Limitador de queda da Selic está no juro americano, diz gestor

Sinais de uma economia americana mais fraca e a chinesa com mais fôlego podem animar o mercado

Augusto Diniz

Conteúdo XP

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O grande problema dos mercados no Brasil não parece estar localizado aqui, mas sim no exterior, especialmente nas decisões do Federal Reserve. Mas esse quadro pode estar mudando. A avaliação é de Felipe Hirai, sócio da Dahlia Capital, que participou nesta segunda (6) do Morning Call da XP.

“As estimativas de PIB (do Brasil) têm sido revisadas para cima. Quando se olha os lucros das empresas, eles estão super estáveis, vindo em linha ou acima do esperado (no 1T24). O grande limitador para queda de juros no Brasil é o que vai acontecer com a taxa de juros americana”, afirmou no programa.

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Inflação nos EUA de volta à queda

Para o analista, os dados nos Estados Unidos têm vindo “um pouco melhores, sinalizando uma economia mais fraca, com a inflação que talvez volte para o ritmo de queda, o que possibilitaria o Fed (Federal Reserve) cortar os juros”. Ele crê que se isso acontecer os juros aqui serão também mais baixos até o final do ano.

“Vale a pena ressaltar que a gente vê a economia americana desacelerando e a economia chinesa ganhando um pouco mais de fôlego”, disse.

“Esse cenário é muito importante ficar na cabeça. Essa combinação da economia americana desacelerando um pouco e a economia chinesa acelerando um pouco é muito positivo para os mercados emergentes, como o Brasil”, complementou.

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Fluxo de capital para os emergentes

Felipe Hirai avalia que se esse cenário continuar nos próximos meses, o fluxo de capital pode mudar para os países emergentes.

No entanto, Hirai vê parte da economia chinesa na dicotomia “copo meio cheio ou meio vazio”, depende da perspectiva que se observa aquele mercado.

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“É que tem um pedaço da economia chinesa que está indo muito mal, que é a associada a demanda de minério de ferro. Mas tem outro pedaço da economia chinesa que está indo muito bem, que é a parte manufatureira”, explicou.

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Impulso chinês

Aliás, especificamente sobre o minério de ferro na China, o sócio da Dahlia Capital não enxerga grande potencial de alta. “A nossa expectativa é que ele (o preço) se estabilize, e fique orbitando entre US$ 110 e US$ 120 (a tonelada) durante um tempo”, disse.

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Paulo Gitz, estrategista global no research da XP, que também participou do programa Morning Call, analisou que na semana passada se observou os ativos chineses subirem pelo fato de o fundo soberano chinês estar comprando ações.

Além disso, o impulso também veio com a notícia de que o governo vai adotar novas medidas para lhe dar com a crise imobiliária que se arrasta desde 2021. “O mercado interpretou isso como possível corte de juros e impulsionou os ativos de risco (na China)”, afirmou.