Resumo Diário

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Lara Rizério

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Com o abismo fiscal dominando o noticiário corporativo novamente, o Ibovespa fechou em queda de 0,44%, aos 61.007 pontos, no último dia de pregão antes do Natal, mas ainda está acima dos 61.000 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,51 bilhões. Apesar desta queda, o benchmark da bolsa acumulou alta de 2,35% na semana, a quarta no azul.

A sexta-feira começou em queda do índice em meio ao conturbado cenário político norte-americano na busca por uma solução pro abismo fiscal. O benchmak diminuiu as perdas ao longo da sessão, quando chegou a ter queda máxima de 1,72%, mas ficou o pregão inteiro no vermelho.

Vale lembrar que, na véspera, líderes republicanos decidiram cancelar a votação do Plano B de John Boehner, por entenderem que não teria apoio suficiente. A proposta envolvia aumentar impostos para rendas superiores a US$ 1 milhão, mas os democratas querem que os encargos maiores sejam para salários mais baixos.

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Em meio ao cenário internacional mais negativo, as principais blue chips do índice tiveram queda no pregão desta data. Os papéis ordinários e preferenciais da Petrobras tiveram queda de 1,83%, aos R$ 20,88, e de 1,71%, aos R$ 20,69, respectivamente. No mesmo movimento, a Vale registrou baixa de 0,85%, aos R$ 41,89, de suas ações ordinárias, enquanto os papéis PNA caíram 0,76%, aos 40,50. A Bradespar, que possui forte correlação com a Vale, registrou baixa de 1,90% dos seus papéis.

Altas e baixas
Na ponta negativa da sessão, esteve a ação da B2W, com baixa de 5,20%, aos R$ 16,94, em meio ao rebaixamento da recomendação dos ativos pelo Deutsche Bank. Em contraponto, as elétricas Eletropaulo e Cemig tiveram fortes altas.

Durante a semana, o destaque positivo ficou com os papéis da Eletropaulo também se destacaram na ponta positiva, com ganhos de 15,64%, boa parte em decorrência da alta desta sexta-feira, enquanto o destaque negativo ficou com os ativos da Cia. Hering, com baixa de 8,44%, aos R$ 42,00.

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Semana foi dominada por “fiscal cliff”
No começo da semana, Obama propôs elevar os impostos para salários acima de US$ 400 mil. Se nenhum acordo for feito até o fim do ano, um pacote automático de US$ 600 bilhões entrará em vigor em janeiro e deverá levar o país à recessão. Entretanto, o republicano Boehner reiterou que teria um “plano B”, de aumentar impostos para aqueles com renda acima de US$ 1 milhão.

Em meio aos impasses, Boehner disse que agora é responsabilidade de Barack Obama trabalhar em conjunto com o líder do Senado Harry Reid em alguma legislação para evitar o abismo fiscal. A proximidade da chegada a um acordo movimentaram positivamente os mercados; entretanto, na sexta-feira, o mercado devolveu parte dos ganhos, após os líderes republicanos terem cancelado a votação do plano de Boehner.

Além da questão sobre o abismo fiscal nos EUA, a agenda econômica norte-americana também seguiu no radar. O NY Empire Manufacturing mostrou uma contração de 8,1 na atividade industrial da região em dezembro, desapontando o mercado no começo da semana. Entretanto, o indicador de confiança entre as construtoras norte-americanas e, principalmente, a expansão acima do estimado do PIB da maior economia do mundo animou os mercados. Já na sexta, destaque para o Personal Income, que acompanha a evolução da renda da população nos EUA, apresentou alta de 0,6%, enquanto o consenso dos analistas esperava alta de 0,3%.

Além disso, as agências de classificação de risco movimentaram o mercado. O alerta da Fitch Ratings de que os EUA podem perder o seu “triplo A” caso o governo do país não aja para evitar o “fiscal cliff” gerou maior aversão ao risco, enquanto a elevação do rating da Grécia pelo Standard & Poor’s, que passou de “default seletivo” para B-, com perspectiva estável, animou os mercados.

No cenário brasileiro, destaque para as medidas de estímulo tomadas pelo governo nacional, de modo a desonerar a folha de pagamentos de mais setores da economia. Neste sentido, está a revisão para baixo nas estimativas de crescimento do PIB brasileiro, pelo Banco Central. Antes projetado em 1,6%, agora o crescimento foi revisto para 1% neste ano, conforme publicado no Relatório Trimestral de Inflação.

Dólar
O dólar comercial fechou em alta de 0,47% e terminando a R$ 2,0738 na venda.

Renda Fixa
As taxas dos principais contratos de juros fecharam em alta. O contrato de juros de maior liquidez nesta sexta-feira, com vencimento em janeiro de 2015, fechou aos 7,86%, com alta de 0,07 ponto percentual em relação à sessão anterior.

No mercado de títulos da dívida externa, o título brasileiro mais líquido, o Global 40, fechou em queda de 0,10%, a 126,43% do valor de face. Já o indicador de risco-País fechou com queda de quatro pontos-base, aos 141 pontos ante 136 pontos da sessão anterior, registrando alta de 3,68%.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.