Revisão provisória da Aneel pode impulsionar ações de distribuidoras

Coelce, EDB Bandeirante, CPFL Piratininga e Eletropaulo seriam as beneficiadas, porém existe uma parcela de risco no processo

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SÃO PAULO – A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) pretende instaurar uma nova audiência pública sobre o terceiro ciclo de revisão tarifária para as empresas de distribuição de energia. Essa audiência tem a finalidade de propor uma metodologia provisória para as concessionárias que sofrerão revisão tarifária, fator que é apontado como positivo para os papéis do setor.

A ideia é que até que uma metodologia final seja divulgada, as tarifas permaneçam inalteradas. Quando essa definição for estabelecida, as distribuidoras afetadas pelo procedimento provisório devem ter sua tarifas revisadas retroativamente pela metodologia final. Para analistas da Ativa e do Santander, isso teria um impacto positivo para as empresas do setor.

Para Marcio Prado, André Rezende e Maria Carolina Carneiro, analistas do Santander, as empresas mais afetadas por essa decisão, dentro do universo de cobertura do banco, seriam Coelce (COCE3, COCE5, COCE6), Eletropaulo (ELPL3, ELPL4), EDB Bandeirante (ENBR3) e CPFL Piratininga (CPFE3).

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Impactos 
Os analistas do banco acreditam que essa proposta da Aneel sinaliza uma vantagem para as distribuidoras, já que é possível que uma análise aprofundada da metodologia preliminar de revisão tarifária seja implementada, o que aumenta a probabilidade de que os termos finais da revisão sejam melhores do que os termos iniciais para as empresas.

Para Daniella Maia, analista da Ativa, essa audiência teve por trás motivações políticas e, a partir de agora, fatores como o compromisso com a estabilidade econômica e financeira, além da qualidade e estabilidade do serviço de distribuição de energia, podem nortear o processo de revisão tarifária.  

Porém isso não é garantia de sucesso. Os analistas do banco ressaltam que a opção por manter inalteradas as tarifas, no momento econômico atual de forte pressão inflacionária, pode na verdade ter um efeito adverso e afetar negativamente as empresas de distribuição, ao menos no curto prazo.

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“Ainda não está claro para nós se a Aneel irá considerar a variação da Parcela A – custos não-gerenciáveis da empresa, como encargos setoriais, encargos de transmissão e compra de energia para revenda, segundo definição da Aneel – na metodologia provisória “, apontam.

Duas possibilidades
A metodologia provisória pode gerar dois potenciais efeitos, que segundo o Santander divergem entre si. Um deles é positivo, com o WACC (Weighted Average Cost Of Capital) – Custo Médio Ponderado de Capital – regulatório de 7,15% ao ano não sendo removida do Ebitda (geração operacional de caixa) das empresas no primeiro semestre do ano.

A Ativa também ressalta que revisões positivas dos termos inicialmente propostos seriam  ” significativamente positivo para as distribuidoras de energia” .

Por outro lado, também há uma outra faceta dessa metodologia, que pode causar alguns efeitos negativos para as empresas. Isso porque, na visão do Santander, com esse congelamento nos reajustes, a elevação dos custos da Parcela A não seria repassada às tarifas, gerando um potencial impacto negativo no fluxo de caixa das companhias. 

Por fim, a equipe do Santander afirma que essa revisão provisória da metodologia pode sustentar o rali das ações das companhias de distribuição, o que deve impulsioná-las. Nesse sentido, a Eletropaulo aparece como a melhor opção diante desse cenário.