Rússia atinge centenas de alvos na Ucrânia; autoridades relatam 6 mortes perto da Polônia

Ministério da Defesa russo diz ter destruído 16 instalações militares ucranianas no sul e leste do país

Reuters

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A Rússia afirmou nesta segunda-feira (18) que atingiu centenas de alvos militares na Ucrânia durante a noite, destruindo postos de comando com mísseis lançados do ar, enquanto autoridades da cidade de Lviv, perto da fronteira com a Polônia, disseram que um ataque com mísseis deixou seis mortos.

O Ministério da Defesa russo informou em comunicado que destruiu 16 instalações militares ucranianas nas regiões de Kharkiv, Zaporizhzhia, Donetsk, Dnipropetrovsk e Mykolayiv, no sul e leste do país. Disse também que a Força Aérea atacou 108 áreas onde as forças ucranianas estavam concentradas e que a artilharia russa atingiu 315 alvos militares.

Afastados pela resistência ucraniana no norte, perto da capital Kiev, os militares russos reorientaram sua ofensiva terrestre nas duas províncias do leste conhecidas como Donbass, ao mesmo tempo em que lançavam ataques de longa distância em outros alvos, incluindo a capital.

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Agora estão tentando assumir o controle total da cidade portuária ucraniana de Mariupol, sitiada há semanas e que seria uma grande conquista estratégica, ligando o território de separatistas pró-Rússia no leste com a região da Crimeia — que Moscou anexou em 2014.

Ataques em Lviv

Autoridades ucranianas disseram que mísseis atingiram instalações militares e um ponto de serviço de pneus em Lviv, a apenas 60 km da fronteira polonesa e que até o momento escapou de bombardeios pesados.

O prefeito de Lviv, Andriy Sadoviy, disse que seis pessoas morreram e 11 ficaram feridas e que a explosão quebrou as janelas de um hotel que abriga ucranianos retirados de outras partes do país.

A Rússia nega atacar civis e rejeita o que a Ucrânia afirma ser evidência de atrocidades, dizendo que o país invadido as encenou para minar as negociações de paz.

O governo russo chama sua invasão ao país, há quase dois meses, de operação militar especial para desmilitarizar a Ucrânia e erradicar o que classifica de nacionalistas perigosos.

Países ocidentais e o governo ucraniano acusam o presidente russo, Vladimir Putin, de agressão não provocada.

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Batalha por Mariupol

O primeiro-ministro da Ucrânia, Denys Shmyhal, disse que as tropas na cidade de Mariupol ainda estavam lutando no domingo (17), apesar da exigência russa de rendição.

“A cidade ainda não caiu”, declarou ele ao programa This Week, da rede de televisão ABC, acrescentando que os soldados ucranianos continuam controlando algumas partes da cidade a sudeste do país.

A Rússia disse no sábado (16) que tinha o controle de áreas urbanas, embora alguns combatentes ucranianos permanecessem na siderúrgica Azovstal, uma das maiores usinas metalúrgicas da Europa (que tem mais de 11 km² e tem vista para o Mar de Azov).

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Antes da guerra, Mariupol era a maior cidade ainda ocupada pelas autoridades ucranianas na região do Donbass, que Moscou exigiu que a Ucrânia cedesse aos separatistas pró-Rússia.