BRF (BRFS3) reverte lucro em prejuízo de R$ 1,5 bilhão no 1º trimestre

Resultados consolidados do primeiro trimestre traduzem um contexto de muitos desafios, especialmente no mercado Brasil, diz empresa

Felipe Moreira

Sadia: marca de referência da BRF é uma das mais desejadas pelo mercado (Divulgação/BRF)

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A BRF (BRFS3) registrou um prejuízo líquido, seja societário ou de operações continuadas, de R$ 1,5 bilhão, revertendo lucro de R$ 22 milhões de um ano antes.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado foi de R$ 121 milhões, queda de 90,2%, com margem de 1% (queda de 10,6 pp).

Enquanto isso o Ebitda societário somou R$ 152 milhões, uma queda de 88,2%, com margem de 1,3% (menos 10,9 pp).

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A empresa atribui o prejuízo à redução “nominal do EBIT (-R$ 1,155 bilhão a/a), consequência dos impactos one-off, sendo R$ 422 milhões na cadeia produtiva e R$ 406 milhões em hedge de commodities, e queda dos preços líquidos no mercado interno e chinês.

Além disso, destacou o impacto negativo do efeito líquido dos resultados financeiros em R$ 172 milhões; e R$ 242 milhões em maiores despesas com tributos sobre o lucro, decorrente principalmente de diferenças tributárias permanentes nas subsidiárias do exterior e da não ativação de prejuízos fiscais.

Mais sobre o balanço da BRF

A receita líquida somou R$ 12,041 bilhões, aumento de 13,7%. O volume total no período cresceu 7%.

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Conforme a empresa, os resultados consolidados do primeiro trimestre traduzem um contexto de muitos desafios, especialmente no mercado Brasil.

“Além da inflação global de custos potencializada pelo conflito Rússia vs Ucrânia, as vendas no varejo performaram abaixo do planejado, sobrecarregando estoques e toda a cadeia de produtiva com impactos em custos logísticos e perdas”, acrescentou a empresa.

No mais, a BRF ressaltou que foram necessárias medidas de ajuste de oferta e priorização de volumes (promoções), como forma de readequar o fluxo operacional, amplificando a redução de rentabilidade observada no período.

Segundo a empresa, como forma de encarar os desafios da indústria, ajustando a cadeia produtiva, ocorreram os seguintes efeitos: redução de estoques das nossas operações; redução de produção e ajustes na cadeia do agronegócio.

“Tais ações tiveram impacto negativo em R$ 422 milhões em efeitos não-recorrentes no trimestre, sendo R$193 milhões em redução de receita e R$ 229 milhões em aumento de custo”, detalhou a empresa.

Mais operacional

O lucro bruto da BRF totalizou R$ 1,113 bilhão nos três primeiros meses de 2022, recuo de 46,9% em relação ao mesmo trimestre de 2021. A margem bruta foi de 9,2% no 1T22, uma redução de 10,5 p.p. na comparação anual.

As despesas operacionais totais atingiram R$ 1,637 bilhão nos três primeiros meses deste ano, aumento de 7,9% sobre as despesas da mesma etapa do ano passado.

O resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 774 milhões no 1T22, elevação de 28,5% em relação ao mesmo período de 2021.

O consumo de caixa totalizou R$ 3,691 bilhões no primeiro trimestre de 2022, contra geração de caixa de R$ 707 milhões na mesma etapa de 2021.

A dívida líquida da companhia ficou em R$ 12,588 bilhões no final de março de 2022, uma redução de 17,8% em relação ao mesmo período de 2021.

O indicador de alavancagem financeira, medido pela dívida líquida/Ebitda ajustado, ficou em 2,83 vezes em março/22, queda de 0,13 vez em relação ao mesmo período de 2021.

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