Rússia mostra por que China deveria parar de enxugar reservas

Em janeiro, as reservas internacionais da China caíram para menos de US$ 3 trilhões em janeiropela primeira vez em quase seis anos

Bloomberg

Publicidade

SÃO PAULO – A China enxugou cerca de um quarto de suas reservas de moeda estrangeira, as maiores do mundo, nos últimos 18 meses em sua busca para manter o yuan estável. Segundo o Commerzbank, esse tipo de intervenção é fútil.

Dados divulgados na terça-feira mostraram que as reservas internacionais da China caíram para menos de US$ 3 trilhões em janeiro, a primeira vez que o nível psicologicamente potente foi rompido em quase seis anos. No entanto, as experiências de parceiros do BRICS revelam que reduzir os estoques provavelmente terá pouco efeito sobre o destino da moeda no longo prazo, disse Hao Zhou, economista sênior para mercados emergentes do Commerzbank em Cingapura, em relatório divulgado na terça-feira.

Embora os esforços da Rússia e do Brasil nos últimos anos tenham amortecido o impacto da desvalorização cambial, esses países não conseguiram mudar a dinâmica do mercado. No caso da Rússia, o colapso das cotações do petróleo e a imposição de sanções econômicas devido à crise na Crimeia foram fatores mais poderosos do que a venda de um terço das reservas em moeda estrangeira do país entre abril de 2013 e março de 2015. O rublo se desvalorizou mais de 50 por cento em relação ao dólar no período.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

O Brasil também não conseguiu conter o declínio do real entre o início de 2013 e o fim de 2015, quando a economia do país entrou no que alguns classificam como depressão econômica. O banco central usou contratos de swap cambial em vez de recorrer às reservas para tentar segurar a queda do real.

“No final das contas, os fundamentos ainda são o principal fator”, disse Hao.

“O yuan está sob pressão de desvalorização devido ao instável perfil de crescimento da economia”, disse Hao, cuja projeção para a moeda chinesa é de uma queda para 7,15 por dólar até o fim do ano, em relação ao nível atual de 6,88. O yuan mostrou baixa de 6,5 por cento em 2016, seu pior desempenho em mais de 20 anos.

Continua depois da publicidade

A intervenção “não mudou as expectativas do mercado para as taxas de câmbio do yuan”, disse o economista.