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SÃO PAULO – A última sessão desta semana de natal foi de ganhos na Bolsa, que teve um dia de alívio com um ambiente político mais tranquilo diante do recesso parlamentar, enquanto o cenário externo foi de bom humor, com as bolsas internacionais em alta. Em uma quarta-feira (23) de baixo giro financeiro, o Ibovespa avançou 0,93%, aos 43.874 pontos.
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O destaque positivo ficou com a CSN, que disparou cerca de 9%, seguida pela Sabesp, que após anunciar regras mais rígidas para dar bônus aos consumidores acabou entre as maiores altas do dia. Ajudando a sustentar os ganhos do índice, a Vale também subiu forte, junto com outras siderúrgicas.
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Entre as perdas, o Pão de Açúcar voltou a ficar pressionado e terminou o pregão entre as maiores queda do Ibovespa. Também do lado negativo ficaram as ações ligadas ao dólar, como as empresas de papel e celulose e a Embraer. Nesta quarta a moeda norte-americana caiu de 0,91%, para R$ 3,9523 na venda.
Confira os principais destaques de ações do pregão desta quarta-feira (23):
Oi (OIBR4, R$ 1,92, -8,13%)
Após chegar a subir 14,83% na máxima do dia, as ações da Oi viraram para queda durante a tarde, encerrando a série de 7 altas seguidas, período em que acumulou alta de 70%. Apesar desta forte alta do período, as ações da empresa ainda estão entre as piores do Ibovespa, com perdas de 73,64% no ano. No fim da última semana a Oi anunciou um financiamento de longo prazo com o China Development Bank (CDB) no valor de US$ 1,2 bilhão. Apesar dos ganhos, no noticiário da empresa hoje as informações não são muito positivas.
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O TCU (Tribunal de Contas da União) cobra da Anatel e da Oi explicações sobre uma redução de R$ 10,5 bilhões no valor dos bens e equipamentos usados na telefonia fixa (voz), serviço público prestado em regime de concessão, segundo a Folha de S. Paulo. A Oi é a maior concessionária do país em cobertura e foi a única a registrar queda no valor desses bens entre 2010 e 2013 – período que compreende o processo de consolidação da Telemar e da Brasil Telecom em uma única companhia, a Oi.
Os contratos de concessão vencem neste ano, e a União negocia com as teles a troca dos valores desses bens, que são públicos, por uma nova rodada de investimentos caso as operadoras aceitem renovar a concessão por mais 20 anos. O tribunal acredita que não será possível fazer esse acordo sem uma lista precisa dos bens e seus valores corretos. O governo e as teles acreditavam que seria possível.
Petrobras (PETR3, R$ 8,88, +3,98%; PETR4, R$ 6,93, +2,06%)
A companhia subiu favorecida pela disparada de mais de 5% do petróleo no mercado internacional. Além disso, no noticiário da estatal, há um rumor de que ela pode realizar uma redução no preço da gasolina e do óleo diesel no início do próximo ano, segundo informou o jornal O Globo citando uma fonte próxima da estatal. De acordo com a publicação, será feita uma avaliação do comportamento das cotações internacionais do petróleo e das demais variáveis que compõem a fórmula dos preços de combustíveis no mercado interno, como o câmbio, até o fim deste mês.
Os analistas da LCA Consultores explicam que desde setembro, quando ocorreram os últimos reajustes, as defasagens da companhia estão um pouco abaixo de 20% para a gasolina e em torno de 25% para o diesel. “O grande obstáculo para a redução é a necessidade de geração de caixa por parte da empresa para reduzir o seu elevado endividamento”, disseram em relatório.
Ainda no radar da companhia o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) abriu investigação para apurar suposta formação de cartel em licitações de serviços de engenharia, construção e montagem industrial da Petrobras, alvos da operação Lava Jato. O Cade estima que a soma dos valores dos contratos relativos às licitações onshore realizadas pela Petrobras nas quais há evidências da ação do cartel seja de no mínimo R$ 35 bilhões.
Vale (VALE3, R$ 13,22, +5,34%; VALE5, R$ 10,52, +4,68%)
A mineradora estendeu os ganhos da véspera e ficou entre as maiores altas mesmo após o minério de ferro fechar estável. Enquanto isso, o mercado “ignora” a recente notícia de que a Justiça Federal de Minas Gerais determinar o bloqueio de bens da mineradora e da australiana BHP Billiton, proprietárias da Samarco, pelo rompimento de uma barragem de rejeitos em Minas Gerais.
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A Vale informou que tomou conhecimento de uma decisão judicial da 12ª Vara Federal de Belo Horizonte (MG) sobre a indisponibilidade das suas licenças para a lavra de minério. A mineradora disse que a decisão não limita as suas atividades de produção e comercialização, mas que recorrerá da decisão.
CSN (CSNA3, R$ 4,33, +7,71%)
A direção da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), do empresário Benjamin Steinbruch, indicou ao Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense que vai demitir 3 mil funcionários e reduzirá em 35% o valor dos contratos com fornecedores, o que deve repercutir em demissões de terceirizados. Segundo o sindicato, a empresa alega passar por uma crise econômica que exige a redução de custos. Os cortes viriam de uma paralisação no alto-forno 2 da usina de Volta Redonda, que já vinha sendo ventilada.
O argumento da companhia é que o estoque está baixo e as vendas de aço no mercado interno caíram drasticamente. Além disso, a CSN informou aos sindicalistas que o mercado externo não compensa as perdas no mercado doméstico. Procurada, a CSN não comenta a informação.
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Minerva (BEEF3, R$ 12,68, +3,93%)
O Conselho de Administração da Minerva Foods, uma das principais exportadoras de bovinos do Brasil, aprovou na noite de terça-feira proposta de aumento de capital de até R$ 1,55 bilhão, parte de acordo de investimento com a britânica Salic UK, controlada do grupo saudita de mesmo nome.
No acordo de investimento, a Salic UK compromete-se a subscrever e integralizar uma quantidade de novas ações ordinárias a serem emitidas pela Minerva correspondente a uma participação de 19,95% do capital social da companhia após a homologação do aumento de capital.
O aumento de capital proposto, que terá de ser submetido a assembleia de acionistas, prevê subscrição particular de até 99,73 milhões de novas ações ordinárias pelo preço de emissão de R$ 15,60 por ação. Mais cedo na terça-feira, a Minerva já havia anunciado que estava finalizando os documentos para receber o investimento com a companhia britânica.
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Sabesp (SBSP3, R$ 19,30, +7,04%)
A Sabesp anunciou novas regras que tornam mais difícil aos consumidores que economizam água a obtenção de descontos em suas contas e manteve inalterada as regras de aplicação de sobretaxa aqueles que aumentam o consumo.
A decisão foi tomada diante de um quadro de abastecimento de água na região metropolitana e em cidades do interior de São Paulo que caminha para a normalidade, segundo afirmaram a jornalistas o secretário de saneamento e recursos hídricos do Estado, Benedito Braga, e o presidente da Sabesp, Jerson Kelman.
A empresa espera obter aprovação da agência reguladora estadual Arsesp para a prorrogação até o final de 2016 dos programas de desconto e de sobretaxa ainda nesta semana, disse Kelman, sem informar a expectativa dos clientes da empresa que vão acabar perdendo o direito ao bônus.
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Hypermarcas (HYPE3, R$ 21,53, +1,13%)
A alemã Henkel & Co apresentou na terça-feira um pedido aos reguladores brasileiros, para rever a decisão de aprovar a compra da unidade de cuidados de beleza da Hypermarcas pela Coty, no último mês. A Henkel está contestando a decisão do dia 7 de dezembro pelo Cade, que aprovou a aquisição pela Coty, sem restrições, de dezenas de marcas e várias fábricas da Hypermarcas.
Em documento, o escritório de advocacia brasileiro Levy Salomão, que representa Henkel no assunto, aponta que o Cade não levou em conta o impacto combinado do negócio de cosméticos da Hypermarcas, com a recente aquisição de produtos de beleza da Procter & Gamble pela Coty. Ambas as operações iriam supostamente dar a Coty uma participação de mercado de 35% no mercado de coloração de cabelo no Brasil, diz o documento.