Revolução das small caps: 3 ações disparam 30% na semana e uma cai 16%

No Ibovespa, chamaram atenção os bancos, que seguem ladeira abaixo na Bolsa desde metade de maio, enquanto Usiminas caiu pela 5ª semana seguida

Paula Barra

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SÃO PAULO – Em semana mais curta na Bovespa, as small caps que chamaram atenção, com 3 ações disparando cerca de 30%, enquanto uma desabou 16%, sendo que praticamente toda essa queda foi referente a um único dia de negociação. Dessas ações, merece menção que todas possuem baixíssima liquidez no mercado. 

Na maior alta da Bolsa, figuraram as ações da IGB Eletrônica (IGBR3, R$ 5,30, +31,19%), dona da Gradiente, em meio à comunicado sobre o andamento de um dos processos que tem contra a União contra a Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus)Conforme a empresa informou, a Justiça Federal do Amazonas liberou que a Suframa pague R$ 75,5 milhões à empresa. O montante corresponde a taxas pagas pela Gradiente à superintendência entre 1991 e 1999. 

Na sequência, destaque para as ações da Prumo Logística (PRML3, R$ 0,68, +30,77%). Desde o dia 28 de maio, as ações já subiram 56% na Bovespa. Naquela data, após terem subido 18% em um pregão, a companhia informou que estava em negociações avançadas com potenciais parceiros societários e comerciais, envolvendo o seu terminal de movimentação de petróleo e multiuso. Desde então, os ativos tiveram cinco altas em seis pregões. 

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Já ocupando o terceiro lugar do pódio, as ações de baixíssima liquidez da Redentor (RDTR3, R$ 5,80, +28,89%), que tiveram todo esse desempenho somente na sexta-feira após a notícia de que dois fundos que detêm participação de 2,30% do capital venderão a ação em OPA (Oferta Pública de Aquisição). São eles o Patria Hedge Master e o Absolute Alpha Master, que juntos detêm 2,30% do capital social total da Companhia. Os acionistas se comprometem a alienar suas ações pelo valor de R$ 6,00 por ação ordinária, corrigido pela variação da taxa SELIC desde o dia 1º de junho de 2015 até a data de liquidação do referido leilão, se houver. 

Já na ponta oposta, destaque para Tereos (TERI3), que desabou 16,00%, a R$ 0,84, figurando entre as maiores quedas da Bolsa. A empresa informou que teve no trimestre encerrado em 31 de março deste ano (equivalente ao 4° trimestre da safra 2014/2015) um prejuízo líquido de R$ 106 milhões, contra perda de R$ 8,1 milhões um ano antes. A receita líquida ficou em R$ 2,1 bilhões, queda de 4,8% na comparação com o mesmo intervalo do ano anterior. Segundo o BTG Pactual, apesar dos desafios persistentes do setor, particularmente relacionadas com preços, tanto na sua divisões de açúcar e etanol e amido, esperava-se que a Tereos poderia realizar um processo de desalavancagem após completar o seu ciclo de investimentos.

E agora, os destaques do Ibovespa… 

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Já no Ibovespa, a semana foi dividida em dois primeiros pregões de euforia e dois de correção. Desempenho que foi seguido pelos papéis da Petrobras (PETR3, R$ 13,52, +2,04%; PETR4, R$ 12,56, +1,87%), Vale (VALE3, R$ 20,60, +2,74%; VALE5, R$ 17,61, +5,07%) e as siderúrgicas CSN (CSNA3, R$ 6,16, 0,0%), Usiminas (USIM5, R$ 4,91, -3,73%), Gerdau (GGBR4, R$ 8,68, +0,12%) e Gerdau Metalúrgica (GOAU4, R$ 7,90, +1,28%). 

No caso das ações da Usiminas, elas figuraram como a segunda pior queda do Ibovespa e registraram sua quinta semana seguida de perdas, acumulando no período desvalorização de 17,8%. Vale mencionar que no começo da semana, depois de uma segunda-feira de bastante euforia para ações ligadas a commodities, o BTG Pactual comentou que essas ações não tinham muitos motivos para comemorarem dado o cenário adverso, com o momento ruim para a atividade no setor siderúrgico e os preços do minério de ferro com perspectivas de queda.

Na ponta negativa do Ibovespa, destaque para Oi (OIBR4), que desabou 6,79% depois de figurar como a melhor ação do índice no mês de maio. Na terça-feira, a operadora de telefonia informou que teve o seu caixa reforçado em cerca de R$ 17 bilhões, recursos pagos pela francesa Altice pelas operações da operadora PT Portugal em Portugal e na Hungria. Na contramão, a concorrente TIM (TIMP3, R$ 9,77) fechou em alta de 3,72%. Isso porque durante a semana surgiram especulações de que esse dinheiro que a Oi recebeu poderia ser usado para uma possível oferta de fusão com a TIM ou até mesmo em uma oferta para fatiamento da TIM entre Oi, Vivo (VIVT4, R$ 43,43, -3,17%) e Claro.  

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Entre as quedas, merece menção também os bancos, que seguem ladeira abaixo na Bolsa desde o anúncio de aumento da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) de 15% para 20% na metade de maio. De lá para cá, as ações do Itaú Unibanco (ITUB4), Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3) já desabaram cerca de 14%. O que menos caiu foi o Santander (SANB11, -9,5%), que, na visão de analistas, seria o menos impactado entre as grandes instituições financeiras. Vale mencionar ainda que na quarta-feira o banco informou que ganhou uma causa de R$ 4,8 bilhões na Justiça que vai proporcionar um lucro extraordinário no segundo trimestre do ano. Neste pregão, ele foi o único que fechou em alta, assim como no acumulado da semana (+0,95%).

Já na ponta oposta, o destaque foi a Qualicorp (QUAL3, R$ 21,67, +14,05%), que depois de desabar 20% no último pregão do mês de maio, conseguiu reverter as perdas após a empresa desmentir rumores sobre um suposto envolvimento de seu dono, José Seripieri Filho, na Operação Acrônimo, da Polícia Federal. 

Na sequência, apareceram as ações da Ecorodovias (ECOR3, R$ 8,08, +11,45%), descoladas do restante do setor de concessões rodoviárias. Segundo a revista Exame, a Ecorodovias tenta vender terminal de conteiner comprado há 3 anos após aumento da concorrência ter reduzido rentabilidade dos operadores. A companhia teria contratado o Credit Suisse para realizar a operação.