Relatório

Salvar a maior gestora cripto do mundo vai sair caro, diz Bernstein

Um acordo viável pode envolver um grande sócio minoritário ou uma estrutura de compra liderada por sócios mais estratégicos, disse a gestora

Por  CoinDesk -

O congelamento prolongado das retiradas da empresa cripto Genesis, controlada pelo Digital Currency Group (DCG), continua a pesar nos mercados de criptomoedas, disse a gestora Bernstein em um relatório divulgado na quinta-feira (8).

A Bernstein vê três abordagens possíveis para o DCG: poderia levantar capital; vender ativos não estratégicos e salvar a gestora de ativos digitais Grayscale, a maior do mundo; ou dissolver o Grayscale Bitcoin Trust (GBTC), o maior fundo de BTC do planeta.

A “opção drástica” e menos preferida para o DCG seria a dissolução do GBTC, disse o relatório. O DCG poderia solicitar “Reg M” (uma regulação dos EUA), que permitiria que em vez de o Bitcoin (BTC) ser vendido no mercado aberto após a dissolução, ele poderia ser trocado por ações do GBTC.

Isso deixaria os detentores de GBTC com BTC, causando o menor impacto no mercado. Não está claro, no entanto, se os detentores de GBTC desejam ter próprio Bitcoin, já que muitos compraram o fundo justamente para evitar os aborrecimentos da custódia da criptomoeda, acrescentou o relatório.

Levantar capital pode ser difícil, pois as avaliações caíram significativamente no mercado privado desde a última captação de recursos do DCG em novembro de 2021, disse a Bernstein. E com os US$ 2 bilhões de dívida DCG, por causa de empréstimos, a posição do balanço patrimonial da empresa é muito pior. Portanto, uma possível estrutura de acordo com o DCG seria um “financiamento estratégico abrangente” usando uma combinação de dívida para financiar os empréstimos e o novo patrimônio líquido, acrescentou o material.

Dado o tamanho dos empréstimos e ativos ilíquidos, é provável que a situação do balanço patrimonial pese no valor residual do patrimônio líquido, disse a Bernstein. Isso sugere que qualquer acordo exigiria o envolvimento de um parceiro mais estratégico.

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“O acordo viável pode estar em algum lugar entre um grande sócio minoritário ou uma estrutura semelhante a uma compra no DCG, liderada por parceiros mais estratégicos, possivelmente instituições financeiras que procuram comprar a entrada no setor”, escreveram os analistas Gautam Chhugani e Manas Agrawal.

Como a Grayscale é a “jóia da coroa” e o maior gerador de receita do grupo, os fundadores podem decidir vender ativos não essenciais, incluindo o CoinDesk (que é controlado pelo DCG também), a Luno, a Foundry ou outros, segundo a gestora, mas não está claro se isso cobriria a lacuna do balanço ou aconteceria com rapidez suficiente.

A melhor opção seria o DCG trabalhar em direção a um financiamento estratégico e abrangente do grupo, e qualquer acordo pode envolver o fundador da empresa, Barry Silbert, “desistindo de uma grande parte do bolo”, acrescentou a nota.

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