Resumo Semanal

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Paula Barra

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A semana iniciou prometendo mais uma arrancada do Ibovespa, porém a reeleição do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, não conseguiu impulsionar o índice, que amargou no período queda de 1,76% aos 57.357 pontos, embora tenha amenizado as perdas no pregão desta sexta-feira (9), quando o benchmark caiu 0,29%. 

A reeleição de Barack Obama, nos Estados Unidos, derrubou as bolsas mundiais, com a expectativa de que o “abismo fiscal” do país não seja controlado, já que o presidente enfrentará, outra vez, um Congresso dividido entre republicanos e democratas. 

O severo ajuste fiscal que será enfrentado pela economia norte-americana no começo de 2013, com cortes que totalizaram US$ 606 bilhões – o que corresponde a 3,5% do PIB (Produto Interno Bruto) do país, pode prejudicar sensivelmente a trajetória de recuperação dos EUA, com potenciais repercussões sobre a economia brasileira e mundial, disse o economista da Concórdia, Flavio Combat. 

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Esse cenário, aliado aos temores com a Grécia, fizeram o Ibovespa sair de uma alta de 2,15% na última terça-feira (6), quando a vitória de Obama era vista como um sinal de esperança, para queda de 1,58% no pregão seguinte. Analistas apontavam que Obama seria melhor para o Brasil. 

O tom do mercado, contudo, ensaiou dar uma guinada para cima nesta sexta-feira, quando Obama fez um discurso na Sala Leste da Casa Branca, uma hora antes do fechamento do Ibovespa. As falas do presidente, entretanto, não trouxeram novidades, o que puxou a bolsa para baixo pelo terceiro pregão consecutivo. 

Outro ponto que também contruiu para a volatilidade do mercado é o descasamento de horários entre a Bovespa e as bolsas norte-americanas, que tem provocado barulho nas mesas de operações. Os profissionais que negociam nas mesas falam sobre a falta de direção do Ibovespa e da redução de liquidez do mercado nacional nas primeiras horas.

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Com isso, o horário de negociações pode ter alteração na BM&FBovespa na próxima semana. Atualmente, as bolsas dos EUA abrem com duas horas e meia de diferença do mercado nacional, lembrando que o horário de verão por lá terminou na última segunda-feira. 

Grécia voltou para holofote do mercado
Além dos EUA, o holofote do mercado voltou também para a Grécia, após notícias de que os ministros das Finanças da zona do euro não devem liberar uma nova parcela de empréstimo para o país na segunda-feira (12), uma vez que não há acordo ainda sobre como tornar sua dívida sustentável, mas Atenas deve conseguir mais dois anos para reduzir a dívida.

Com escassa maioria, os deputados dos partidos que formam a coligação governamental da Grécia aprovaram na última noite um plano de austeridade que estipula cortes adicionais na ordem dos € 18,1 bilhões até 2016.

Após a aprovação do plano de austeridade, o Parlamento grego vota no próximo domingo (11) o Orçamento para 2013. No dia seguinte, o Eurogrupo deverá dedicar-se a mais uma reunião ao dossie da Grécia. Os ministros das Finanças poderão então desbloquear uma parcela de € 31,2 bilhões do empréstimo grego, sem o qual o país ficará impossibilitado de pagar salários no fim do mês, e justamente o que vem sendo questinado pela autoridade do BCE.

Elétricas despencam, mas siderúrgica faz contrapeso
As empresas do setor elétrico foram novamente penalizadas nesse semana, quando importantes companhias do setor reportaram o resultado trimestral.

Eletropaulo, cujas ações figuraram na segunda pior posição do índice, mostrou queda de 96,1% no lucro líquido na comparação anual, indo para R$ 13,7 milhões entre os meses de julho e setembro. Os papéis da companhia caíram 14,47%, sendo cotados aos R$ 14,36, na semana.

Ainda no setor, os papéis da CPFL Energia também figuraram entre as maiores perdas, refletindo um lucro líquido 15,2% menor neste trimestre. No acumulado semana, as ações da companhia caíram 6,49%, sendo cotadas a R$ 22,35.

Do outro lado, as ações da Usiminas fizeram o contrapeso e figuraram entre as maiores altas da bolsa. Os papéis ordinários subiram 4,01% aos 11,41, enquanto os preferenciais registraram valorização de 3,60% aos R$ 10,66. 

Temporada de balanços
Ainda por aqui, o destaque da semana foi a temporada de balanços, que tem contribuído para aumentar a volatilidade do índice, lembrando que na semana foram reportados outros resultados de pesos pesados da bolsa, como Telefônica Brasil, Banco do Brasil, Braskem, Cetip, Brasil Foods, Light, Minerva, além das empresas de Eike Batista – OGX, MPX, MMX, CCX e LLX.

Já na China, o Congresso do Partido Comunista continua, mas a previsão é de que novidades sobre a nova liderança do país só sejam anunciadas na próxima semana. Na agenda econômica, as vendas do varejo chinês cresceram 14,5% em outubro em relação a um ano antes; a produção industrial do país avançou 9,6% no mesmo período.

Agenda da próxima semana
Na agenda do período entre 12 e 16 de novembro, a atenção do mercado deve voltar para os Estados Unidos, quando serão divulgadas a ata da última reunião do Fomc (Federal Open Market Committee), indicador de preços ao produtor e consumidor, vendas no varejo, além dos dado semanal do mercado de trabalho e sondagem industrial da Filadélfia e Nova York, referente ao mês de novembro.

No Brasil, o foco fica com o IGP-10 e IBC-Br, na próxima quarta-feira, além do relatório Focus, que traz a compilação do mercado sobre o cenário macroeconômico brasileiro, na segunda. A semana, contudo, será mais curta por conta do feriado da Proclamação da República, na quinta-feira.

A temporada de balanços corporativos também segue com força no período, quando está programado para ser reportados os números da Hypermarcas, Randon, B2W, Lojas Americanas, Gol, JBS, Oi e as imobiliárias – Cyrela, Rossi, Gafisa.

Já na zona do euro ganha destaque o encontro dos ministros das Finanças da bloco econômico, que será realizado na segunda-feira, além de indicadores de preços ao consumidor.