“Risco-China” faz Credit Suisse cortar recomendações de Klabin e Suzano

Aperto nas margens e menor interesse da segunda maior economia do mundo coloca nuvens no horizonte do setor de papel e celulose no Brasil

Ricardo Bomfim

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São Paulo – Os analistas do Credit Suisse não estão otimistas com o futuro das empresas de papel e celulose na Bolsa. Após ser uma das companhias que mais ganhou valor de mercado no ano passado, com 103,6% de alta, a Suzano (SUZB3) precisará enfrentar um cenário desafiador de queda na demanda chinesa, de acordo com relatório do banco. 

O research, assinado pelos analistas Caio Ribeiro e Rafael Cunha, informa que houve uma redução de 6% na demanda da China por celulose em 2018, ao mesmo tempo em que as margens dos produtores de papel se apertaram em 40% até agora em 2019.

“Esses fatores, na nossa visão, sugerem que a perspectiva para os preços de celulose ao longo de 2019 deve continuar indefinida, o que nós acreditamos tornar menos convincente uma visão construtiva para as ações do setor na América Latina agora”, aponta o relatório. 

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Para a equipe do Credit Suisse, o melhor a se fazer é esperar até que o movimento de rebalanceamento na commodity termine e a possibilidade de um repique nos preços de celulose volte a aparecer no radar. 

No novo cenário, a recomendação do banco para as ações da Suzano foi cortada para neutra e o preço-alvo rebaixado de R$ 62 para R$ 53 por ação. Em relação ao valor atual, isso dá um upside de 17%.

Ribeiro e Cunha argumentam que a posição da empresa no setor continua sendo a de liderança, com oportunidades para ganhar mais sinergias no futuro por conta da fusão com a Fibria, concluída em janeiro deste ano, mas o faturamento em 2019 deve ser pressionado. 

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A Klabin (KLBN11) também teve sua recomendação reduzida para neutra, com preço-alvo diminuído de R$ 24 para R$ 18 por ação – um upside de 6,6%. Os analistas ressaltam que é uma ação de perfil defensivo, que deve gerar um bom fluxo de caixa livre de 9% a 10% ao longo dos próximos três anos.

Contudo, o ciclo de investimentos da companhia carregaria uma série de incertezas e um Capex (investimento em bens de capital, na sigla em inglês) muito elevado, de US$ 2,2 bilhões em um momento em que a alavancagem está muito alta. Atualmente, a proporção dívida líquida sobre Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) da Klabin está em 3,1 vezes. 

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.