O Exército da Rússia iniciou nesta terça-feira (19) uma ofensiva para tomar o Donbass, região do leste da Ucrânia onde ficam os territórios separatistas de Donetsk e Lugansk.
Prometida desde o fim de março, quando as tropas russas se retiraram dos arredores da capital Kiev, a ação tem como objetivo conquistar a parte da Ucrânia oriental que é palco de conflitos separatistas desde 2014, quando a Rússia anexou a Crimeia.
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“A Rússia iniciou a segunda fase da operação especial na Ucrânia”, disse o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov. O ministro da Defesa, Sergei Shoigu, disse que “o Exército russo está implantando sistematicamente o plano para a libertação das repúblicas de Donetsk e Lugansk”.
Moscou diz ter lançado dezenas de ataques na madrugada no leste do país vizinho, atingindo alvos militares no Donbass.
Sem corredores humanitários
Segundo o Estado-Maior das Forças Armadas ucranianas, a ofensiva acontece ao longo de um fronte de 480 km de extensão. Essa linha vai de Kharkiv, no nordeste do país, até Mykolaiv, no sul, passando pelas regiões de Donetsk e Lugansk.
Devido à ofensiva, não haverá corredores humanitários para evacuação de civis pelo terceiro dia consecutivo. “Hoje, 19 de abril, infelizmente não haverá corredor humanitário. Continuam os bombardeios intensos no Donbass”, disse a vice-premiê ucraniana, Iryna Vereshchuk.
As forças russas também iniciaram o assalto à siderúrgica Azovstal, onde estão entrincheirados os últimos combatentes ucranianos ainda de pé em Mariupol, uma das cidades mais importantes da região de Donetsk.
Além de militares e integrantes da milícia de extrema direita Batalhão de Azov, o local abriga civis em seus subterrâneos, incluindo mulheres e crianças. “Chega dessa resistência insensata, abaixem as armas”, pediu o Ministério da Defesa da Rússia.