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SÃO PAULO – O comportamento recente dos principais mercados brasileiros tem sido de extrema volatilidade e elevada dependência dos fluxos de capitais estrangeiros, o que torna bastante difícil uma previsão de tendência para os ativos no curto prazo.
Dentro deste cenário, o banco Santander Banespa traçou quatro cenários para a taxa de câmbio nos próximos dois anos e suas conseqüências para a trajetória de inflação e dos juros brasileiros.
Dólar baixo
O primeiro deles, segundo os analistas, é positivo e de alta probabilidade, com um dólar, em média, em torno de R$ 2,10 em 2006 e tendendo a R$ 2,25 no ano seguinte. Se confirmado, esse comportamento levaria a inflação oficial para um nível bastante inferior ao centro da meta (de 4,5% ao ano) deste ano, e em linha com a meta de 2007, acredita o banco.
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Dessa forma, o Copom (Comitê de Política Monetária) teria grande conforto para seguir reduzindo a taxa Selic, provavelmente para um nível abaixo de 14,5% até dezembro.
Situação semelhante à atual
Outro cenário descrito refere-se a uma taxa de câmbio semelhante à atual, ou seja, próxima a R$ 2,30 em 2006, caminhando para R$ 2,40 em 2007. Para o Santander, essa situação levaria o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor – Amplo) de 2006 e 2007 a convergir para o centro da meta pré-estabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional).
De acordo com o banco, ainda haveria espaço para a redução dos juros no cenário interno, porém a taxa Selic talvez não chegaria a 12,5% ao ano em 2007 (esse é o patamar previsto pela instituição).
Mercado mais pressionado
Uma terceira possibilidade seria o dólar próximo a R$ 2,40 neste ano e a R$ 2,60 no ano seguinte. Segundo os analistas, neste caso, a inflação reverteria a trajetória de queda, mas ainda permaneceria dentro do intervalo das metas, tornando mais difíceis novos cortes no juro básico.
Dólar a R$ 2,50 ainda em 2006
Por fim, um quarto cenário foi ventilado: a taxa de câmbio tendendo a R$ 2,50 em 2006 e a R$ 2,70 em 2007. Tal escalada provavelmente conduziria a inflação a um patamar superior ao limite superior da meta, havendo elevada probabilidade de ajuste para cima na taxa Selic.