Sam Zell vê economia marcada permanentemente após pandemia e diz que não encontrou nada para comprar

Por enquanto, o investidor que ficou conhecido comprando imóveis de risco na década de 1970, observa os fatos à margem

Bloomberg

Sam Zell (Foto: Getty Images)

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(Bloomberg) — Sam Zell, bilionário conhecido por comprar ativos imobiliários de risco, disse que a pandemia de coronavírus causará o mesmo tipo de impacto na economia e na sociedade que a Grande Depressão há 80 anos. Ele antecipa mudanças duradouras no comportamento das pessoas, que colocarão em risco muitos modelos de negócios.

“Muitas pessoas estão antecipando um tipo de recuperação em forma de V”, disse Zell em entrevista à Bloomberg Television. “Todos nós ficaremos permanentemente marcados por ter vivido isso.”

Assim como a Depressão deixou para trás uma geração que não conseguiu esquecer a experiência do desemprego em massa, fome e desespero, os problemas que a atual crise impôs à sociedade podem ser igualmente difíceis de esquecer. Zell, de 78 anos, disse que não será fácil para as pessoas viverem como viviam antes do “choque extraordinário” causado pela pandemia.

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Ele espera que um certo distanciamento social e trabalho em casa persistam por muito tempo após o término da fase aguda do surto, possivelmente por anos. Varejo, hospitalidade, viagens, entretenimento ao vivo e esportes profissionais são alguns dos setores que poderão seguir com dificuldades, segundo Zell.

“Quando alguém entrará em um avião? Quando alguém se hospedará em um hotel? Quando alguém irá a um shopping?”, perguntou. “O fato de esses lugares estarem abertos não significa necessariamente que farão negócios.”

Nada para comprar

Zell discorda da opinião convencional de que grandes cidades como Nova York estão condenadas e que depósitos são a aposta mais inteligente no setor imobiliário comercial.

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Por enquanto, o investidor que ficou conhecido comprando imóveis de risco na década de 1970, observa os fatos à margem. Como Warren Buffett, Zell não encontrou nada que quisesse comprar desde o início da pandemia. Parte do problema é a falta de ofertas.

“Os vendedores que queriam vender ainda se lembram dos preços que estavam disponíveis sete ou oito semanas atrás. Os compradores olham para um mundo muito diferente e esperam obter descontos significativos”, disse. “Quando você tem uma diferença tão grande, nada acontece.”

Os próprios investimentos de Zell – concentrados no setor imobiliário e que incluem desde campings nos EUA a shopping centers na América Latina – mostram desempenho diverso. Em um projeto, uma ponte chamada Cross Border Xpress, que conecta a Califórnia ao Aeroporto Internacional de Tijuana, no México, os negócios caíram 90%. No entanto, na Ardent Health Services, rede hospitalar dos EUA, “o impacto quase não foi sentido”, além das proibições do governo de cirurgias eletivas, disse.

Todas as manhãs, Zell conversa com seus gerentes pelo Zoom de seu escritório com vista para o rio Chicago. Recentemente, foi informado sobre a situação da Equity Residential, sua maior empresa de capital aberto.

As ações do fundo de investimento imobiliário, um dos maiores proprietários de apartamentos nos EUA, acumulam queda de quase 30% desde o final de fevereiro. Os aluguéis, no entanto, têm mostrado resistência, e Zell não espera mudanças significativas nos pagamentos mensais.

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