Saída do presidente da BRF, resultados de JBS, Sabesp e mais 7 empresas agitam a noite

Entre os destaques, a ex-OGX registrou lucro pelo segundo trimestre seguido; CPFL consegue reverter seu prejuízo em lucro de R$ 145 milhões

Rodrigo Tolotti

(Divulgação/Sabesp)

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SÃO PAULO – Agitando a noite desta quinta-feira (14), diversas empresas divulgaram seu resultado, no penúltimo dia da temporada de balanços corporativos. Entre os destaques ficaram a JBS, as elétricas CPFL e Copel, além da antiga OGX Petróleo. Veja os destaques da noite:

JBS
A JBS (JBSS3) registrou um lucro líquido de R$ 254, 3 milhões no segundo trimestre deste ano, uma queda de 24,9% em relação ao mesmo período de 2013. Segundo a companhia, o resultado foi impactado pelo custo do carregamento do hedge da companhia e pelo prêmio pago para recompra antecipada das Notas 2016.

Já o Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) alcançou R$ 2,432 bilhões, alta de 45,9% sobre o mesmo intervalo do ano passado. A margem Ebitda alcançou 8,4%, acima dos 7,6% do mesmo trimestre do ano passado. Segundo a companhia, o resultado é reflexo do desempenho das operações de aves e suínos nos Estados Unidos, que registraram crescimento no Ebitda de 27,8% e 124,3%, respectivamente.

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A JBS teve receita líquida consolidada no segundo trimestre de R$ 28,968 bilhões, um crescimento de 32,1% na comparação com igual período de 2013. Segundo a empresa, o avanço se deve ao aumento da receita em quase todas as unidades de negócios — à exceção da operação de aves nos EUA (Pilgrim’s Pride), cujo faturamento ficou estável.

Sabesp
A companhia de saneamento básico de São Paulo, Sabesp (SBSP3), divulgou hoje seu balanço para o segundo trimestre de 2014, demonstrando queda de 16,4% no lucro líquido da companhia na comparação com o segundo trimestre de 2013. No mesmo período do ano passado, o lucro líquido era de R$ 361,7 milhões e, neste semestre, o número caiu para R$ 302, 4 milhões.

Já o Ebitda da companhia teve queda de 27,4% na mesma base de comparação, indo de R$ 911,4 milhões, para atuais R$ 661,7 milhões. Ainda ficou em destaque para a companhia a receita líquida, que também teve queda, porém mais modesta, ficando no patamar de 1,5%, indo de R$ 2,79 bilhões, para R$ 2,75 bilhões neste bimestre, além de ter reportado também uma de uma alta de 11,2% no custo de despesas administrativas e de construção.

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CPFL Energia
A CPFL (CPFE3) divulgou seu resultado para o segundo trimestre deste ano e os dados demonstraram que a companhia reverteu prejuízo de R$ 134 milhões registrados no segundo trimestre de 2013 em lucro líquido de R$ 145 milhões no mesmo período deste ano. Além disto, a empresa apresentou Ebitda 49,7% maior que no segundo semestre do ano passado, indo de R$ 516 milhões para R$ 772 milhões.

O resultado apontou também um aumento de 10% na receita líquida da companhia de energia na mesma base de comparação, passando de R$ 3,33 bilhões, para R$ 3,67 bilhões neste ano. De acordo com a empresa, ainda foram destaques deste trimestre um investimento de R$ 280 milhões no segundo trimestre deste ano, e de R$ 520 milhões no primeiro semestre, além de um aumento de 38% no número de negócios na Bovespa e de 6,8% no volume diário de negociação dos papéis da companhia na Bolsa brasileira e na Nyse.

Cesp
A geradora paulista de energia elétrica Cesp (CESP6) anunciou que seu lucro líquido do segundo trimestre cresceu 85%, inflado por maiores receitas com a venda de energia no mercado de curto prazo e melhora no resultado financeiro. De abril a junho, o lucro da estatal estadual somou R$ 489,4 milhões, pouco abaixo da média prevista por analistas consultados pela Reuters, de R$ 518 milhões.

No período, o resultado operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado somou R$ 1,092 bilhão, crescimento de 48,7% sobre o segundo trimestre de 2013. A previsão era de Ebitda de R$ 973,7 milhões. As receitas com venda de energia aumentaram 34,7%, a R$ 1,4 bilhão, com destaque para o mercado de curto prazo, com alta de 77,5%.

O preço de liquidação de diferenças (PLD), que referencia o mercado de curto prazo, foi em média de R$ 722,22 no trimestre, ante R$ 245,76 no mesmo período do ano passado. Com isso, a participação deste mercado no faturamento total subiu para 34,3%, ante 17% no mesmo período do ano passado. A receita com a venda de energia no mercado de curto prazo foi de R$ 317,7 milhões, além de R$ 171,5 milhões de reconciliação e ajustes anteriores.

Já a participação do mercado regulado foi de 25,5%, com receita de R$ 361,6 milhões e do segmento de contratação livre foi de 40,2%, a R$ 568,7 milhões. Além disso, as despesas operacionais da Cesp caíram 5,2% ante mesma etapa de 2013, para R$ 377,7 milhões, puxadas para baixo em parte devido a menor despesa de depreciação pelo término da exploração econômica da usina de Três Irmãos.

Por fim, as despesas financeiras de R$ 43,2 milhões foram 33,3% menores na comparação anual, devido à queda da dívida da companhia. A dívida líquida tombou 68%, a R$ 690 milhões. O resultado financeiro da companhia ficou negativo em R$ 3,9 milhões, ante resultado negativo de R$ 160 milhões no segundo trimestre de 2013.

OGPar
A OGPar (OGXP3), antiga OGX Petróleo, divulgou seu resultado referente ao segundo trimestre deste ano nesta quinta-feira (14), reportando um lucro líquido de R$ 303,4 milhões no período, ante prejuízo líquido de R$ 4,72 bilhões um ano antes. No primeiro trimestre a companhia já havia conseguido reverter o prejuízo e registrado lucro de R$ 212,967 milhões.

Com isso, a companhia terminou o primeiro semestre com lucro líquido de R$ 516,3 milhões, contra um prejuízo de R$ 5,52 bilhões um ano antes. Já a receita líquida do segundo trimestre foi de R$ 292,99 milhões, ante resultado de R$ 150,87 milhões no mesmo período de 2013, uma alta de 142% na comparação anual.

Em comunicado, a OGPar destacou o “sucesso na estratégia de concentrar seus esforços na operação dos Campos de Tubarão Martelo e Tubarão Azul, representado pela a geração operacional de caixa de R$ 49 milhões”. A produção do campo de Tubarão Martelo atingiu 869 mil barris no segundo trimestre, o que equivale a uma produção média diária de 9,5 mil barris. Desde o início de sua produção em dezembro de 2013, o campo já produziu 2,2 milhões de barris de óleo e a produção no terceiro poço do campo foi iniciada em julho.

Já a produção do campo de Tubarão Azul no período foi de 367 mil barris de óleo, com média diária de 4,0 mil bopd – um ano antes a produção foi de 536 mil barris. Segundo a companhia, “a queda da produção total no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior ocorreu devido à redução do número de poços produtores”.

No relatório, a OGPar ainda destacou que o segundo trimestre ficou marcado pela aprovação do Plano de Recuperação Judicial da companhia e de suas controladas OGX Petróleo e Gás S.A., OGX International e OGX Austria.

Qualicorp
A administradora de planos de saúde Qualicorp (QUAL3) teve lucro líquido ajustado de 39,1 milhões de reais no segundo trimestre, alta de 6,9 por cento na comparação anual, informou a companhia nesta quinta-feira.

A carteira de beneficiários da empresa atingiu 4,6 milhões de vidas, avanço de 0,9 por cento ano a ano. No período, a receita líquida da Qualicorp subiu 23 por cento e atingiu 344 milhões de reais, enquanto as despesas avançaram 21,9 por cento, a 283 milhões de reais.

O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi de 126,5 milhões de reais no período, avanço anual de 28,6 por cento.

BRF
A BRF (BRFS3) divulgou um comunicado no qual o Conselho de Administração da companhia anuncia que o atual CEO Global, Claudio Galeazzi manifestou seu interesse em antecipar o início do processo de sucessão, conforme era anteriormente previsto.

De acordo com o comunicado, assinado pelo presidente do Conselho Abilio Diniz, a decisão do presidente se deu dado o bom momento vivido atualmente para a companhia e após a conclusão do ciclo inicial de transformação da empresa. Galeazzi deverá permanecer como CEO na BRF até o dia 31 de dezembro e contribuirá com o Conselho no processo sucessório.

Em agosto do ano passado o Conselho de Administração da companhia aprovou Claudio Galeazzi para suceder José Antonio do Prado Fay na presidência. Galeazzi foi indicado pelo cargo pelo presidente do Conselho de Administração, Abílio Diniz. A companhia manteve Leopoldo Viriato Saboya como vice-presidente de finanças, administração e relações com investidores.

Triunfo
A concessionária de infraestrutura Triunfo Participações (TPIS3) teve prejuízo de R$ 44 milhões no segundo trimestre, frente a perdas de R$ 22,5 milhões no mesmo período do ano passado, com aumento do custo operacional. A receita líquida ajustada foi de R$ 262,8 milhões, alta de 21,9%. Houve aumento de 83,6% da receita de venda de energia elétrica e crescimento de 9,8% nas receitas de arrecadação de pedágio.

Os custos operacionais, por outro lado, subiram 71,6%, para R$ 368,9 milhões no segundo trimestre. As despesas gerais e administrativas subiram 50,2%. O tráfego consolidado das rodovias administradas cresceu 4,4% no período, atingindo 20,8 milhões de veículos equivalentes. Na unidade de energia, foram vendidos 216,7 GWh de energia assegurada, alta de 46,4%.

Já o aeroporto de Viracopos, também administrado pela empresa, movimentou 2,3 milhões de passageiros, crescimento de 1,5%. O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 138 milhões no período de abril a junho, crescimento de 32,7% na comparação anual.

Brookfield
O prejuízo líquido atribuído a controladores da Brookfield (BISA3) subiu 9,3% no segundo trimestre para R$ 175,4 milhões. Enquanto isso, a receita líquida caiu 21,4% ante o mesmo período do ano passado, para R$ 545,5 milhões. 

Já as despesas operacionais no trimestre caíram 26,4%, para R$ 88,3 milhões. O prejuízo operacional foi de R$ 113,4 milhões, pior em 7,6% na mesma comparação.

Biosev
A Biosev (BSEV3), que no trimestre encerrado em 30 de junho, um prejuízo líquido de R$ 148,3 milhões, ante resultado negativo de R$ 325,8 milhões um ano antes. A receita líquida da companhia caiu 14,5% no trimestre, a R$ 911,098 milhões, enquanto o volume vendido de açúcar caiu 19,3%, a 376 mil toneladas.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização ajustado ao valor justo dos ativos biológicos (canaviais) recuou 0,5%, a R$ 219,2 milhões. A margem Ebitda ajustada subiu 3,4 pontos percentuais, a 24,1%. A dívida líquida em 30 de junho havia crescido 16,8%, a R$ 4,056 bilhões na comparação com a posição de 30 de março deste ano.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.