Sabesp (SBSP3): BBA eleva projeções e vê ação a R$ 120,30 com atenção à privatização

Governo de São Paulo abriu um processo de consulta pública para discutir o novo modelo de contrato de concessão

Felipe Moreira

(Divulgação/Sabesp)

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O Itaú BBA reiterou recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) e elevou o preço-alvo para ação da Sabesp (SBSP3) de R$ 83,60 para R$ 120,30 após atualizar estimativas com base na abertura da consulta pública no que diz respeito à nova regulação. O novo preço-alvo representa um potencial de valorização de 58,2% frente a cotação da última segunda-feira (18) de R$ 76,01.

O governo do estado de São Paulo abriu recentemente um processo de consulta pública para discutir o novo modelo de contrato de concessão entre a Sabesp e os municípios, bem como diversos documentos detalhando o novo marco regulatório que fará parte do contrato de concessão. As partes interessadas tiveram até 15 de março para enviar suas contribuições. O BBA acredita que os termos propostos são equilibrados, permitindo à Sabesp criar valor se operar de forma eficiente e cumprir as metas de universalização, e penalizar a empresa se operar mal e não atingir as metas.

Analistas enxergam bastante espaço para ganhos de eficiência pós privatização, em especial no primeiro ciclo tarifário no qual a companhia deve capturar integralmente os ganhos. Eles assumem uma redução de aproximadamente 50% do opex unitário até 2028 (versus 2023).

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A partir do segundo ciclo tarifário, analistas projetam uma taxa de compartilhamento de eficiência de 50%, mas lembram que esse percentual só será definido nos documentos finais da CP.

Com relação à governança, o BBA acredita que a definição do potencial investidor estratégico é um dos eventos mais importantes para esse papel olhando para a frente. Segundo relatório, a ação teve uma performance fraca nos últimos dias dada uma preocupação maior por parte do mercado em relação a esse tópico.

“Uma das possibilidades que tem sido levantadas é a de fazer um leilão separado para o estratégico a um preço diferente do resto do mercado, definindo um lockup mais longo, mas ainda há muita incerteza sobre a viabilidade dessa estrutura”, diz o relatório.

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De acordo com o BBA, Equatorial [EQTL3], Cosan [CSAN3], Votorantim e Aegea estão analisando a oportunidade. Mesmo com essas incertezas mencionadas, o BBA ainda vê uma relação risco retorno muito atrativa para o papel, dado o valuation bem descontado. O papel está negociando a 0,87 vez o EV/RAB (EV = enterprise value, ou valor de mercado + dívida líquida”; RAB = base de ativos regulatórios), enquanto o preço-alvo implica em um múltiplo de 1,24 vez.

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