Risco volta: HRT e siderúrgicas sobem, Souza Cruz cai; veja destaques

São Martinho e Gradiente também tiveram desempenho atípico no pregão desta terça-feira

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – Dia extremamente positivo na BM&FBovespa, que viu o Ibovespa fechar com ganhos de 1,50%, terminando essa terça-feira (18) aos 60.460 pontos – maior patamar desde 26 de setembro. Liderando os ganhos, destaque para as ações preferenciais da Usiminas (USIM5), que tiveram alta de 7,42%, aos R$ 12,31. No campo negativo, destaque para a Souza Cruz (CRUZ3), que liderou as perdas com recuo de 2,51%, aos R$ 32,35. 

Com o risco voltando ao mercado, é comum que esses papéis apresentem essa tendência. “A gente identifica que em uma situação de maior otimismo, os papéis que sofreram no ano tendem a subir e os que subiram, recuaram”, avalia Eduardo Machado, analista da Amaril Franklin. E é esse o caso da Souza Cruz, que já subiram 45% no ano e são papéis defensivos. “Acaba acontecendo esse movimento inverso”, destaca. 

Risco volta ao mercado
Em um dia bastante positivo para o mercado em meio à possibilidade de um acordo sobre o “fiscal cliff” nos EUA e em que o Ibovespa ultrapassa a barreira dos 60.000 pontos, as ações da Usiminas (USIM3;USIM5) foram destaque de alta no pregão. Além dos preferenciais, que lideraram os ganhos, destaque para os papéis ordinários da siderúrgica, que fecharam em alta de 6,12%, aos R$ 13,18. 

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De acordo com o analista da Amaril Franklin as ações de companhias de commodities, que vêm sofrendo com fortes desvalorizações ao longo do ano, são as primeiras a reagirem à melhora do setor externo. Este é o exemplo das ações ordinários da Usiminas que, entretanto, vêm registrando desempenhos opostos de suas ações em 2012; os papéis USIM3 registram queda de 23% no acumulado do ano, enquanto os papéis USIM5 registram ganhos de 20%

Durante o ano, a companhia sofreu om os altos estoques de empresas chinesas fabricantes dos mesmos produtos da Usiminas, que passaram a buscar o mercado internacional e a concorrer mais agressivamente. Para o analista, os papéis da companhia sinalizam uma retomada, levando também em conta a sua reestruturação, levando a um aumento da dívida e da redução do endividamento.

Dentre as ações de companhias que vêm registrando fortes altas, estão a da Gafisa (GFSA3), que tiveram diversos problemas de atraso de projetos, afetando os papéis durante o ano. Os papéis GFSA3 tiveram alta de 3,23%, aos R$ 4,80. 

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HRT sobe após aditivo
A HRT (HRTP3) e a Petrobras (PETR3PETR4) firmaram um aditivo com a TNK-BP sobre o plano de trabalho ao protocolo para monetizar o gás na Bacia do Solimões. Um movimento em conjunto com a estatal é essencial para que a empresa dê a continuidade ao processo de monetização do Solimões, apesar de ainda se encontrar em estágio inicial e conter uma série de riscos em termos de execução, disse a XP Investimentos. Com isso, as ações da HRT subiram 0,61%, aos R$ 4,92.

Apesar dos aspectos positivos, a equipe de análise da corretora ressalta que a monetização dos ativos na Namíbia possui maior relevância, podendo se configurar como um maior catalisador para suas ações. Mas eles enfatizam: “ainda vemos risco elevado na exposição ao case”. 

A HRT e Petrobras devem avaliar os recursos de gás natural disponíveis no Solimões, estudar a engenharia e a logística necessária para realizar o escoamento da commodity, encontrar as soluções técnicas para monetização do gás. Vale lembrar que as companhias ainda precisam realizar a avaliação econômica das alternativas e acertar os aspectos administrativos do plano de trabalho. 

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Gradiente surfa no sucesso da Apple
As ações da Gradiente (IGBR3) registraram forte alta de 6,20%, aos R$ 10,10, após a empresa anunciar o início das vendas de sua nova linha de smartphones. O primeiro modelo dessa linha de aparelhos da Gradiente chama Neo One, que faz parte da família IPHONE, curiosamente o mesmo nome do smartphone desenvolvido pela Apple.

A empresa explica que pode comercializar os aparelhos com a marca IPHONE porque a IGB Eletrônica, sucessora da Gradiente SA, é detentora exclusiva dos direitos de registros da marca no Brasil.

Em 2000 a companhia entrou com pedido de registro da marca no INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), mas ele só foi aprovado em 2008, quando obteve os direitos exclusivos de produção e comercialização até 2018.

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“A Gradiente não utilizou a marca IPHONE até o momento porque sua prioridade foi promover a reestruturação de sua operação e permitir a retomada de seus negócios”, explica a empresa, em comunicado assinado pelo próprio Eugênio Staub, presidente do conselho de administração e da diretoria.

O presidente demonstra confiança de que haverá uma grande aceitação da família IPHONE pelos consumidores e diz que irá adotar todas as medidas utilizadas ao redor do mundo para preservar os direitos de propriedade intelectual no país.

São Martinho
A notícia da compra de ativos da Biosev pela São Martinho (SMTO3) impulsiona as ações da empresa compradora na Bovespa. Os papéis SMTO3 registraram alta de 4,00%, cotados a R$ 26,00. No seu melhor momento do dia até o momento, as ações da São Martinho chegaram a valer R$ 25,94, indicando valorização de 3,76%.

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Na noite de segunda-feira, a Biosev, divisão de energia da Louis Dreyfus Commodities no Brasil, assinou acordo para venda de sua Usina São Carlos, em Jaboticabal (SP) para a São Martinho. O valor da operação ficou em R$ 200 milhões e inclui a venda da usina e ativos agrícolas e a área com cana no entorno da unidade para a São Martinho. O acordo prevê ainda o fornecimento de 1 milhão de toneladas de cana da São Martinho para a Biosev no primeiro ano da operação.

Em relatório, a equipe de análise da XP Investimentos avalia o acordo como positivo para a São Martinho, tendo em vista o espaço para reduzir custos com os ganhos de sinergia na área agrícola, “uma vez que 70% do custo de produção de açúcar e etanol vêm da área agrícola”. Além disso, a pequena distância da São Martinho para a principal usina da empresa – cerca de 30 km – deve reduzir os custos de carregamento da cana até a usina, aponta a corretora.