,75 milhões de perdas no 1T22.

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Já o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) da Seacrest teve valor negativo de US$ 5,5 milhões,  uma piora de 139% quando comparado ao valor negativo de US$ 2,3 milhões no trimestre anterior (4T22), mas apenas um leve aumento de 3% em relação aos US$ 5,37 milhões negativos do 1T22. O Itaú BBA destaca que o desempenho refletiu a queda no preço do petróleo, a diminuição de vendas e o aumento nos custos de produção por conta dos preparos para o fechamento da transação de Norte Capixaba.

Estes pontos acabaram neutralizando o avanço na produção de petróleo, de 25% no período em relação ao quarto trimestre do ano passado.

A receita líquida foi de US$ 8,8 milhões no primeiro trimestre, o que corresponde a uma queda de 17% em relação ao quarto trimestre de 2022 (US$ 10,64 milhões), mas a um aumento de 4,3 vezes em relação ao mesmo período do ano passado (US$ 2,046 milhões).

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O custo de produção atingiu US$ 32,2 por barril de óleo equivalente, o que representa um aumento de 18% em relação ao trimestre anterior, devido aos preparos para o fechamento da transação de Norte Capixaba, que ocorreu dois meses depois do planejado pela empresa.

Além dos resultados do primeiro trimestre, a Seacrest divulgou projeções de produção, custos de produção e capex (investimentos em ativos imobilizados) para 2023. A companhia espera alcançar uma produção média de petróleo entre 8,7 mil e 8,9 mil barris por dia neste ano, enquanto os custos de produção devem variar entre US$ 24 e US$ 26 por barril de óleo equivalente, excluindo os custos de terminal e armazenamento.

A empresa projeta um capex de US$ 26 milhões em 2023. A norueguesa reforçou que não espera pagar dividendos durante o ano.

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“Essas projeções vieram de certa forma alinhadas às nossas estimativas, e ajudarão o mercado a compreender melhor o plano de negócios da empresa, reduzindo a dependência pelo certificado de reservas”, aponta o BBA.

O banco tem recomendação de “compra” para SEAPT, com preço-alvo de 25 coroas norueguesas ao fim de 2023, ou um potencial de valorização de 98% em relação ao fechamento desta quarta-feira. Cabe ressaltar que as ações caíram 2,98%, a 12,61 coroas norueguesas, na Bolsa de Oslo, na sessão pós-resultado.

O BBA ressalta que a companhia detém dois ativos no Brasil: além do Norte Capixaba, o polo Cricaré, localizados no Espírito Santo e adquiridos da Petrobras. Juntos, somam 31 campos terrestres, com produção diária de 7 mil barris (1T23). O polo Norte Capixaba inclui ainda um terminal com capacidade para armazenar 500 mil barris.