Revés para siderúrgicas, Renner e Eletropaulo elevadas por bancos; Petrobras e mais 15 destaques no radar

Confira os destaques do noticiário corporativo desta sexta-feira (6)

Lara Rizério

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SÃO PAULO –  Revisões de recomendação, um revés para siderúrgicas, possível acordo entre poupadores e bancos e outras notícias são destaques nesta sexta. Confira no que se atentar no noticiário corporativo:

Veja abaixo os destaques : 

Petrobras (PETR3;PETR4)

De acordo com a Reuters, a Petrobras vai avaliar o pleito de um comitê do governo federal por esforços da companhia para retomar o fornecimento de combustível a algumas termelétricas que estão paradas, diante de um cenário negativo de chuvas na região das hidrelétricas, mas a demanda será analisada “tecnicamente”. Na quarta-feira, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) informou que enviará correspondência à Petrobras “solicitando gestão da empresa no sentido de viabilizar o fornecimento de combustível” para algumas usinas. A estatal ressaltou, no entanto, que não vai flexibilizar algumas importantes exigências comerciais para atender às térmicas, mesmo após o pedido do comitê governamental e com o baixo nível dos reservatórios das usinas hídricas, principal fonte de geração do país.

A Petrobras ainda anunciou um novo reajuste para os combustíveis, com aumento de 1,90% no preço da gasolina nas refinarias e alta de 0,60% no preço do diesel. Os novos valores valem a partir deste sábado, dia 7 de outubro. A nova política de revisão de preços foi divulgada pela petroleira no dia 30 de junho. Com o novo modelo, a Petrobras espera acompanhar as condições do mercado e enfrentar a concorrência de importadores. Em vez de esperar um mês para ajustar seus preços, a Petrobras agora avalia todas as condições do mercado para se adaptar, o que pode acontecer diariamente. Além da concorrência, na decisão de revisão de preços, pesam as informações sobre o câmbio e as cotações internacionais.

Por fim, a companhia convocou AGE a fim de deliberar sobre incorporação da Downstream Participações pela estatal, segundo comunicado enviado ao mercado nesta sexta-feira. A reunião deverá decidir sobre a contratação da UHY Moreira
Auditores pela Petrobras para a elaboração do laudo de avaliação e a aprovação deste, aprovar a incorporação da Downstream pela companhia, com a sua consequente extinção, sem aumento do capital social da Petrobras.

Itaú Unibanco (ITUB4)

O Conselho de Administração do Itaú Unibanco indicou Alexsandro Broedel Lopes como novo diretor de relações com Investidores.  Broedel substituirá Marcelo Kopel, que desempenhará novas funções no Itaú Unibanco, como diretor executivo atuando nas diretorias de cartões e veículos, segundo o comunicado. Broedel é diretor executivo de Finanças, Risco de Mercado e Liquidez do Itaú desde abril de 2015 e acumulará a função de diretor do RI. 

Siderúrgicas

Destaque para uma notícia que pode afetar Usiminas (USIM5), Gerdau (GGBR4) e CSN (CSNA3). A União Europeia decidiu taxar o aço laminado a quente do Brasil, Irã, Rússia e Ucrânia, após queixa de siderúrgicas europeias de que o produto usado para construção e maquinários estava sendo vendido a preços excessivamente baixos. A UE cobrará uma tarifa antidumping de 17,6 a 96,5 euros por tonelada a partir de sábado. A Comissão Europeia inicialmente havia proposto estabelecer preço mínimo – de 472,27 euros por tonelada -, mas revisou a proposta depois que não conseguiu o apoio dos países membros da UE.

BRF (BRFS3)

A BRF comunicou que, em reunião realizada em 28 de setembro de 2017, o Conselho de Administração da companhia aprovou o início do processo de sucessão de seu atual diretor vice-presidente de planejamento integrado e supply, Leonardo Almeida Byrro, que decidiu deixar a Companhia por motivos pessoais e permanecerá exercendo as suas funções até 31 de dezembro de 2017. A companhia comunicou que Elcio Mitsuhiro Ito, profissional com 20 anos de experiência, sendo os últimos 6 anos na BRF, assumirá as funções do referido cargo a partir de janeiro de 2018.

 

Eletropaulo (ELPL4)
A Eletropaulo teve recomendação elevada para compra pelo BTG Pactual, com preço-alvo em R$ 20,00. As ações ELPL4 tiveram forte alta na véspera em meio à assinatura de um memorando de entendimentos com a Eletrobras (ELET3;ELET6). Contudo, a estatal da União  divulgou comunicado ao mercado esclarecendo que a tentativa de mediação com a Eletropaulo não tem, até o momento, valor mínimo ou máximo previamente definido entre as partes. As empresas firmaram Memorando de Entendimentos para negociar acordo em uma disputa judicial quanto à responsabilidade pelo pagamento do saldo do empréstimo concedido em 1986 pela estatal à empresa que posteriormente foi cindida e que resultou na atual Eletropaulo e na CTEEP.

“A Eletrobras é uma empresa estatal e qualquer negociação depende sempre de prévia e justa avaliação e aprovações pelas instâncias societárias, além dos controles interno e externo aplicáveis”, diz a companhia no documento.

A Eletrobras lembra ainda que no Demonstrativo de Resultados do segundo trimestre deste ano o valor devido pela Eletropaulo, segundo o entendimento da estatal, é de R$ 2,757 bilhões, dos quais R$ 350,399 milhões já são reconhecidos no Ativo. A empresa ressalta que os honorários de sucumbência foram fixadas em 15%, o que representa R$ 413,614 milhões. A dívida total, portanto, seria, na versão da Eletrobras, de R$ 3,171 bilhões.

Contudo, no relatório em que elevou a recomendação das ações ELPL4, os analistas atribuíram quase 100% de chance da Eletropaulo ser apontada como responsável pelo passivo de R$ 2 bilhões. Dessa forma, o debate é neutro ou positivo para empresa. “Tirar essa incerteza do case é muito mais importante que qualquer redução no liability de R$ 2 blhõesi e vemos benefícios substanciais em termos de crescimento”, apontam. 

Lojas Renner (LREN3)

No final do pregão da véspera, o BB Investimentos revisou recomendação para Lojas Renner de marketperform para outperform, além de rolar o preço-alvo de R$ 25,10 em 2017 para R$ 44,00 em 2018. 

De acordo com os analistas, a Lojas Renner negocia com um prêmio em comparação com os pares nacionais e internacionais, “o que, em nossa opinião, pode ser justificado pelo fato de que a empresa é o principal player no mercado brasileiro, com um nível de execução superior e maior rentabilidade em relação aos seus pares”, ainda mais em meio a uma visão mais otimista quanto ao ambiente macroeconômico. 

Porto Seguro (PSSA3)

Após fazer um estudo detalhado sobre o setor de seguro de automóvel, focando no nível de penetração, idade da frota e loss ratio, os analistas do Credit Suisse reduziram a recomendação de Porto Seguro para underperform, com preço-alvo de R$ 33 por ação, representando um downside de 13%. “Revisamos nossas estimativas de médio prazo em 6% para baixo e agora estamos 11% e 4.5% abaixo do consenso em 2018-2019”, afirmam os analistas, que enxergam os ativos negociando a um múltiplo de preço sobre lucro bem acima da média histórica, mesmo com as perspectivas não muito animadoras. 

Cosan (CSAN3)

Além da Porto Seguro, a Cosan também teve a sua recomendação cortada pelo Morgan Stanley, passando de overweight para equalweight. Já o preço-alvo foi elevado de R$ 35,00 para R$ 39,00. 

Oi (OIBR4)

Segundo o Valor Econômico, o conselho de administração da Oi aprovou, em reunião realizada ontem, a proposta de plano de recuperação judicial da companhia, que será submetido à assembleia de credores marcada para o dia 23. Segundo as fontes ouvidas pelo jornal, a nova versão do plano conta com o aval da diretoria da Oi.  Divergências entre os administradores e acionistas impediram a aprovação do plano na reunião da semana passada, o que levou a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) a divulgar uma nota dizendo ter notado “indícios de conflito de interesse” na posição defendida por acionistas.

Recrusul (RCSL4)

A Recrusul convocou AGE para o próximo dia 24, às 16h, na sede da companhia em Sapucaia do Sul, no RS, para efetuar grupamento das ações de emissão da empresa na proporção de 2 ações para 1, segundo comunicado. A proposta prevê total de 19 milhões de ações após grupamento, de 39,1 milhões de ações antes.

Qualicorp (QUAL3)

Atenção para uma notícia que pode mexer com Qualicorp. O ministro da Saúde, Ricardo Barros, defendeu ontem, em reunião do Conselho Nacional de Saúde, a mudança na regra que impede o aumento de planos de saúde depois dos 60 anos. Na avaliação de Barros, em vez de proteger, a norma expulsa pessoas mais velhas da saúde suplementar. A proposta de alteração dessa regra, permitindo um escalonamento dos valores das mensalidades depois de 60 anos, integra o relatório sobre a reformulação da Lei de Planos de Saúde, que tramita em regime de urgência na Câmara dos Deputados. A previsão é de que a proposta final seja lida no início do próximo mês para a comissão especial criada para avaliar o assunto.

 

Kroton (KROT3)

A Kroton informou que “está constantemente buscando e avaliando aquisições e investimentos nos mercados em que atua”, segundo comunicado em resposta a ofício da CVM com pedidos de esclarecimentos sobre notícia recente. “Além disso, dado o estágio atual das conversas, entendemos não haver informação que possa ser, nesse momento, considerada relevante”. No dia 4 de outubro, o Valor Econômico informou que a Kroton deve fechar aquisição de um colégio ainda neste ano. 

Transmissão Paulista (TRPL4)
A Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP) concluiu o processo de aquisição de 100% do capital da Interligação Elétrica Norte e Nordeste (IENNE). Desse total, 50% das ações pertenciam à Isolux, e 25% à CYMI. O negócio foi anunciado em maio pela CTEEP.

A transação foi fechada por R$ 101,162 milhões. A Receita Anual Permitida (RAP) da IENNE é de R$ 42,9 milhões. A empresa explora a concessão de transmissão em duas linhas no Tocantins e Piauí, que totalizam 720 km.

Natura (NATU3)

A Natura vê como indevida decisão desfavorável de Câmara do Carf; a companhia aguarda publicação da “decisão desfavorável da Câmara Superior” do Carf sobre auto de infração lavrado em decorrência de amortização de ágio “para posterior apresentação de recurso ou adoção de medida judicial para cancelar a autuação”, que a cia. considera “indevida”, segundo comunicado.

O risco de perda é avaliado pelos seus assessores externos da cia. como “remoto”, razão pela qual não é esperado impacto financeiro como resultado dessa decisão, segundo o comunicado. Mais cedo, o Valor Econômico disse que a Natura perdeu disputa sobre ágio avaliada em R$ 732,15 milhões. 

Lojas Marisa (AMAR3)
A Lojas Marisa contratou empréstimo de R$ 100 milhões junto ao Banco Safra, disse a companhia hoje à noite por meio de comunicado divulgado ao mercado. O empréstimo saiu com taxa média de 117,6% do CDI, com vencimentos iguais em março de 2019, setembro de 2019 e março de 2020.

Conforme informou a empresa, os recursos líquidos obtidos com a captação serão destinados ao reforço de caixa e alongamento do perfil de endividamento da companhia. 

CVC (CVCB3)
O Grupo CVC – dono das agências de viagem CVC, Experimento, Rextur Advance e Submarino – registrou no terceiro trimestre deste ano crescimento de 15,7% nas reservas confirmadas, que atingiram R$ 2,661 bilhões, quando comparado a igual período de 2016. Em comunicado ao mercado, a empresa diz que o aumento se deve principalmente ao forte crescimento dos segmentos internacional e marítimo.

Além disso, a empresa informou que adicionou no período 20 lojas da CVC Lazer, totalizando 107 aberturas nos últimos 12 meses. Também abriu 3 novas lojas da Experimento, totalizando 46 lojas ativas. De acordo com o BTG Pactual, os dados operacionais sustentam a visão positiva para as ações: os analistas possuem recomendação de compra com preço-alvo de R$ 38,00. 

Eneva (ENEV3)
A Eneva levantou R$ 959,7 milhões em uma oferta subsequente na bolsa. A ação foi fixada em R$ 11,00, abaixo do piso da faixa indicativa que era entre R$ 13 e R$ 16, segundo o prospecto preliminar da oferta. Hoje, o papel da companhia fechou a R$ 11,80, com queda de 10,7%, no 4º pregão no negativo. 

A empresa obteve R$ 834,5 milhões na oferta primária e R$ 125,2 milhões na secundária, que envolveu ações do BTG Pactual, Itaú Unibanco, Ice Focus e Uniper, segundo o prospecto. As ações começam a ser negociadas em 9 de outubro na B3.  

JSL (JSLG3)

A Mizuho adicionou os títulos da JSL a lista de top picks de logística. A empresa tem boas perspectivas de crescimento, é líder de mercado, tem baixa exposição ao câmbio e base de clientes diversificada, estrategista Soummo Mukherjee diz em uma nota aos clientes.

O valor justo para títulos é cerca de 110 pontos-base mais apertado do que os níveis atuais . O possível IPO de sua divisão de aluguel de equipamentos e caminhões pesados, chamada “Vamos”, é um catalisador positivo a curto prazo, afirma o banco. A Mizuho espera que a JSL levante cerca de 350 milhões de reais com a oferta: a empresa deve manter alavancagem em torno de 4-4.5x por agora, desalavancagem é prioridade. A empresa deve se beneficiar de maior acesso ao capital após IPO da Movida, recente emissão de dívida. A Rumo também continua a ser top pick após a aprovação do aumento de capital, ele disse. 

Bancos

Representantes de poupadores e bancos voltam a se reunir nesta sexta, em Brasília, para discutir o acordo sobre ressarcimento de perdas ocasionadas pelos planos econômicos das décadas de 1980 e 1990. O ‘Estadão/Broadcast’ apurou com uma fonte que acompanha as negociações que o encontro servirá para discutir o desconto que deve ser aplicado aos montantes a serem ressarcidos aos poupadores. Essa é a fase final das discussões.

As entidades que defendem os poupadores já apresentaram proposta de desconto, que ficaria entre 15% e 20%, dependendo da categoria em que a ação está enquadrada. Esse parâmetro, apresentado à Federação Brasileira de Bancos (Febraban) na última reunião, em setembro, leva em conta acordos fechados pelos próprios bancos na Justiça nos últimos anos.

Os bancos vêm fechando acordos isolados com grupos de poupadores. Nesses casos, foram definidos descontos médios de 15% a 20% sobre o montante a ser recebido pelo poupador, conforme o tipo de ação.

(Com Agência Estado e Bloomberg)

 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.