Revista britânica elege Ilan Goldfajn como o melhor banqueiro central do mundo

Inflação baixa e Selic na mínima histórica guiaram premiação 

Lara Rizério

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SÃO PAULO – No mesmo dia em que foi confirmada que a inflação brasileira ficou abaixo do piso da meta em 2017, a 2,95% (apesar do dado maior do que o esperado em dezembro), ganhou destaque a notícia de que o presidente do Banco Central do Brasil, Ilan Goldfajn, foi eleito o melhor banqueiro central do mundo em 2018 pela revista britânica “The Banker”, que faz parte do grupo Financial Times. A publicação aponta que a combinação da inflação historicamente baixa com a Selic na mínima histórica de 7% levou à essa premiação. 

A “The Banker” aponta que o Brasil teve um bom ano quando a questão é economia, ao finalmente conseguir da recessão e domar a inflação, o que não é uma conquista fácil quando se lembra que, no passado recente, a inflação era de dois dígitos. 

Em um mini-perfil sobre Ilan, a revista aponta que o seu currículo é uma mistura interessante de atuações nos setores público e privado, na academia e em instituições internacionais, e que ele possui doutorado em economia pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology). 

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De acordo com a publicação, essas características são importantes, pois o controle da inflação requer uma combinação de habilidade e confiança. “O último, em particular, tinha sido mais difícil de cultivar mas, ao assumir a cadeira de presidente do banco central, os mercados se sentiram confortáveis ??com o que estava por vir. Os líderes empresariais seguiram o exemplo”, aponta.

Em entrevista à publicação, Ilan apontou que a inflação só começou a cair depois que o BC conseguiu ancorar as expectativas. “As empresas estavam com muito receio do ambiente econômico [quando ele assumiu o cargo, em 2016]. Quando passaram a ter uma nova visão sobre o futuro, em função das mudanças no Banco Central e do novo modelo econômico, elas ficaram mais propensas a baixar os preços. Isso ajudou a reduzir a inflação e na recuperação econômica”.

Ele elencou uma série de medidas que o Banco Central planeja para 2018, como redução de spreads bancários e aprimoramento da competição no setor bancário. Mas a meta principal é manter a inflação baixa. “É muito difícil perder peso quando se faz uma dieta, mas é ainda mais difícil manter o novo peso quando você já emagreceu”, disse ele.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.