RJ projeta outorga de R$ 2,6 bi para Bloco 3 da Cedae após inclusão de Angra

Até então considerado pouco atrativo, o bloco incluía bairros pobres da zona oeste da capital fluminense e seis municípios do interior

Estadão Conteúdo

Fachada da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Divulgação)

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O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), citou nesta sexta-feira o valor de R$ 2,6 bilhões como possível outorga mínima do Bloco 3 da Cedae. O lote foi o único que não recebeu propostas no primeiro leilão de concessão da empresa de água e esgoto do Estado, em abril deste ano. Até então considerado pouco atrativo, o bloco incluía bairros pobres da zona oeste da capital fluminense e seis municípios do interior.

Agora, segundo o mandatário, já são 17 municípios, sendo que o total pode chegar a 19. O principal ativo para o considerável aumento no valor da outorga mínima – era de R$ 900 milhões em abril – foi a inclusão de Angra dos Reis, município turístico da Costa Verde.

“O BNDES ainda não fechou o valor, mas nós temos uma perspectiva de mais de R$ 2 bilhões; há quem diga que vai chegar a R$ 3 bilhões. Fala-se em R$ 2,6 bilhões, principalmente por causa de Angra dos Reis. Com certeza é um bloco muito mais atrativo hoje do que no dia do leilão”, disse Castro, após almoço com empresários do Grupo Lide no hotel Fairmont, zona sul do Rio. Durante apresentação no evento, ele havia citado a estimativa de R$ 2,6 bilhões.

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Pacto RJ

Com o dinheiro já arrecadado com o leilão dos outros blocos, o governador anunciou no período da manhã um pacote chamado Pacto RJ, que prevê investimentos de R$ 17 bilhões em cerca de 50 projetos. A maior parte do montante financeiro, R$ 10 bilhões, saiu das vendas da Cedae. Com previsão de gerar 150 mil empregos em três anos, o projeto é a principal aposta de Castro, ainda desconhecido da população, para tentar se reeleger no ano que vem.

O Pacto RJ inclui planos ousados, como a retomada do sucateado Teleférico do Alemão, no complexo de favelas da zona norte da cidade. Como o jornal O Estado de S. Paulo mostrou em abril, equipamentos do modal estão caindo aos pedaços; há estações tomadas por escombros ou ocupadas pela Polícia Militar.

Existe ainda a previsão de criar uma linha de metrô de superfície na Baixada Fluminense, que hoje é atendida pelo sistema de trens. Seriam 23 quilômetros de linha na região que é considerada essencial para se conquistar uma vitória eleitoral no Rio.

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Oficialmente, contudo, Castro alega que não há relação entre as medidas e o pleito, já que os projetos serão tocados ao longo de três anos. “Temos entregas parceladas. Coisas neste ano, outras ano que vem, coisas em até três anos, até mesmo para fugirmos dessa história de eleição, período eleitoral. A ideia é que o Pacto seja uma coisa do Estado, não só deste governo”, disse.

Tido como aliado do presidente Jair Bolsonaro, Castro se filiou recentemente ao PL de Waldemar da Costa Neto, deixando para trás o PSC, abalado no Estado pelos escândalos de corrupção envolvendo o governador cassado Wilson Witzel e presidente nacional da sigla, Pastor Everaldo. Castro era vice de Witzel e também é alvo de investigações.

Além de buscar o apoio – ainda não garantido – de Bolsonaro para a tentativa de reeleição, o governador aposta na política tradicional e nas agendas espalhadas pelo Estado para alavancar a popularidade. Essa estratégia fica mais evidente com o lançamento do Pacto RJ, que contempla todos os 92 municípios. “Todos os Estados que não sentiram os impactos das últimas crises eram Estados com interiores desenvolvidos”, falou aos empresários.

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