Resultado da Marfrig anima analistas; S&P corta rating da Azul, B3 perde ação em 1ª instância e mais destaques

Confira os destaques do mercado corporativo na sessão desta terça-feira (19)

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Os investidores se debruçam sobre os últimos balanços do primeiro trimestre de 2020. A Marfrig registrou prejuízo líquido contábil de R$ 136,9 milhões no primeiro trimestre de 2020, revertendo um lucro líquido de R$ 4,3 milhões registrado um ano antes. Em termos ajustados, o lucro é de R$ 32 milhões. Analistas destacam a melhora do Ebitda. Já a Hermes Pardini registrou um lucro líquido de R$ 15,8 milhões no primeiro trimestre de 2020, queda de 48% na base de comparação anual.

A Alliar e o Banco Inter divulgam seus resultados após o fechamento dos mercados.

Os maiores destaques do dia, no entanto, estão fora da temporada de balanços.

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A B3 negocia com autoridades municipais e estaduais a manutenção de suas operações mesmo com o feriado na capital paulista na quarta-feira e quinta-feira.

Já a Lojas Renner garantiu fazer a compensação de R$ 1,357 bilhão em crédito tributário, referente da ação que garantiu a exclusão do Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) da base de cálculo do PIS/Cofins. Enquanto isso, houve o rebaixamento de rating da Azul pela S&P e a ajuda às elétricas, que ganham destaque no noticiário corporativo desta terça-feira (19). Confira os destaques:

Marfrig (MRFG3)

A Marfrig registrou prejuízo líquido de R$ 136,9 milhões no primeiro trimestre de 2020, revertendo um lucro líquido de R$ 4,3 milhões registrado um ano antes. O resultado foi impacto pela variação cambial, de R$ 632 milhões, e a baixa contábil de R$ 169 milhões dos custos de amortização dos títulos de dívida no exterior que foram recomprados no período.

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Assim, o lucro líquido torna-se positivo em R$ 32 milhões após ser ajustado pela despesa não recorrente de R$ 169 milhões, qual seja, a baixa contábil dos custos amortizados acumulados da emissão das notas sênior com vencimento em 2023, as quais foram recompradas em janeiro.

A receita líquida, por sua vez, atingiu R$ 13,5 bilhões, alta de 26,6% em relação ao mesmo período de 2019. “Entre os fatores que levaram a essa expansão estão o crescimento de 65% nas exportações da Operação América do Sul (composta por Brasil, Argentina, Uruguai e Chile) e a performance da Operação América do Norte, representada pela National Beef”, afirmou a companhia.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) ajustado foi de R$ 1,233 bilhão, uma alta de 109% na comparação com os R$ 584 milhões registrados um ano antes, levando a uma margem Ebitda (Ebitda/receita líquida) ajustada de 9,1%.

“As operações da empresa foram fortes, com margens recordes nas operações na América do Norte e na América do Sul. O destaque positivo foi a continuação da reversão do capital de giro, melhorando a alocação do capital e transparência”, segundo avaliação dos analistas do Itaú BBA.

A companhia destacou que a operação da América do Norte teve seu melhor primeiro trimestre da história com recorde de receita líquida, Ebitda e margem. A receita líquida foi de US$ 2,185 bilhões, Ebitda ajustado de US$ 175 milhões com margem de 8,0%.  Também registrando o melhor trimestre da história, estão as operações na América do Sul, apontou a Marfrig, atingindo a margem Ebitda ajustada de 12,3%, com a receita líquida de R$ 3,765 bilhões e Ebitda ajustado de R$ 464 milhões, “resultado de uma estratégia comercial eficiente e a captura das economias geradas pelas ações de melhorias operacionais em andamento iniciadas em 2019”.

A empresa também destacou que o custo médio de sua dívida atingiu o menor patamar histórico de 5,81% ao ano, uma redução de 113 bps ou 16,3% em relação ao primeiro trimestre, um recorde da companhia.

Conforme apontou a Marfrig, a indústria de proteínas começou a sofrer os impactos da pandemia do coronavírus no final de março quando esta atingiu, principalmente, o continente americano, apesar de muitos exportadores já terem sentindo o impacto em suas vendas para a China desde o início do trimestre.

Nos EUA, o volume de animais abatidos no trimestre foi de 6,5 milhões de cabeças (USDA), um crescimento de 5,1% em relação ao mesmo período de 2019 e muito em linha ao volume abatido no quarto trimestre de 2019. “Os dados do primeiro trimestre ainda não refletem o impacto coronavírus, dado que as medidas mais restritivas, como fechamento das redes de foodservice e lockdown iniciaram no final do período”, disse no release de resultados.

Já no Brasil, o Ministério da Agricultura e Pecuária divulgou que o volume de abate do primeiro trimestre (de 5,4 milhões de cabeças) foi 10% inferior ao mesmo período de 2019. “A demanda gerada pelo maior volume de exportação não foi suficiente para compensar a queda no volume de vendas no mercado doméstico e alta de quase 30% no custo da arroba (base CEPEA – São Paulo) causando uma diminuição na produtividade do setor”, destacou.

“Neste contexto desafiador a diversidade geográfica das operações da Marfrig localizadas na América do Sul e do Norte se confirmou como uma grande força estratégica da Companhia. A Marfrig assegurou, de forma responsável e solidária, a continuidade de fornecimento aos seus clientes domésticos e internacionais por meio da operação ininterrupta de suas plantas aliada a uma estratégia comercial diferenciada e parcerias sólidas”, ressaltou no relatório de resultado.

De acordo com a XP Investimentos, a Marfrig apresentou fortes resultados, com o Ebitda ajustado 10% acima da expectativa, enquanto a margem Ebitda ajustada ficou acima em 8%, principalmente devido a: (i) forte demanda nos EUA; (ii) preços mais altos e fortes exportações, especialmente para a China; (iii) ganhos de eficiência operacional e reduções de custo na América do Sul e (iv) depreciação cambial.

A XP aumentou o preço-alvo da ação de R$ 13 para R$ 18 ao atualizar o modelo com os números do primeiro trimestre, que vieram acima do esperado, além de incorporar o modelo macroeconômico com a visão de um real particularmente mais fraco frente ao dólar.

Os analistas do Credit Suisse também destacaram o resultado como positivo e seguem otimistas com o case de investimentos da companhia. *O período é sazonalmente tímido na frente operacional, mas este trimestre foi claramente uma exceção, dadas as máximas recordes no trimestre)das margens Ebitda de 8% e 12,3% para National Beef e América do Sul, respectivamente”, afirmam.

O Bradesco BBI destacou que a Marfrig deve continuar a colher benefícios pelo crescimento das exportações, em especial para a China. “Para 2020, acreditamos que a Marfrig tem espaço para expandir ainda mais suas exportações, uma vez que a produção de carne suína na China deverá cair 20%”, avaliaram.

Hermes Pardini (PARD3)

O laboratório Hermes Pardini registrou um lucro líquido de R$ 15,8 milhões no primeiro trimestre de 2020, queda de 48% na base de comparação anual.

A receita líquida, por sua vez, foi de R$ 308,3 milhões, queda de 8,1% na base de comparação anual. O Ebitda ajustado teve baixa de 23%, a R$ 50,5 milhões, levando a margem Ebitda ajustada de 19,6% para 16,4%, uma queda de 3,2 pontos percentuais.

A queda do Ebitda não agradou os analistas. Para a equipe de análise do Itaú BBA, os resultados da empresa não estão respondendo às medidas de controle de custos. “Observamos que os volumes fracos e o ticket médio baixo mais que compensaram os recentes esforços de controle de custos da empresa”, avaliaram em relatório.

Petrobras (PETR3;PETR4)

A Petrobras prepara uma emissão de R$ 3 bilhões em debêntures incentivadas, que são aquelas em que há isenção de Imposto de Renda (IR). A operação pode ser concluída ainda nessa semana

Segundo o jornal “O Estado de S. Paulo”, Itaú BBA, BB Investimentos e Safra são os coordenadores da oferta e devem ficar com os papéis. No entanto, os títulos de crédito podem ser vendidos a outros investidores caso ocorra demanda no mercado secundário.

Ainda sobre a Petrobras, a estatal negocia com a Braskem um novo contrato de fornecimento de nafta. Esse novo acordo, de longo prazo, deve ser anunciado em breve, segundo informações do jornal Valor.

A petrolífera é a segunda maior acionista da Braskem. Já a Braskem tem na Petrobras sua principal fornecedora de nafta. No ano passado já houve uma tentativa de acordo, mas que não foi adiante.

Lojas Renner (LREN3)

A Lojas Renner informou em comunicado ao mercado que obteve êxito em ação judicial (MS Nº 5080029-13.2018.4.04.7100), que tramitou perante a Justiça Federal, referente à exclusão do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) da base de cálculo do PIS e da COFINS.

“Com o trânsito em julgado na data de 18 de maio de 2020, a companhia teve reconhecido o direito de reaver, mediante compensação, os valores apurados em relação às competências de novembro de 2001 a fevereiro de 2017, devidamente corrigidos, no valor total de R$ 1,357 bilhão – base maio de 2020”, destaca.

Segundo a varejista, os valores relativos às competências a partir de março de 2017 já têm seus efeitos reconhecidos nas demonstrações financeiras da companhia.

“Ressaltamos que, para aproveitamento do referido crédito, tal valor ainda deverá ser objeto de habilitação via procedimento administrativo perante a Receita Federal do Brasil”, concluiu.

B3 (B3SA3)

A B3 tenta manter o seu funcionamento mesmo com a antecipação de feriados para quarta-feira e quinta-feira aprovada pela Câmara de Vereadores de São Paulo. A medida é uma tentativa de aumentar o índice de isolamento na capital paulista e reduzir o ritmo de contágio pelo novo coronavírus.

O feriado de Corpus Christi foi antecipado para o dia 20 de maio e o da Consciência Negra, para o dia 21 de maio. A sexta-feira (22) será ponto facultativo.

A B3 informou que está dialogando com as autoridades e entidades de mercado para tentar evitar o fechamento do pregão nesses dias, alegando que a maior parte do trabalho da Bolsa brasileira já está sendo realizado de forma remota.

Por enquanto, seguem previstas as liquidações de operações programadas para quarta-feira, referente aos negócios realizados na segunda-feira.

Outro tema de destaque que também envolve a Bolsa brasileira é a sua derrota na esfera judicial. A B3 informou na noite de segunda-feira que 6ª Vara Federal Cível da Seção Judiciária do Distrito Federal negou seu pedido de anular a multa aplicada pela Receita Federal, no valor de R$ 1,3 bilhão, referente a um contencioso tributário da incorporação da Bovespa pela BM&F. A Bolsa brasileira vai recorrer da decisão de primeira instância.

Para a Receita Federal, a empresa contabilizou de forma incorreta os ganhos do ágio gerado pela transação e por isso aplicou a multa. “A B3 esclarece que recorrerá da decisão e reafirma seu entendimento de que o ágio foi constituído regularmente, em estrita conformidade com a legislação fiscal”, segundo comunicado enviado à CVM.

Os analistas do Credit Suisse apontam que a decisão é negativa para a B3. “Esta é a primeira decisão na disputa de ‘goodwill’ e seguida de um resultado desfavorável pelas autoridades fiscais”, afirmamm.

JBS (JBSS3)

A JBS foi autorizada a retomar as operações em sua planta em Passo Fundo, Rio Grande do Sul, enquanto aguarda uma decisão da justiça do trabalho sobre seu recurso final, disse por telefone Priscila Schvarcz, promotora do trabalho do estado, para a Bloomberg.

A assessoria de imprensa da JBS confirmou que a empresa recebeu permissão para reabrir a planta. Todos os trabalhadores da unidade serão testados para Covid-19 nesta terça-feira para determinar quais deles estão em condições de trabalhar, destacou a promotora, afirmando que testes e avaliação clínica serão acompanhados pelas autoridades de saúde locais.

Azul (AZUL4)

A Azul teve o rating rebaixado de B para CCC+ pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s.

A S&P informa que revisou as premissas para a recuperação do tráfego aéreo nos próximos anos e agora espera que as companhias aéreas brasileiras enfrentem uma contração de demanda de cerca de 50% em 2020, mantendo cerca de 40% da frota da Azul aterrada até o fim do ano, o que reduzirá os fluxos de caixa e a liquidez da empresa, diz a S&P em relatório.

A agência também ressalta que a Azul possui pagamentos significativos de arrendamentos operacionais no curto prazo, o que requer discussões contínuas sobre o gerenciamento da frota para permitir o cumprimento de obrigações.

A perspectiva negativa reflete possível rebaixamento adicional nos próximos 6 a 12 meses, se a recuperação mais lenta do que o esperado do setor reduzir o acesso da Azul a financiamento de
longo prazo, o que poderia pressionar as negociações com locadores e outras partes interessadas, aumentando o risco de reestruturação da dívida que consideraríamos angustiado, diz a S&P.

IRB  (IRBR3)

A conselheira suplente do IRB Thaís Ricarte Peters renunciou ao conselho de administração da empresa. Ela foi eleita para o cargo em 19 de setembro de 2019 para ser suplente de Pedro Duarte Guimarães, que deixou a companhia em março quando era o presidente interino do conselho.

Elétricas

O governo publicou decreto sobre ajuda a elétricas na pandemia. A criação de conta destinada ao setor elétrico para enfrentamento da calamidade pública gerada pela covid-19 foi autorizada, segundo decreto publicado no Diário Oficial.

A conta a ser gerida pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) vai receber recursos para cobrir déficits ou antecipar receitas de concessionárias de energia elétrica . A Aneel vai homologar mensalmente os valores a serem pagos pela Conta-covid a cada distribuidora de energia.

O Credit Suisse lembra que o setor elétrico já sente as consequências econômicas da crise. A inadimplência no setor está em 14,7%, ante 3,3% registrados antes da crise. Além disso, as empresas estão amargando um prejuízo mensal em torno de R$ 4 bilhões, 50% devido aos atrasos e a outra metade referente à redução de consumo.

“O decreto é bem vindo e proverá um alívio necessário para compensar grande parte do capital de giro que está sob pressão. Levará tempo para estimar o impacto total da crise”, explica o banco. O Credit ainda considera que as medidas anunciadas pelo governo podem compensar parte dos impactos negativos que já haviam sido incorporados no preço das ações das empresas do setor.

Ainda no radar das elétricas, a Eletronorte, uma das empresas da Eletrobras (ELET3;ELET6), concluiu captação de R$ 1 bilhão junto ao Bradesco BBI pelo prazo de 12 meses e custo de CDI mais 2,62% ao ano. Os recursos serão utilizados para a quitação de dívidas de custo mais elevado.

Restoque (LLIS3)

A Restoque, dona das marcas Le Lis Blanc e Dudalina, anunciou a revisão de suas projeções financeiras para o período de 2020 a 2025, já levando em conta os impactos que devem ser causados pela pandemia do novo coronavírus.

A expectativa é que a receita líquida da empresa termine 2020 em R$ 596 milhões, uma queda de 37,5% na comparação com o realizado no ano anterior. A recuperação das vendas teria início no ano que vem, com a receita chegando a R$ 989 milhões e subindo gradualmente até alcançar R$ 1,406 bilhão em

A queda na receita deve afetar também a margem Ebitda da companhia, chegando a 4,4% em 2020, ante 36,5% de 2019. No ano que vem, a projeção é que chegue a 19,5% e que suba até alcançar 25,2% em 2025.

“Diante da situação envolvendo a pandemia de Covid-19 e seus impactos relevantes nos negócios da companhia, decidiu em caráter excepcional e visando maior transparência perante seus stakeholders, divulgar as expectativas que possui em relação ao futuro dos negócios”, explicou a empresa em comunicado à CVM.

Desde o inicio da atual crise sanitária, a empresa já tomou medidas como a redução dos gastos, que incluem corte dos salários, suspensão de contratos, enxugamento do quadro de funcionários e concessão de férias para os trabalhadores das fábricas.

Taurus Armas (TASA3;TASA4)

A fabricante de armas Taurus está suspensa de participar de licitações com o governo do Estado de São Paulo e também recebeu uma multa administrativa de R$ 12,674 milhões em processo relacionado ao fornecimento de pistolas para a Polícia Militar de São Paulo. A companhia afirmou que vai interpor “recurso cabível” para esse caso.

O processo administrativo é referente a contratos de fornecimento de pistolas realizados entre 2007 e 2011 e que foram disponibilizadas à PM. A empresa alega que entregou as armas de acordo com as especificações contratadas.

Além de recorrer da decisão, a Taurus afirma que o processo administrativo não afeta a disponibilidade da empresa em participar de licitações de outros Estados e que há três anos não fornece equipamentos para São Paulo e que, por isso, a medida não deve ter efeito em suas receitas.

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